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Como conscientizar os colaboradores: case dos Origamis

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Davidson Ramos

Davidson Ramos

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Auditor Líder ISO 9001:2015 e autor de centenas de artigos sobre Gestão da Qualidade, sempre acreditei que as pessoas têm o poder de mudar o mundo a sua volta, desde que estejam verdadeiramente engajadas nisso. Por isso me dedico a ajudar as pessoas a criar laços verdadeiros com seu trabalho, porque pessoas engajadas mudam o mundo!

Após meu último texto, tive a impressão de que saber como conscientizar colaboradores é um assunto meio místico. Ninguém sabe ao certo como fazer. Digo isso porque recebi algumas mensagens nas redes sociais (grupos do Whats, Linkedin, etc.). Então resolvi escrever esse artigo.

Talvez você tenha achado interessante, no título, o fato de eu propor a utilização de Origamis. No final do texto, vou contar um case nosso em que fizemos isso e deu muito certo. Entretanto, neste texto, deixo avisado: não vou ensinar você a usar Origamis para conscientizar as pessoas.

Minha intenção aqui é falar do processo de conscientização, então vou falar do todo. Dessa forma, ao final da leitura, você entenderá como poderá conscientizar os colaboradores.

O problema de tentar conscientizar os colaboradores

Antes de pensar nas ações de conscientização, é preciso ter clareza sobre o que é conscientizar. No artigo que citei na introdução, sobre a diferença entre conscientização e engajamento, falei muito disso. Dar um passinho atrás e falar sobre isso.

Precisamos entender que conscientizar as pessoas faz parte de um processo de aprendizado. Quando você se propõe a mostrar a importância de algo, está se propondo a ensinar as pessoas sobre algo que vai (ou não) impactar a vida delas. Assim, antes de ensiná-las, você precisa criar consciência.

Então o que fazemos? Seguimos o processo de ensino ao qual fomos expostos durante toda nossa vida: colocamos as pessoas numa sala aplicamos uma aula, apresentação ou palestra. Esse é o conceito tradicional de ensino.

São 20, 30, 40 pessoas olhando para um único ponto e se esforçando para não dormir. Aguentando firme para chegar ao fim da palestra e aprender algo. Entretanto, pela experiência que tenho como professor (lecionei durante 3 anos), sei que esse modelo não funciona há um bom tempo. Se é que algum dia funcionou de verdade.

Parte desse fracasso se deve ao fato de que o aprendizado humano sempre se deu pela interação. Porém, no modelo tradicional não há interação. O conhecimento é sempre algo que vem do palestrante ou professor para o estudante. Isso prejudica a absorção de conhecimento e dificulta a manutenção da compreensão.

Mas a questão é: não precisa ser assim…

Como fugir do modelo tradicional

No início da década de 40, o psicólogo social e especialista em gerenciamento de mudanças, Kurt Lewin, propôs o termo “Dinâmica de grupo”. Segundo ele, quando em grupo, as pessoas tendem a assumir comportamentos diferentes dos habituais. Isso significa que o simples fato de exercer alguma atividade em grupo, de certa forma, já produz mudanças no mindset das pessoas.

Além disso, um estudo de Harvard publicado recentemente no Proceedings of the National Academy of Sciences comparou o modelo tradicional de ensino (com alunos assistindo aulas passivamente) a um modelo em que pequenos grupos de alunos eram incentivamos a resolver problemas.

Ao final do estudo, os pesquisadores perceberam que os alunos que estavam organizados em pequenos grupos alcançaram maiores notas. Eles obtiveram cerca de 10 pontos percentuais a mais em testes se comparados aos alunos que assistiram às aulas passivamente.

Como conscientizar os colaboradores: teoria

Assim, o que eu quero dizer com esse artigo é:

Não coloque as pessoas numa sala e fale por 1, 2, 3 horas para falar sobre “a importância de termos informação documentada” ou sobre ”a importância de tratarmos as NCs”.

A Marina gravou um treinamento há alguns dias sobre como conscientizar os colaboradores sobre os riscos da empresa. Ela inicia o curso falando que ela e a Vivian queriam conscientizar as pessoas de forma que não fosse apenas uma palestra chata em que “lêssemos os riscos para as pessoas”. Por isso elas criaram o “Jogo dos Riscos”.

Portanto, minha proposta é: não fale para as pessoas, ajude-as a entender as coisas por si próprias. Entenda que nessa abordagem o seu é papel é ainda mais fundamental. Agora, você não irá apenas expor as coisas para a pessoas, irá literalmente guiá-las rumo a compreensão. Sim, eu sei, a pressão aumenta consideravelmente.

Como conscientizar os colaboradores: prática

Acredito que você tenha entendido o conceito, mesmo assim, isso tudo parece muito vago, não é? Se antes era um assunto “meio místico”, agora ficou completamente transcendental. Afinal eu falei de guiar as pessoas rumo à compreensão.

Mas calma, isso é mais menos complexo e mais palpável do que parece ser. Quando digo isso, estou dizendo que você deve incentivar as pessoas a fazer as coisas por si próprias.

Ao invés de colocá-las para ouvir, separe-as em pequenos grupos e coloque-as para debater.

Ao invés de ofertar conteúdos prontos, utilize dinâmicas que vão fazer as pessoas construírem coisas.

Ao invés de explicar os requisitos de uma norma, instigue as pessoas a estudar e coloque-as para discuti-los.

Sei que é clichê, mas ao invés de dar o peixe, ensine as pessoas a pescar.

Um case de sucesso: Origamis e informação documentada

Aqui na ForLogic, nós sempre desenvolvemos formas de conscientizar e engajar as pessoas. Nosso planejamento estratégico envolve todo mundo. Temos uma sistemática específica para engajar as pessoas na coleta e análise de indicadores. E por aí vai.

Uma ação que deu ótimos resultados foi um workshop que fizemos para conscientizar as pessoas sobre a importância da informação documentada. Nele, fizemos as pessoas fazer Origamis.

Separamos os colaboradores em grupos e criamos uma situação em que elas tinham de fazer dobraduras para uma festa de aniversário. Entremeio a toda essa atividade lúdica, falamos sobre a importância da informação do documentadas. Explicamos a diferença entre registro e documento. Falamos sobre a ISO 9001. E aproveitamos para falar de aspectos importantes do nosso contexto: a produção de softwares.

Estávamos receosos, mas as pessoas simplesmente adoraram. Percebemos muito envolvimento e entrega de todos. Os colaboradores participaram da dinâmica e era possível ver que eles compreendiam as coisas. Sabe quando você olha para o rosto da pessoa e ele está iluminado, com aquela cara de: “Nossa, então é pra isso que serve o documento X!.

Tire as pessoas da rotina

De qualquer forma, a questão é que esse é apenas um exemplo de como conscientizar colaboradores. E o fato é que você não precisa ficar preso a apresentações chatas em powerpoint.

Então crie formas de fazer as pessoas pensar. Mostre a elas o processo delas, mas de um jeito completamente diferente! Faça as pessoas enxergarem as coisas sobre outra perspectiva. Nós reclamamos que as pessoas não se engajam, que não entendem a importância da qualidade, certo? Então temos de buscar novas formas de mostrar a elas isso tudo.

Para isso, você vai precisar se preparar. Vai precisar focar em envolver as pessoas, e não em apenas “apresentar informações”. Isso vai precisar de tempo, esforço e dedicação. Mas entenda, esse é o trabalho certo! Você não é pago para preencher e organizar planilhas, mas para conduzir as pessoas rumo à Qualidade!

Conscientize as pessoas sobre Informação documentada

Nós testamos muitas dinâmicas aqui, e estamos transformando as melhores em treinamentos. Eu mesmo gravei essa que aplicamos os Origamis para mostrar a importância da informação documentada.

No treinamento, eu ensino a aplicar a diamina na sua empresa. Então, se você quiser conscientizar as pessoas de forma lúdica e divertida, clique no botão abaixo e conheça o curso:

Banner do curso do Davidson sobre uma dinâmica conscientizando colaboradores para informação documentada.

Sobre o autor (a)

6 comentários em “Como conscientizar os colaboradores: case dos Origamis”

  1. Rafael Jean Cornélio

    No post anterior comentei que eu teria que fazer algumas mudanças para alcançar o engajamento das pessoas e….tcharan! Você me dá a resposta neste post!
    Novamente muito obrigado pelos ensinamentos! Meu sonho é trabalhar com na empresa de vocês! Dá inveja! kkkkk… boa viu?!

    1. Davidson Ramos

      Haha, fala Rafael, tudo bom?

      Cara, eu quem agradeço por você seguir o nosso trabalho, e fico muito feliz que o artigo tenha ajudado! Conta sempre com a gente!

      👊😎

  2. Ola Davidson, mto bom o artigo e com certeza tirei bastante proveito dele. Mas….ficou faltando um tópico, q acredito ser tema para um artigo a parte.
    Acompanho mtos debates aqui mesmo no Blog e nos grupos de whatsapp do próprio Blog tb. Debates esses q tocam em um ponto delicado da nossa vida hierárquica no trabalho.

    Como engajar a alta direção?

    Quando falamos em ações de engajamento para os colaboradores do “chão de fabrica”, por exemplo, existem diversos métodos a serem seguidos. Mas e quando o trabalho precisa ser feito de baixo para cima?

    Eu mesmo já sofri com esse dilema e infelizmente não tive sucesso, pois, o mais importante para esse pessoal é o final…oque vc vai fazer pra chegar la, é “problema seu”.
    Gostaria d ver um artigo falando sobre isso. Com certeza ira me ajudar mto e com certeza outras pessoas tb.

    1. Guilherme,
      Muito pertinente seu comentário.
      Acredito também que isso seja muito comum nas empresas.
      Alex

      1. Olá, boa tarde!

        Enfrento a mesma situação do Guilherme. Vou reforçar a leitura e procurar métodos para envolver a liderança. Estou aberto a dicas.
        Essa situação “o problema é seu” é extremamente frequente.

  3. Concordo, engajar a alta direção tem sido uma tarefa difícil na maioria das organizações. Querem resultados sem esforços.

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