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A 5ª Era da Qualidade e o papel do profissional da qualidade

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Davidson Ramos

Davidson Ramos

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Auditor Líder ISO 9001:2015 e autor de centenas de artigos sobre Gestão da Qualidade, sempre acreditei que as pessoas têm o poder de mudar o mundo a sua volta, desde que estejam verdadeiramente engajadas nisso. Por isso me dedico a ajudar as pessoas a criar laços verdadeiros com seu trabalho, porque pessoas engajadas mudam o mundo!

Desde o surgimento da indústria, na Revolução Industrial, a qualidade vem se adequando e evoluindo para melhoria das empresas e do mundo como um todo.

Até hoje, a qualidade passou por 4 fases distintas, que chamamos de Eras da Qualidade. Com toda certeza, em um tempo de avanços tecnológicos, não poderia ser diferente.

Em outras palavras,  estamos testemunhando o nascimento do que muitos chamam  de 5ª Era da Qualidade.

E é sobre isso que falarei no artigo,  a 5ª Era da Qualidade! Para isso, vou fazer uma breve viagem ao tempo, falando sobre as 4 eras anteriores. Por fim, chegaremos ao futuro próximo, que será o grande movimento da Gestão da Qualidade no mundo.

Espero que gostem da minha viagem ao passado estilo professor de história. E vamos ao texto:

As 4 Eras das Qualidade:

Explicarei de forma sucinta as 4 Eras da Qualidade que vivemos desde 1900. Assim, à medida que , você quiser saber mais sobre o assunto, poderá consultar a  indicação bibliográfica, que deixei no fim do artigo.

Continuando, os quatro momentos mais importantes da qualidade até hoje foram:

1- Era da Inspeção

Nesse momento, temos ainda um conceito muito “primitivo” de qualidade, com foco extremamente direcionado ao produto. Na Era da Inspeção, a única finalidade era descobrir se o produto estava sendo entregue de acordo com o  planejado.

Os métodos utilizados pela qualidade eram a inspeção física (manual) do produto em conjunto com a utilização de instrumentos de metrologia.

Nessa era, 100% da produção era inspecionada. Porém, é importante ressaltar que por muito tempo, somente o produto acabado era inspecionado. Por isso, os níveis de retrabalho e desperdício (refugo) eram extremamente altos. Podemos dizer que aqui, a única preocupação era não deixar que produtos fora do padrão saíssem da fábrica.

2- Era do Controle Estatístico da Qualidade

Aos poucos, iniciou-se a adoção de pontos de verificação intermediários (nas etapas internas do processo), bem como ocorreu um aumento considerável da produção. Dessa forma, a inspeção integral da produção começou a tornar-se inviável e falha.

Com isso, por volta de 1940, iniciaram-se estudos que tinham como objetivo realizar essa inspeção de forma estatística. Somente 20 anos depois esses estudos se consolidam e tornam-se boas práticas seguidas por grande parte das empresas. Assim, na 2ª Era da Qualidade (décadas de 1960 e 1970), apenas parte da produção era inspecionada, substituindo a inspeção por amostragem. Agora, o foco não era mais o produto em si, mas sim o processo que o produzia.

Essa era foi particularmente importante pois nos ajudou a entender que há certa estabilidade no processo. Assim, é possível identificar os problemas e agir para evitar que eles ocorram. E com isso, a qualidade deu um novo salto.

3- Era da Garantia da Qualidade

Com o controle estatístico de processos evoluindo, começou-se a identificar melhor o que causava os problemas nos processos e os defeitos nos produtos. Com isso, percebemos que não só a linha de produção afetava a produção.

Por sua vez, nesse momento, todos os processos e aspectos que afetam a qualidade são levados em conta. Fornecedores passam a integrar a “conta da qualidade” e temos uma visão mais ampla, e real, do processo de produção. Surge então o conceito de “cadeia de valor” e a 3ª era da Qualidade: foco no sistema de gestão, visando fazer com que ele garantisse a conformidade do produto.

4- Era da Gestão da Qualidade Total

Enquanto os meios de produção eram poucos e centralizados, havia pouca preocupação com o mercado. Porém, com o aumento das fábricas e com o mercado cada vez mais exigente, entra em cena, após a década de 80, o mais importante dos elementos: o cliente!

Na 4ª Era da Qualidade, o SGQ deixa de ser uma preocupação do “chão de fábrica” e adentra a estratégia das empresas! A partir daqui a Qualidade ocupa papel de destaque nas empresas, mas não é o foco delas, pois o foco passa a ser o cliente e as necessidades e expectativas dele!

Agora, já não basta garantir a conformidade do produto com o planejado. É preciso garantir a conformidade de acordo com o que o cliente almeja. Por isso, a Qualidade torna-se estratégica, levando as organizações em direção aos clientes.

O que vem depois?

Em síntese, até aqui, conseguimos perceber que a Qualidade evoluiu gradativamente. Essa trajetória é importante para entendermos como nossa sociedade evoluiu. Ainda hoje colhemos os frutos do trabalho de pessoas geniais, como Walter Shewhart, Philip Crosby, Kaoru Ishikawa, Armand Vallin Feigenbaum entre muitos outros. 

Sem dúvida, estamos passando por uma nova reviravolta, em que os computadores, máquinas e sistemas estão revolucionando os meios de produção. E assim, como os grandes nomes do passado, precisamos garantir que a Qualidade esteja à frente dessa revolução para construirmos a 5ª Era da Qualidade.

A 5ª Era da Qualidade

Mesmo hoje,  a Qualidade fica presa em um ciclo de controle infinito, no qual a coleta e análise de informações acaba ocupando o lugar da tomada de decisões e do direcionamento estratégico. Porém, isso deve está com os dias contados! Ou melhor, é no que  acredito, em pouco tempo, todo trabalho que hoje é feito para alimentar o sistema de informações das empresas serão automatizados. Afinal, com o avanço da Indústria 4.0, a Qualidade 4.0 também já é uma realidade

Ainda hoje, atuamos de forma reativa no Sistema de Gestão da Qualidade, identificando o que está não conforme e atuando para corrigir isso. Porém, com a integração de sistemas de gerenciamento mais eficazes e com a utilização de I.A.s (inteligências artificiais) na análise de dados, passaremos a atuar preventivamente. Conseguiremos prever quando e como as falhas irão acontecer e, ao invés de lidar com as consequências, evitar que os problemas aconteçam. Eu sei, esse é o sonho de qualquer gestor, seja da qualidade ou não. Não é mesmo?

Estratégia: o papel da Qualidade na próxima Era

Contudo, a meu ver, cada vez mais a Qualidade se aproximará da estratégia da empresa. Por conseguinte, conforme atividades manuais forem sendo extintas do SGQ, mais será exigido do profissional da qualidade.

Perguntas como “Quais”:

  • ações serão necessárias para mudar os resultados dos indicadores?
  • mercados nossa empresa precisará participar?
  • mudanças os produtos e processos precisam para atender melhor às necessidades dos clientes?
  • fatores internos ou externos estão influenciando no processo e nos resultados das empresas?

Já fazem parte da rotina de alguns profissionais da qualidade, se tornarão o foco principal da Qualidade. Portanto, com o altíssimo nível de automação e da integração das informações que serão coletadas, o conhecimento e a capacidade de tomar boas decisões tende a ser, o Futuro da gestão da Qualidade, ou seja, o caminho para 5ª Era da Qualidade.

O profissional da qualidade será um evangelizador

Outro papel que deve (e vai) se intensificar é o de Evangelizador da Qualidade! Calma, se você não é nosso leitor e não entendeu, eu explico. O Jeison escreveu um artigo (que depois virou podcast) em que ele diz que todo gestor (analista, assistente, assessor ou seja lá o que for, até mesmo o estagiário) da qualidade é (ou deveria ser) um evangelizador, ou seja, alguém que literalmente prega a Qualidade dentro da empresa.

E isso quer dizer que o engajamento das pessoas é sim responsabilidade de quem trabalha com Qualidade!

Porém, com a automação de atividades que não agregam valor, o gestor da qualidade será cada vez mais um dos líderes da cultura organizacional. Responsável por garantir que todos entendam:

  • o que é Qualidade para a empresa;
  • seus papéis no SGQ são fundamentais;
  • a importância se apaixonar por entregar um produto voltado aos clientes;
  • todos são responsáveis por fazer acontecer!

Em suma,  sei que parece, ou é, mas  sou um sonhador e realmente acredito que é possível.

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Referência:

Livro: Qualidade: gestão e métodos

Qualidade: gestão e métodos / josé Carlos Toledo … [et al.]. [reimpr.], – Rio de Janeiro: LCT, 2017

 

Sobre o autor (a)

5 comentários em “A 5ª Era da Qualidade e o papel do profissional da qualidade”

  1. Boa tarde Davidson, muito bom seu artigo mostrando as fases da qualidade, certamente a automação já está fazendo uma grande diferença e vai evoluir cada vez mais. Eu acho que o grande pulo do gato, mas que hoje em dia ainda não se dá muita atenção, é o Sistema de Gestão de Medição (Gestão Metrológica) ISO 10012:2004, trabalho a 20 manos com metrologia e tenho visto muita coisa errada por falta de conhecimento em metrologia das pessoas da qualidade, muito desperdício, instrumentos sendo calibrados e que não necessitariam de calibração, instrumento que já deviam ter sido calibrados mas que ainda não foram devido ao prazo de calibração não estar definido em vista da utilização do equipamento mas sim para cumprir norma, e muito mais, não dá pra falar aqui senão escreveria algumas páginas….. pois é me sinto um “evangelizador” gostei desse termo, pois estou pronto a ajudar no que for preciso, pois quero um pais melhor, quero um futuro melhor para meus filhos…. e venho nessa luta. Se você quiser conversar um pouco mais estou a disposição. Obrigado pelo contato.

  2. Michelly Oliveira

    Consegui implantar onde trabalho o Diálogo com Qualidade, onde estou levando aos colaboradores temas como melhoria contínua, 5S, o que é qualidade, Não conformidades e etc. Através de cartilhas e a troca de informações com os colaboradores, o trabalho de evangelizar fica mais fácil. Terceirizamos mão de obra e nossos funcionários estão no cliente o que dificulta a “inspeção” . Também sou contra essa política de só inspecionar e corrigir. Temos que atuar na estratégia.

  3. Tecnoprint Impressos Técnicos

    Gostaria de esclarecer uma dúvida, não achei um post para perguntar sobre.
    No caso de um POP de Amostragem (Fábrica de Correlatos para Saúde- Bobinas de Papel para Eletrocardigrama), é necessário Inspecionar 100 % do processo do lote (que compreende: Corte do papel, impressão no papel, bobinamento deste papel, embalagem e rotulagem)?

    Obrigada.

  4. Cristiane Bochenek

    Interessante sua análise e acredito mesmo que estamos diante de uma mudança, não necessariamente uma evolução. O conceito de “defeito-zero”, que tornou possível a evolução da indústria, sempre existiu com a qualidade. Desta forma, acredito que estamos agregando conceitos de Administração no que chamamos de gestão da qualidade.

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