Cofundador da EDX Consultores, responsável pelos produtos da área de Estratégia & Gestão e de Gestão. Atua há mais de vinte e cinco anos como consultor, desenvolvendo projetos junto a organizações dos segmentos de serviços (com destaque para as áreas de saúde, educação e logística), industrial (empresas dos ramos automotivo, eletroeletrônico e metalomecânico), do agronegócio, do saneamento básico e da mineração, apoiando-as na implantação de ferramentas de Gestão Estratégica (Planejamento Estratégico, BSC e Gestão do Conhecimento, entre outros).
Abordagem de processos: como entender a cadeia de valor para os clientes
O que se propunha, com a publicação da nova norma, era perceber como uma dada organização entendia sua forma de agregar valor a seus clientes, dentro da cadeia de processos desenhada para essa finalidade.
Os processos de uma organização podem ser divididos em três categorias:
- aqueles voltados à gestão do negócio;
- os orientados aos clientes; e
- aqueles que apoiam os demais (ou seja, aqueles que atendem quem atende os clientes).
Simples assim!
Na versão 2000 e nas subsequentes (2008 e 2015), a ISO 9001 estabelece que:
“a organização deve determinar os processos necessários para o sistema de gestão da qualidade e sua aplicação na organização”.
Isso significa que:
- as entradas e saídas desses processos sejam determinadas;
- a sequência e a interação desses mesmos processos também sejam determinadas;
- idem para os critérios e métodos necessários à operação e ao controle dos processos (alguém aí pensou em procedimentos, instruções e outros?);
- os recursos necessários (e sua disponibilidade) também sejam determinados;
- as responsabilidades e autoridades para cada processo sejam atribuídas;
- os riscos e as oportunidades sejam abordados (veja esse tema aparecer mais uma vez, logo a seguir);
- os processos sejam avaliados e mudanças sejam implementadas para garantir que os objetivos e resultados sejam alcançados; e
- os processos (e o sistema de gestão) sejam melhorados.
O desafio desde então passou a ser compreender como olhar a organização, a partir de uma perspectiva “horizontal”, diferente do organograma que, normalmente, é uma estrutura representada na vertical.
O grande objetivo aqui é entender a perspectiva do cliente e sua jornada!
Como fazer abordagem de processos?
O segredo de um bom uso da abordagem de processos é partir da Estratégia (com “E” maiúsculo e no singular) da organização.
Deve-se responder a uma pergunta simples, mas ao mesmo tempo, complexa: de quais processos a organização precisa para cumprir sua Estratégia, alcançar seus objetivos, atingir suas metas e atender às necessidades e expectativas das partes interessadas?
Dessa forma, o início de tudo é a formulação da Estratégia e seu desdobramento, passando necessariamente pela definição dos processos da organização.
Definindo os processos da organização
Com o SIPOC – metodologia que prevê que cada processo tem seus Suppliers (fornecedores), Inputs (entradas), Process (atividades do processo), Outputs (saídas) e Clients (clientes do processo) e ferramentas para desenho de processos, tais como: Bizagi, Visio, Power Point e outras formas de mapear os processos de uma organização são utilizados como forma de dar consistência à sua Estratégia, chegando a quem realiza as operações do dia a dia.
Como assegurar que os processos enxerguem e tratem os riscos do negócio?
Esse é o “pulo do gato”!!!
De nada vai adiantar uma organização mapear seus processos sob a ótica das partes interessadas pertinentes, se sua Direção não se preocupar em tipificar, identificar, quantificar, se antecipar e monitorar de forma permanente os riscos presentes nesses mesmos processos.
Por essa razão, a versão mais recente da norma ISO 9001 (do ano de 2015) introduziu o conceito fundamental de “mentalidade de risco”. A norma estabelece na cláusula 6.1 que a organização deve, ao planejar seu sistema de gestão, levar em conta seu contexto e as necessidades e expectativas das partes interessadas pertinentes. Esse é o ponto de partida para determinar os riscos e oportunidades que precisam ser abordados para assegurar que os resultados pretendidos pela Direção sejam atingidos, a partir da integração e implementação das ações relativas a esses riscos e oportunidades em seus… processos! Ufa! Que textão!
Resumindo: os processos mapeados são o principal objeto de análise dos riscos de uma organização! Em outras palavras, ao identificar riscos e oportunidades de cada processo mapeado, a organização deve, para o que for considerado crítico, estabelecer ações (medidas de controle e ações de contingência/emergência) para fazer frente a esses riscos significativos e aproveitar as oportunidades.
Como formalizar, para cada processo mapeado, as medidas de controle e ações de contingência/emergência?
É aqui que entra a padronização!
Manuais, procedimentos, instruções de trabalho, formulários. Tudo o que for necessário para comunicar a todos os envolvidos com as atividades ligadas a riscos e oportunidades. Essa é a melhor forma de mitigar os impactos negativos e maximizar os possíveis ganhos de cada um dos processos mapeados.
De forma resumida, pode-se dizer que o mapeamento dos processos da cadeia de valor e demais processos de uma organização devem ser realizados após a formulaçãoe desdobramento da Estratégia, mas sem que sejam esquecidos, na sequência do mapeamento, os riscos e oportunidades ligados a esses mesmos processos, como forma de identificar as necessidades de padronização de ações para fazer frente a tudo isso.
E aí? O que você acha de tudo isso?
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5 comentários em “A ISO 9001 e o mapeamento de processos”
Que artigo propício, nesses 02 últimos anos as empresas estão sendo direcionadas à revisar seus processos e isso nos leva ao grande aprendizado que a ISO 9001 nos proporciona.
O Mapeamento de Processos se faz indispensável, parabéns pelo artigo.
Aprendo com a ISO 9001, desde 1998…..
Excelente, Douglas! Temos a mesma percepção sobre o tema.
Muito obrigado por seu feedback!
Edson Silva adorei o feedback,o universo da qualidade e mágico,cada dia aparece mas normas diferente o mapeamento da qualidade e muito interessante, o SIPOC e uma metodologia,o qual estou tendo vivência pois e implantado no meu dia a dia .
Que bom que Você gostou, Cristiane! Esse mundo da Gestão da Qualidade é mesmo muito interessante!
Espero poder continuar trocando experiências e insights com Você aqui pelo Blog da Qualidade.
Abraços.
Adorei…. simplificado mas bem explicado,tirou minhas dúvidas.