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Jeitinho brasileiro, o inimigo da qualidade!

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Eduardo Melo

Eduardo Melo

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Engenheiro Químico pela Escola de Engenharia da UFMG. Black Belt, Six Sigma pela Werkema Consultores. Pós-Graduado em Gestão de Laboratórios pela UNICAMP. Gerente de Laboratórios da CSN Mineração. Coordenador da Comissão de Estudos para Amostragem e Preparação de Amostras em Minério de Ferro para a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Acredita profundamente que: “Nosso maior medo não deve ser o fracasso, mas ser bem sucedido no que não importa.” – Francis Chan. Para me conhecer mais, acesse meu LinkedIn.

Explicar para nós, brasileiros, do que se trata o famoso “jeitinho brasileiro”, é chover no molhado! Não precisa! Afinal, somos especialistas nisso! Se você viajar pelo gigantesco mundo da internet, vai ler inúmeros artigos sobre o tema! Muitos autores, articulistas e blogueiros vão dizer que o jeitinho brasileiro é fantástico, faz parte da nossa cultura e nos possibilita solucionar o que não tem solução! Dirão que é a livre manifestação da criatividade!

De fato, eles têm razão! O “jeitinho brasileiro” é a manifestação da criatividade nacional. E está tão arraigado na nossa cultura que utilizamos deste artifício sem ao menos perceber! E é exatamente aí que mora o perigo! O “jeitinho brasileiro” é um verdadeiro sabotador do movimento pela qualidade!

Não há dúvidas de que uma das formas mais eficientes para se conseguir resultados em níveis de excelência é a padronização! Padronizar não significa todo mundo fazer tudo igual o tempo todo, isso se chama robotização, por isso precisamos entender o que é, de fato, a padronização.

Segundo o Professor Vicente Falconi:

Padronizar é reunir as pessoas e discutir o procedimento até encontrar aquele método que for melhor; treinar as pessoas e assegurar-se de que a execução está de acordo com o que foi combinado”.

E é exatamente aí que o “jeitinho brasileiro” acaba por jogar tudo por água abaixo!

Como cada um tem o seu “jeitinho” preferido e próprio de fazer cada coisa, nunca temos um padrão. Este “jeitinho” é desenvolvido por mim, para mim e só eu uso! E pior do que isso, muitas vezes o “jeitinho” preferido de alguém fazer algo é sensacional, muito melhor do que o jeito padronizado, mas ninguém compartilha!

Se existem várias formas de se fazer algo, algumas muito melhores do que o estabelecido e que podem tornar uma determinada atividade ou tarefa mais fácil e com um resultado melhor, então, por que o operador não solicita a revisão do procedimento e compartilha com todos o “jeitinho” melhor? Aposto que você pensou: “Era só falar que estava tudo resolvido!”.

Não solicita a revisão porque não sente que o padrão faz parte dele, da sua rotina e da sua vida! Em geral, os procedimentos são escritos de forma solitária por alguém, como se fosse um livro de memórias ou um diário de adolescente. O responsável por escrever o procedimento passa horas a fio escrevendo, lendo e relendo para que fique claro e límpido, de fácil entendimento, para que todos possam utilizá-lo. Mas escreve tudo sozinho, sem a ajuda de ninguém!

E é por este motivo que existem duas classes distintas dentro das empresas: a dos que escrevem os procedimentos e a dos que DESCUMPREM os procedimentos. E enquanto estas classes existirem haverá muito “jeitinho”, pouca padronização, pouca eficiência. E qualidade então, nem se fala!

Se voltarmos lá na frase do Professor Falconi, perceberemos que a solução do problema já se encontra lá: “padronizar é reunir pessoas e discutir o procedimento”. Quantas vezes você já convidou o operador, ou melhor, ainda, os operadores para discutirem com você se o procedimento é o mais adequado e se é possível ser cumprido no dia a dia?

Integrar os que executam o processo é valorizar os procedimentos, as pessoas e suas opiniões! É valorizar quem faz, e que, com certeza, sabe fazer. É ouvir o ponto de vista de todos e extrair o melhor de cada um deles, construindo um procedimento capaz de trazer segurança, qualidade e eficiência para o processo produtivo! É tornar este procedimento parte deles, da rotina deles e da vida deles! É atingir DIRETAMENTE o público alvo sem chances da mensagem se desviar. É criar comprometimento e dar início a uma cultura da qualidade!

Porque não pedir ajuda para que eles te ajudem a revolucionar os procedimentos da sua empresa? Padronizar o “jeitinho brasileiro”, mais do que nunca, depende de você!

Sobre o autor (a)

4 comentários em “Jeitinho brasileiro, o inimigo da qualidade!”

    1. Eduardo Melo

      Jeison, fico feliz que tenha gostado! Juntos faremos o Blog cada dia melhor. Gosto muito de seus artigos também! Grande abraço! Eduardo

  1. Gabriel Augusto da Silva

    Parabéns Eduardo, gostei muito do seu artigo!
    estou passando pelo mesmo problema na empresa e consegui ter uma visão diferente após a leitura.
    Obrigado.

  2. EDUARDO PIMENTA DE ALMEIDA MELO

    Fico feliz que tenha ajudado, Gabriel. Nosso objetivo é exatamente compartilhar o conhecimento para que todos possam evoluir na cultura da qualidade. Forte abraço e boa sorte nos seus desafios.

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