Sou co-fundador da ForLogic, hoje atuo com gente, cultura e gestão. Sou um dos criadores do Qualiex, do Qualicast (o 1º Podcast nacional focado em qualidade), criador do Blog da Qualidade (o maior blog sobre Qualidade do Brasil). Mestre em Engenharia da Produção pela UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), auditor líder formado com orgulho pela ATSG na ISO 9001 e 22000, pai, empreendedor, e um inconformado de plantão!
Acredito na responsabilidade do indivíduo, no poder da qualidade e que podemos fazer diferente. Me acompanhe no Linkedin e no Instagram.
Clara está prestes a fazer 3 anos, e ela chora todo dia porque não quer ir para a escola. Aperta o coração, mas levo ela, e deixo-a chorando mesmo.
Estou ensinando para Clara que a vontade é algo que escapa ao nosso controle. E temos que lidar com coisas que não temos vontade. Tão ou mais importante que fazer o que gostamos, é fazer o que não gostamos quando temos que fazer. Perdemos a capacidade do descontentamento.
Um trabalho que eu não quero
Assumi uma responsabilidade nova no trabalho, eu não gosto de fazer o trabalho que tenho que fazer. Eu gosto das pessoas, do ambiente, mas aquele trabalho, não me apetece, não me anima, não me deixa motivado.
Dane-se! Ele precisa ser feito, e eu vou fazer.
Para isso eu preciso de força de vontade.
Luto todo dia para encontrar pontos de conexão entre o trabalho que preciso fazer, minha motivação e alegria para aprender a fazê-lo com o máximo de paixão.
É importante dizer, vontade é diferente de força de vontade. VONTADE é querer algo, FORÇA DE VONTADE é agir para o que se quer.
Liderar requer força de vontade
Quando educamos os filhos, estamos educando a nós mesmos. Você não educa um filho sem dizer nada. Ele aprende olhando o que você faz. Por isso, ou você melhora, ou não vai educar tão bem quanto gostaria. Ele segue seu exemplo.
Isso vale para as equipes!
O tempo todo os times estão medindo nosso desempenho pelo nosso empenho, e pela forma como lidamos com as mais diversas situações. Pelo que aceitamos e refutamos. Liderança é um exercício de exemplo. Todo o resto, é 10%, enquanto o exemplo é 90% ou, talvez 95%.
E é fácil ser exemplo discursando ou concentrado, falo por minha experiência própria, difícil é ser exemplo quando tudo dá errado. Ou quando algo foge ao controle, ou quando assumimos algo que nos apavora e precisamos decidir.
Nessa hora é que todos nos observam, filhos, amigos, liderados e chefes.
Pais, assim como os líderes, não estão aqui para agradar.
Claro que amo minha filha, assim como, gosto muito de trabalhar com as pessoas que trabalho, tendo mesmo, amor, por diversas pessoas que convivem comigo todo dia na labuta.
Porém, amar não significa agradar, mas sim se importar. Se me importo com minha filha, começo hoje a mostrar para ela que certas coisas são diferentes de como ela espera. E que fazer manha, choro, e biquinhos, não vão mudar as coisas. Mostro para ela que o que foi decidido pela alta direção (mãe dela), ou seja, “você vai para a escola”, vai ser cumprido pelo time tático (eu, que é quem a leva para escola) e que ela (operação) vai precisar aceitar a direção, pois o caminho escolhido no futuro, nos leva para um bom caminho.
É claro, nem sempre a alta direção tem razão, mas nesse caso sim. Nós ouvimos, conversamos, debatemos, mas depois da decisão tomada, ela deve ser seguida.
‘Genchi Genbutsu’
O líder tem o dever de apontar os problemas, inconstâncias e faltas da equipe. Não para punir, ameaçar, ou humilhar, e sim para educar. Para promover a melhoria contínua. Também deve dizer o que é duro, mesmo assim deve ser feito.
Isso me lembra aquela prática oriental do ‘Genchi Genbutsu‘, que diz que: se você líder, não tiver 10 minutos de SOBRA, não saia da sua sala. Pois se você sair, e ver algo errado, deve parar imediatamente o que está fazendo para conduzir a situação.
Passar por aquilo, ver e não agir, é muito pior do que o problema em si. É sua postura, sua conduta, seu exemplo como líder. Por isso, quando interagir com seus colegas e times, fique atento aos padrões que devem ser observados e imediatamente dar feedback quando identificar os desvios.
Concluindo
Mais que fazer o que se quer, precisamos reaprender a fazer o que deve ser feito, e no lugar de atender as nossas vontades, a desenvolver em nós mesmos, e nas pessoas que nos rodeiam a força de vontade necessária para realizar coisas importantes.
Ser exemplo não é ser perfeito, é atuar da maneira certa, nos mais diversos momentos, isso é liderar e a liderança, clama por bons exemplos.
Muitos têm vontade de liderar, mas vontade não basta, liderar requer força de vontade.
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