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Como garantir a assistência eficaz do paciente?

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Catia

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Sou Gestora da Qualidade, com mais de 20 anos de experiência nas áreas da indústria e saúde. Cursando Gestão Hospitalar. Me identifico na frase "Sou uma garimpeira de informações". Meu lema é Qualidade não se ganha, qualidade se conquista. Colunista do Blog da Qualidade, do Meditt e autora do livro Conquistando a Qualidade. Além da qualidade, sou apaixonada pela minha família, bons livros e um bom rock'n roll. Estou no facebook, Linkedin e Instagram.

Implantar a Gestão da Qualidade na saúde para garantir a assistência eficaz do paciente é muito mais complexo do que podemos imaginar. Algumas políticas e protocolos devem ser implantados, os riscos devem ser gerenciados, os perigos devem ser contidos com barreiras eficazes, comitês de discussões devem tratar os eventos adversos e sentinelas, entre muitas outras ações e adesões.
Mas, para que todas essas ações sejam efetivas, existem três pilares que devem trabalhar juntos e de maneira contínua, porém transversal, e são eles: os protocolos (manuais, políticas, legislações, etc), as ferramentas (formulários, tabelas, scores, mensurações, etc) e expertise profissional, que é o profissional capacitado, treinado, sensibilizado e com atitude. Se um desses pilares estiver frágil, não haverá assistência eficaz no processo de condução do paciente.
Portanto, se focarmos o trabalho na linha do cuidado com o entendimento da responsabilidade de cada ator no processo, podemos ter resultados rápidos, otimizados, seguros e transparentes. Para compreendermos melhor, vou exemplificar a linha de cuidado na cirurgia segura:

  1. O paciente chega ao hospital com a solicitação de cirurgia elaborada pelo médico solicitante. Essa solicitação deve conter: nome da cirurgia, reserva de hemocomponentes, reserva de materiais como OPME, reserva de UTI (quando necessário), lateralidade, ou seja, se é membro superior ou inferior, direito ou esquerdo, bilateral, etc.
  2. A Gestão de Acesso fará a internação do paciente mediante a confirmação da solicitação, da confirmação dos documentos pessoais e aplicação dos termos administrativos de internação.
  3. No pré-cirúrgico o médico cirurgião deve aplicar o Termo de Consentimento Cirúrgico, explicando todos os riscos que o paciente terá na cirurgia, que deve ser assinado por ambas as partes. Já o médico anestesista deve aplicar o questionário pré-anestésico constando informações  do paciente referentes a alergias, antecedentes cirúrgicos, comorbidades, uso de medicamentos e o Termo de Consentimento Anestésico, que explica todos os riscos que o paciente terá com a anestesia, que também deve ser assinado por ambas as partes.
  4. Devem ser avaliados e aplicados: exames físicos, histórico do paciente, avaliação dos riscos, banho, jejum, entre outros.
  5. No transcirúrgico, deve ser aplicado e descrito a utilização do antibiótico profilático, check list seguro (time out), horário de inicio e término da anestesia, da cirurgia, equipe multidisciplinar, sinais vitais e ao final da cirurgia deve conter a descrição cirúrgica médica.
  6. Já o pós-cirúrgico, deve ser descrito o horário da admissão do paciente na RPA (recuperação pós-anestésica), controle dos sinais vitais, algumas escalas como as de Dor e Aldrete e a alta segura pelo anestesista para a UTI ou unidade de internação.
  7. Ao entrar ou sair do centro cirúrgico, deve haver a ferramenta de transporte seguro que garanta os sinais vitais, estabilidade do paciente, riscos gerenciados e a equipe envolvida nesse transporte. O transporte seguro é aquele que tem o paciente junto com o seu prontuário, ou seja suas informações, pois a transferência de informações é tão essencial quanto a transferência do próprio paciente e ter registros fragmentados ou incertos são inaceitáveis para a assistência segura.

Esses passos são alguns itens básicos e essenciais para garantir a Linha do Cuidado da Cirurgia Segura e é um exemplo resumido, somente para demonstrar que os atores envolvidos nessa linha não são somente os enfermeiros e médicos do bloco cirúrgico, mas também:

  1. o administrativo (gestão de acesso e leitos);
  2. a limpeza e lavanderia, que devem manter os leitos, quartos, salas cirúrgicas higienizadas e com os enxovais nos tempos certos e da maneira certa;
  3. a engenharia clínica, que deve manter equipamentos validados diariamente, como o cardioversor por exemplo;
  4. a farmácia que deve interagir caso haja reconciliação medicamentosa;
  5. o laboratório para liberar os laudos e exames;
  6. a nutrição;
  7. a fisioterapia;

Ou seja, toda a equipe multidisciplinar está envolvida e são responsáveis pela cirurgia segura! E isso não acontece só neste caso, existem várias outras linhas de cuidado, como a Linha Materno infantil, Linha da Urgência e Emergência, Linha do Idoso Frágil, e assim por diante, que também precisam da atenção máxima dos responsáveis.
Para finalizar, digo com toda a certeza que a Qualidade não começa com algo, começa com alguém que se compromete com aquilo que faz.

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