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Gestão de Projetos: Usando o Diagrama de Redes para Gerenciar o Tempo

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Daiany Silva

Daiany Silva

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Líder de implantação MPS-BR e ISO:9001 no Grupo Forlogic. Tecnóloga em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela UTFPR, e pós-graduada em Testes de Software pela UEL. Mais informações no Linkedin.

O processo de “Sequenciar as Atividades”, envolve identificar as atividades e marcos do projeto e colocá-los numa ordem lógica, o resultado dessa sequência pode ser analisada através do “Diagrama de Redes”. Existem vários métodos para se desenhar um diagrama de redes, atualmente o mais utilizado é o método do diagrama de precedência (MDP) ou Atividade no nó (ANN). Nesse método, os nós são usados para representar atividades, e as setas mostram as dependências entre as atividades. Esse diagrama pode ter quatro tipos de relacionamento:

  • Término para início (TI): A atividade predecessora deve ser finalizada antes da sucessora. Exemplo: Terminar a fabricação de um produto antes de auditá-lo. Esse tipo de relacionamento é o mais utilizado.
  • Início para início (II): A atividade predecessora deve ser iniciada antes que a sucessora inicie. Exemplo: Você só pode dar início a divulgação de uma promoção nas redes sociais quando a mesma já tiver iniciado na loja física.
  • Término para término (TT): A atividade predecessora deve ser finalizada antes que a sucessora finalize. Exemplo: Existem campanhas publicitárias que só acabam quando acabam o estoque, isso vincula diretamente o término da campanha ao término do estoque.
  • Início para término (IT): A atividade deve ser iniciada antes que a próxima finalize. Exemplo: Você quer trocar de fornecedor mas só quer fazê-lo quando tiver certeza de que o novo fornecedor te atenderá. Quando o novo fornecedor iniciar o atendimento, você finalizará o outro contrato. Esse tipo de relacionamento é pouco utilizado.

Há quatro tipos de dependências entre as atividades em um projeto:

  • Dependência Obrigatória: É obrigatória pela natureza do trabalho ou especificada em contrato. Por exemplo: Para colocar as janelas, primeiro é preciso construir as paredes.
  • Dependência Condicional: A forma que a empresa escolhe para executar seu trabalho. Por exemplo: Vamos esperar dois dias depois das paredes construídas para começar a pintar, para que a massa seque bem.
  • Dependência Externa: São baseadas em necessidades externas a empresa. Por exemplo regras do governo ou de fornecedores.
  • Dependência Interna: São baseadas nas necessidades do projeto e podem ser definidas pela própria equipe. Por exemplo vamos construir o banheiro antes da sala.

O diagrama de redes é utilizado de maneira a mostrar o caminho crítico do projeto. O caminho crítico serve para determinar o caminho com a maior duração, isso nos ajuda a identificar a data de finalização do projeto.
Depois de identificarmos o caminho crítico do projeto, conseguimos identificar também as folgas das atividades. Podemos ter três tipos de folga:

  • Folga total: É a quantidade de tempo que uma atividade pode atrasar sem atrasar a data do projeto.
  • Folga livre: É a quantidade de tempo que uma atividade pode atrasar sem atrasar as atividades sucessoras.
  • Folga do projeto: É a quantidade de tempo que o projeto pode atrasar sem que atrase a data de entrega imposta pelo cliente.

A folga do caminho crítico é sempre zero, ou pode ser negativa caso a atividade esteja atrasada. Saber onde estão as folgas do seu projeto ajuda a organizá-lo, controlá-lo e gerenciá-lo. Por exemplo, para decidir em qual atividade um recurso menos experiente pode trabalhar, se você conhecer as atividades com maior folga para alocá-lo, o impacto no projeto será menor.
Para calcular a folga de uma atividade vamos supor que você terminou as estimativas de tempo das atividades, você já sabe quantos dias essa atividade vai levar, sabe que dia deve começá-la e que dia deve finalizá-la. Você poderá utilizar a fórmula: Folga= Data de início mais tarde (IMT) – Data de início mais cedo (IMC), ou Folga = Data de término mais tarde (TMT) – Data de término mais cedo (TMC). Você pode usar qualquer uma das duas fórmulas pois o resultado será o mesmo.
Mas, vamos ver como isso funciona na prática:
projeto-tempo-caminho-critico-pmbok

Figura 1 – Exemplo de método do caminho crítico. Fonte: GUIA PMBOK 5ª edição

Para calcular o IMT, TMC: na atividade A iniciamos com 1, alguns autores apresentam o valor inicial 0, que particularmente acho mais fácil de calcular, mas vamos iniciar com o valor 1 como é apresentado no PMBOK. A duração da atividade A é 5, se essa começa no dia 1 e tem a duração de 5 dias, a mesma termina no dia 5, portanto a próxima atividade deverá começar no dia 6, a atividade B tem 5 dias de duração, ela começa no dia 6 e termina no dia 10, pois contamos inclusive o dia 6. Agora a atividade B termina dia 10 e a C no dia 15, a atividade D só irá começar depois que a C terminar, pois são dependentes, portanto essa irá começar apenas no dia 16. Esse cálculo representa o caminho de ida no diagrama.
Para podermos calcular a folga das atividades devemos fazer o cálculo do caminho de volta também. Repetimos o valor do TMC da última atividade, no nosso caso a atividade D que é 30, que representa o valor do TMT, 30 menos os 15 dias de duração (contando inclusive o dia 15), vai nos dar o valor 16, que representa o valor do TMC, que é o mesmo do IMT nessa atividade. Sabemos que o TMT da atividade C é 15 pois a atividade D deve começar no dia 16, nisso podemos concluir que mesmo que a atividade B tenha 5 dias de duração, essa poderá ter seu termino até a atividade C acabar, portanto o TMT da atividade B também será 15.
Na imagem o caminho A-C-D representa o caminho crítico, 5 + 10 + 15 = 30, ou seja, representa a sequência de atividades que levará o maior tempo no projeto. Como já sabemos que o caminho crítico tem folga zero, então nos resta calcular a folga do outro caminho, A-B-D, 5+5=15= 20, a folga da atividade A-D (que estão no caminho crítico) é zero, calculando a folga da atividade B, utilizando as fórmulas temos Folga = IMT – IMC, Folga = 11- 6 = 5, Folga = TMT – TMC, Folga = 15 – 10 = 5. Portanto temos 5 dias de folga para a execução da atividade B, sem que tenhamos impacto no prazo do projeto.

Referências
Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos: Guia do PMBOK , 5a. edição, 2011, PMI
PMP Rita Mulcahy  8º Edição
Curso de preparação para certificação EUAX

 

Sobre o autor (a)

5 comentários em “Gestão de Projetos: Usando o Diagrama de Redes para Gerenciar o Tempo”

    1. Joyce Sartori Lhopis

      NÃO. O Diagrama de Redes é uma ferramenta que possibilita a visão do início e do fim de uma atividade. O Pert te mostra o caminho mais pessimista e otimista. O Cpm te dá o cálculo de início mais cedo e mais tarde e término mais cedo e mais tarde de cada atividade te mostrando as folgas.

  1. Marla Fanaro

    Gostei do esclarecimento!! Estava difícil achar algo assim direto e esclarecedor! Obrigada 🙂

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