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ISO 9001:2015 – Contexto da Organização: o que significa isso?

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Monise Carla

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Auditora Líder ISO 9001:2015, ISO 22000:2018 e ISO 31000:2016. Redatora do Blog da Qualidade e Especialista de Comunicação no Qualiex! Eu ajudo profissionais a resolverem problemas de qualidade por meio de tecnologia e acredito que esse é o primeiro passo para uma vida de Excelência. Gosto de rock, desenho animado e vejo qualidade e excelência em tudo isso. Não me leve tão a sério no Twitter, mas se preferir, você também pode me encontrar no Facebook e Linkedin.

Se você está ligado nas mudanças da versão 2015 da ISO 9001, você já deve ter visto algo sobre “Contexto da Organização”, assunto abordado no item 4 da nova versão. Para muitas empresas, isso ainda está um pouco confuso, mas quero falar aqui de um jeito que você entenda.
O que significa entender o contexto da Organização?
Quando a gente fala de compreender o Contexto da organização, estamos falando basicamente sobre:

  1. identificar o que afeta nossas empresas, interna e externamente;
  2. definir quem é que pode influenciar significativamente o que a gente faz e o que essas pessoas querem.

O primeiro engloba entender as condições legais, tecnologia, competitividade, mercado, culturais, sociais e ambiente econômico que a organização está inserida e questões internas como cultura, desempenho, valores, enfim, condições restritas a empresa.
Podemos compreender o segundo com os famosos stakeholders. São os públicos de interesse de uma organização. São as partes interessadas e envolvidas voluntária ou involuntariamente com a mesma, onde há um objetivo específico de relacionamento que gerem algum tipo de lucro, tangível ou intangível, por exemplo: clientes, acionistas, colaboradores, fornecedores, entre outros.
Além de saber quem são, é necessário entender o que eles querem de você para te ajudar a crescer! Por exemplo, você deve ter fornecedores que influenciam muito na entrega do seu produto, ou seja, ele é importante para você e você é importante pra ele. O que você tem que fazer e ele também tem que fazer para que se mantenha essa relação, para que a qualidade do seu produto não seja afetada?
Para estruturar essas informações de uma forma que não fique confuso, as empresas utilizam algumas ferramentas como por exemplo o Canvas e o Análise SWOT, mas não que isso seja obrigatório nem nada, até porque a norma não exige alguma ferramenta específica, a gente usa porque fica mais fácil visualizar as informações para tomada de decisão.
Para proceder na nossa linha de raciocínio, o novo padrão aborda 3 lugares que levarão em conta as informações levantadas no contexto da organização:

  • O primeiro é um princípio da qualidade:Tomada de decisão baseada em evidências“. Não é difícil compreender que as melhores decisões são feitas quando se baseiam em evidências e não por conjectura.
  • A segunda referência quase informal para a tomada de decisões é encontrada na Cláusula 0.1, “Enfrentar riscos e oportunidades associados com o seu contexto e os objetivos.” Enfrentar riscos significa gerenciar proativamente as incertezas. O simples significado de “gerenciar incertezas” é que as decisões devem ser feitas com a consideração das possíveis consequências positivas e negativas que o futuro incerto pode trazer.
  • Finalmente, na Cláusula 5.1, Liderança e Comprometimento, encontramos um requisito para a gestão de topo: “assegurar que a política e os objetivos da qualidade são estabelecidos para o Sistema de Gestão da Qualidade e são compatíveis com a estratégia da direção e o contexto da organização.”

O contexto da organização pode parecer ser uma informação que vamos levantar e depois engavetar, mas não deve ser, e esse é o maior cuidado que a gente tem que tomar nesse item. As informações recolhidas através da definição de contexto são muito úteis para a identificação de melhorias estratégicas e operacionais que podem mudar completamente sua forma de visualizar sua empresa e só vão realmente ser benéficas se forem traduzidas em planos de ação na empresa.
O que eu vejo que traz muito resultado é verificar se as informações levantadas para fazer o planejamento estratégico contemplam os itens citados pela ISO 9001:2015, considerando que, o que a ISO pede é o básico para elaborar um planejamento. E mais interessante que isso, executar planos de ação condizentes com esse contexto.

Leia todos os artigos do Blog da Qualidade sobre ISO 9001:2015!
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11 comentários em “ISO 9001:2015 – Contexto da Organização: o que significa isso?”

  1. Maria Elisa

    Acredito que o Planejamento Estratégico terá um papel tão importante para essa nova versão quanto o Manual da Qualidade tinha para a versão anterior e esse será um grande desafio para os profissionais da área de Qualidade.
    Ótimo texto!

    1. Ronaldo Oliveira Santos

      E por que não aproveitar, para quem tem, o manual da qualidade para ser seu novo manual de planejamento estratégico e diretriz para o contexto da organização. Entendo como opção!

  2. Helmut Ricardo Sommerfeldt

    No meu entendimento, isso é fazer uma análise crítica na empresa e seus fornecedores. Responder certas questões, como por exemplo:
    Se sua produção, atende aos requisitos do cliente em relação a qualidade e demanda exigida.
    Se o pessoal envolvido é qualificado para realizar tal tarefa.
    Se o investimento é suficiente para atender aos requisitos do cliente.
    Se há engajamento do pessoal envolvido.
    Isso para uma análise interna.
    Entender seus pontos fortes, seus pontos fracos, as oportunidades, e as ameaças que a empresa sofre no mercado.

  3. Felipe Ferreira

    Olá Monise, utilzei o modelo Canvas para me auxiliar na determinação do contexto da organização e não fui bem sucedido devido o fato de que na auditoria de certificação o auditor foi muito tendencioso quanto a necessidade da utilização da análise SWOT a qual optei por não utilizar e o mesmo mostrou-se desconhecer o Canvas e consequência disto estou com uma não conformidade para responder.
    Você tem algo para sugerir para facilitar a explanação da interação entre o Canvas e o contexto da organização?
    Parabéns pelos artigos.

    1. Olá Felipe, tudo bem? Olha, é complicado essa questão de ferramenta, geralmente usa-se a que você tem mais familiaridade, ou que tem mais a ver com a cultura da tua empresa, para que assim, consiga melhor atingir sua estratégia. Nós já usamos o Canvas aqui, gosto da metodologia porque abrange várias interfaces do planejamento, inclusive as partes interessadas. É como se fosse um 5W2H do planejamento, tem um post do meu amigo Luiz aqui no Blog falando sobre isso: https://blogdaqualidade.com.br/como-o-canvas-pode-salvar-o-planejamento-da-sua-empresa/

      Bom, no caso da sua argumentação com o auditor, é você quem tem que mostrar para ele que esse é o melhor modelo de planejamento para sua empresa, de acordo com a cultura de vocês e o quanto vocês conhecem o método. E não esqueça de colocar em pauta a consideração de riscos. Não existe jeito melhor ou pior, existe o jeito que funciona para sua empresa! Dá uma olhadinha nesse vídeo de 3 min aqui: https://www.youtube.com/watch?v=DRtG0XsgRIk

      Espero ter ajudado. Forte abraço!

      1. Cristina Mendonça

        Também considero importante lembrar que auditores não podem fazer inferências, considerando uma ferramenta em detrimento a outra e a Norma não especifica o que utilizar. Porém, ele pode ter detectado uma NC em função de estar faltando algo percebido durante a auditoria, da aplicação inadequada ou incompleta. Assim acredito que deves verificar o que realmente aconteceu. Se inferência do auditor ou resultados falhos na utilização inadequada da ferramenta.

  4. Claudia Lopes

    Para a migração da ISO 9001:2015 irei manter meu Manual da Qualidade, com isso eu posso descrever o item 4 ( Contexto da Organização) diretamente nele.

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