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ISO 56002:2019 – a norma para gestão da inovação

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Sou co-fundador da ForLogic Software, hoje atuo com gente, cultura e gestão. Sou um dos criadores do Qualiex, do Qualicast (o 1º Podcast nacional focado em qualidade), criador do Blog da Qualidade (o maior blog sobre Qualidade do Brasil). Mestre em Engenharia da Produção pela UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), auditor líder formado com orgulho pela ATSG na ISO9001 e 22000, pai, empreendedor, e um inconformado de plantão!
Acredito na responsabilidade do indivíduo, no poder da qualidade e que podemos fazer diferente. Me acompanhe no Linkedin e no Instagram.

Pode acreditar, agora nós temos uma norma para sistematizar a gestão da inovação! E vou iniciar hoje uma série de artigos falando sobre essa norma. Meu objetivo com essa série é promover discussões e reflexões sobre o assunto

Antes de “começar a briga” do ”se é possível ou não ter uma norma para inovação”, vamos entender como que essa norma foi elaborada. Quem cria isso?

Quem publicou essa norma?

A ISO (International Standards Organization) é uma organização internacional que foi fundada em 1947, em Genébra, Suíça. E a ISO já publicou mais de 22.498 normas internacionais, entre elas, essa norma publicada este ano, a ISO 56002.

Vale lembrar que a ISO reúne especialistas em cada área de gestão para debater e construir as normas que publica . Hoje, a instituição possui membros em 164 países e mais de 780 comitês e subcomitês técnicos para cuidar disso. Aqui no Brasil, a ISO é representada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Uma norma vai me ajudar a inovar?

Aqui começa uma grande discussão, na qual eu tenho certeza que vou apanhar de todos os lados. Mas vou falar da “minha experiência” com o tema e com a norma.

Logo que vi uma norma para gestão da inovação fiz as primeiras “piadas”:

– Foi essa norma que o google usou para ser lançado?

– Essa é a norma que o Elon Musk usa na Tesla?

– A Apple é certificada nesta norma? Ou é a 3M que é?

Sim eu sei, faço piadas sem graça (quem já ouviu o qualicast sabe), mas a reflexão é boa, porque uma coisa que quero defender agora é: você não precisa dessa norma para inovar.

Assim como você não precisa da ISO 9001 para ter qualidade. Muitas empresas inovaram, inovam e vão continuar inovando sem tomar consciência que existe uma norma para esse fim, e isso é ótimo.

Assim como conheço várias empresas que não tem ISO 9001 mas que tem um nível de serviço invejável e uma qualidade superior. Inclusive as empresas que são certificadas.

Agora, para todas as outras empresas (as que não inovam, as que querem melhorar a qualidade) as normas podem sim, ser uma fonte de inspiração e apoio.

Porque a norma ISO 56002 me ajuda a inovar?

O Rogério da ATSG me disse uma vez que o idioma mais falado no mundo é o ISONÊS, em uma brincadeira com os doidos (como ele e eu) que estudam normas e sistemas de gestão. Isso porque as normas ISO são debatidas por um comitê internacional, ou seja, mais de 160 países podem se envolver na criação de uma norma, todos falando ISONÊS (o “idioma da ISO”).

Já parou para pensar a pluralidade de ideias, contextos, realidades e visões que isso pode trazer? Por isso uma norma internacional tem um peso tão grande e, muitas vezes, é utilizada como um “crivo” para comércio internacional.

A ISO 56002:2019 não é um conjunto de melhores práticas mundiais da inovação. Não é uma cópia de processos da Apple, Google, Amazon ou Tesla. Ela está longe de ser uma coisa definitiva ou um caminho único para inovar, mas ela é um compêndio de requisitos, termos e diretrizes sobre inovação debatidos por diversos especialistas em mais de 160 países.

A ideia da norma é padronizar as terminologias, ferramentas, métodos e interações entre as partes envolvidas na inovação. Ela busca, com isso, preparar a mentalidade da empresa para a inovação.

A meu ver, essa não é uma norma que vai te dar boas inovações. Porém ela pode te ajudar a encontrar as inovações dentro do seu negócio, e testá-las. Se elas vão ser boas ou não, depende de você. A norma vai colocar o seu olhar nos processos para atuar com inovação, e eu achei isso muito legal.

Vale a pena?

Claro que vale, quem me conhece sabe que eu defendo que normas são ferramentas. E a mesma ferramenta que constrói pode destruir; depende da intenção, habilidade e destreza de quem a utiliza. Sendo assim, essa “ISO da inovação” é uma ferramenta, e você precisa usá-la direito!

Um ponto que vale ressaltar é que ela estará na estrutura do anexo SL, o que vai facilitar a adequação da norma ao seu sistema de gestão. E que essa é uma ferramenta que pode ajudar sua empresa a ser mais inovadora, mas como em TODA NORMA, o trabalho depende de você, não da norma.

Nos próximos artigos, vou começar a tratar especificamente os requisitos da norma para gestão da inovação. Vou apresentar pontos que podem sim fazer muito sentido para promover a inovação dentro da sua empresa.

Mas antes, que tal ampliarmos um pouco essa discussão? Me responde nos comentários:

E aí, para você faz sentido ter uma norma para inovação? E para o seu negócio?

Sobre o autor (a)

20 comentários em “ISO 56002:2019 – a norma para gestão da inovação”

  1. Ane Santiago

    Para que esta ingressando na área essas novidades soão assustadoras, mais visando o melhor desempenho da empresa. Vou esta acompanhando atentamente as futuras publicações para poder me aprofundar ainda mais.

  2. Luiz Fernando B. de Oliveira

    Jeison estou plenamente de acordo com você. Tenho certeza de que vale a pena termos uma norma para inovação. Aqueles que têm dúvidas e os que pensam diferente sobre a validade da norma, reflitam levando em consideração quais são as funções de uma norma, apliquem a técnica reversa.

  3. Marcio Déo

    Sim, faz sentido, pois como a Norma já foi discutida e foram implementados os termos e diretrizes ganha-se tempo não sendo necessário a invenção da roda, ou seja, criar e testar novos métodos as diretrizes já estão lá é só segui-las. Mas um fato extremamente importante e que foi abordado no artigo é referente ao uso da Norma é imperativo que os gestores sejam capacitados antes de disseminar para o resto da organização assim garante-se um resultado homogêneo e duradouro, o quero dizer com isso é que as orientações terão que vir do estratégico para o Tático e por último ao operacional adequado às especificidades de cada organização.

    1. Exatamente Marcio!
      é um projeto estratégico! Depois vem se desdobrando para o tático… mas começa encima no estratégico! E vem descendo até o operacional… mas todos devem estar envolvidos, principalmente, os processos e sistemas de gestão preparados pra isso.

  4. Ellen Alencar

    Em Fortaleza uma empresa CSI foi recomendada à certificação, com apoio da consultoria da Xper. Super interessante o modelo de gestão criado pelo time e super alinhado com as outras ISOs.

  5. Pessoal me levem a mal não, mas pergunto eu: a quem interessa a criação de uma norma sobre inovação?

    Uma demanda que sugeriu a criação de uma norma, ou uma norma foi criada para gerar uma demanda? Tenho minhas dúvidas se o empresariado precisa de uma norma pra gerenciar suas inovações.

    1. Yuri, eu vou responder, mas se vc acompanhar a série, vai poder vc mesmo tirar suas conclusões. Interessa à quem quer inovar, e muitas vezes não sabe por onde seguir.

      Claro que existem consultorias, ou o próprio time pode se especializar, mas como eu disse no artigo:

      […]mais de 160 países podem se envolver na criação de uma norma”

      isso me leva a pensar o bastante sobre o tema… nõa é a ideia de uma pessoa..

      “[…]Já parou para pensar a pluralidade de ideias, contextos, realidades e visões que isso pode trazer?[…]”

      Toda norma que surge, e avança, é porque existe uma demanda da sociedade, o Ex-secretário geral da ONU Kofi Annan dizia que a ISO “democratizava o conhecimento”.. acredito nisso.

      Sobre se o empresário precisa disso, olha, eu sou empresário e conheço uma centena, e afirmo pela minha experiência: SIM OS EMPRESÁRIOS E AS EMPRESAS PRECISAM. No Brasil então, nem se fala.

      Não resolve tudo não, mas é uma boa iniciativa, acompanha a série, e vamos trocando ideias.
      Grande abraço,

  6. Rafael Jean Cornélio

    É interessante termos mais uma ferramenta que nos abre os olhos em algo que talvez ainda não tenha sido visto! Para inovar precisamos analisar a fundo e creio que esta norma dará parâmetros para nos ajudar neste quesito! Acho super válido! Eu vou utiliza-la!

  7. A inovação é radical e é representada por um produto ou processo que apresenta mudanças drásticas nas características de desempenho ou custo, criam novos mercados ou transformam os mercados existentes. válida esta norma, mas vai ser difícil ter este acompanhamento.

    1. Cara, muito legal seu ponto Daniel, no andar da série nos vamos falar mais, mas a norma não é só para inovação radical, ela é pra garantir que você consiga tratar as possibilidades de inovação, por isso, acho muito válida sim…

      Repito o que falei já aqui nos comentários, não quer dizer que é fácil, 😀

  8. Claudio Gimenez

    Importantíssimo estabelecermos padrão para Inovação. Desta forma facilitaremos o processo de imersão das organizações na Inovação.

  9. Maria Claudia Oliveira Paiva

    Para mim faz sim todo o sentido ter essa norma. Hoje se fala muito em inovação, mas muitas empresas não possuem suas bases, seus processos estruturados.

  10. Sim, faz muito sentido. Tenho atendido na minha consultoria empresas com interesse em inovar e não sabem como fazer. É preciso ter as orientações para a captação de ideias, gestão da propriedade intelectual, interação com startups ou universidades, análise de mercados entre outro pontos. Disse Henry Chesbrough que a inovação aberta tornou o desafio de gerir a inovação muito mais complexo. Por isso, a norma pode garantir, como vc mesmo disse, uma série de embasamentos capazes de orientar a cada empresa, a partir de suas necessidades, o seu programa de inovação.

  11. José Pedro O. Rossés

    Parabéns pelo artigo! Muito claro e didático. Fiquei apenas com uma dúvida: a ISO 56002 acaba deixando a NBR 16501 superada, não?

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