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O eixo ambiental do ESG

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Edson Silva

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Cofundador da EDX Consultores, responsável pelos produtos da área de Estratégia & Gestão e de Gestão. Atua há mais de vinte e cinco anos como consultor, desenvolvendo projetos junto a organizações dos segmentos de serviços (com destaque para as áreas de saúde, educação e logística), industrial (empresas dos ramos automotivo, eletroeletrônico e metalomecânico), do agronegócio, do saneamento básico e da mineração, apoiando-as na implantação de ferramentas de Gestão Estratégica (Planejamento Estratégico, BSC e Gestão do Conhecimento, entre outros).

O eixo ambiental: ESG vai muito além da destinação correta de resíduos sólidos!

Qualquer que seja o enfoque ou a interpretação que se faça do conceito do ESG, um ponto é unanimidade entre os especialistas: os eixos que o compõem precisam fazer parte da Estratégia de cada organização, uma vez que todos têm impacto no negócio.

É isso mesmo! Os eixos do ESG são… oportunidades de negócio!

Esse é o segundo de quatro artigos sobre ESG e seus eixos (ambiental, social e de governança corporativa) tratando das questões relacionadas ao primeiro desses eixos, “Voce sabe o que ESG?” aborda a gestão ambiental do ESG, que tão bem já conhecemos, se relaciona com ele.

Vamos começar falando do uso de recursos naturais?

Quando se fala em gestão ambiental, tradicionalmente os primeiros temas abordados são a geração de resíduos sólidos, a geração de efluentes e a emissão de particulados e poluentes.

A questão fundamental que se coloca como estratégica é o entendimento de que não há ESG se não houver políticas e diretrizes de como as organizações utilizam recursos naturais em seus processos, produtos, serviços e, em última análise, em seu negócio.

A definição clássica de recursos naturais, extraída do site www.portalsolar.com.br (visualização em 24/03/2022) é: “todos os elementos disponíveis na natureza que podem ser consumidos ou utilizados para a realização de atividades humanas, como por exemplo, a geração de energia. Eles podem ser renováveis ou não renováveis e são divididos em biológicos, minerais, hídricos e energéticos”.

Hoje em dia há uma inevitável preocupação com o caminho que o Homem vem trilhando na direção do esgotamento de recursos naturais antes abundantes, inclusive quanto aos impactos desse consumo desenfreado nos ecossistemas globais.

Isso leva a um enorme desafio para as organizações e a sociedade como um todo: se todos dependemos do ar, da água, do solo, da biodiversidade e de outros recursos naturais, como podemos fazer com que as riquezas relacionadas a eles não se esgotem com o tempo?

Esse esgotamento pode ocorrer pelo uso excessivo, como mencionado acima, mas também pela deterioração desse verdadeiro patrimônio, ocasionada por níveis crescentes de poluição de mananciais, por exemplo.

O eixo ambiental do ESG é uma oportunidade para que os processos, produtos e serviços de uma organização sejam avaliados sob a ótica de seu impacto sobre o meio ambiente, levando a decisões estratégicas, comerciais, operacionais e econômico-financeiras em relação aos recursos naturais que estejam atualmente em uso ao longo de sua cadeia de valor.

Nesse aspecto, para cada organização que tenha o ESG como um dos pilares de sua Estratégia, há uma clara necessidade de se avaliar profundamente a utilização de recursos naturais no seu dia a dia, incluindo a busca por alternativas técnica e economicamente viáveis para rever e aprimorar essa utilização.

Em outras palavras: quando se pensa em uso de recursos naturais, o mais importante é determinar os impactos negativos e os benefícios ambientais dessa utilização, adotando um enfoque de gestão dos riscos e das oportunidades relacionados ao tema.

Geração e gestão de resíduos

Resíduos sólidos são “subprodutos de processos derivados das atividades humanas, animais e de processos produtivos como a matéria orgânica e o lixo doméstico” (conforme site www.sebrae.com.br, visualização em 30/03/2022). Na maior parte das vezes, os resíduos têm potencial para prejudicar o meio ambiente (por exemplo: contaminar o solo) ou dificultar sua correta destinação final (por exemplo: ocupação de aterros sanitários).

Destaque especial deve ser dado a resíduos perigosos que apresentam riscos potenciais à vida, à saúde e ao meio ambiente. A norma brasileira NBR 10.004:2004 estabelece os critérios para classificação dos resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde do homem.

Nesse contexto, o gerador de resíduos precisa conhecer a forma correta para dispô-los, incluindo oportunidades de substituir sua fonte geradora (para evitar que eles ocorram), reduzir sua geração (e, por consequência a necessidade de lhes dar a correta disposição), reutilizá-los ou reciclá-los.

Geração de efluentes e seus tratamentos

Efluentes também são “subprodutos provenientes de processos produtivos ou do consumo humano. Os efluentes podem ser líquidos ou gasosos, também podem ser subdivididos entre efluentes domésticos e efluentes industriais” (conforme site www.aguasustentavel.org.br, visualização em 30/03/2022). Efluentes podem necessitar de um tratamento adequado para que possam ser lançados em corpos receptores (cursos d’água, lagos ou outros), sempre tendo em vista os requisitos legais que necessitam ser atendidos.

Um aspecto importante (e cheio de oportunidades para o negócio) é o reuso de água. Águas residuais geradas em processos, produtos e serviços podem ser tratadas antes de ser fornecidas a um usuário, com seu reaproveitamento em diversas aplicações: limpeza de vias públicas, uso em banheiros públicos (em vasos sanitários) e regas de jardins, entre outros usos. Essa é uma abordagem sustentável para assegurar o uso consciente e racional desse recurso natural, especialmente como forma de enfrentamento da escassez hídrica.

Emissão de particulados e a qualidade do ar

As emissões atmosféricas “representam o lançamento na atmosfera de substâncias na forma particulada, gasosa ou aerossóis, acompanhadas ou não de energia, capazes de causar alterações no compartimento atmosférico, quando lançadas em concentrações superiores à sua capacidade de assimilação” (conforme site www.feam.br, visualização em 30/03/2022). A emissão de particulados à atmosfera impacta diretamente a qualidade do ar que respiramos, podendo levar à sua poluição. A poluição do ar é a contaminação do ar acima de níveis aceitáveis, determinados, na maioria das vezes, por legislações aplicáveis.

A organização deve estar atenta a essas legislações, bem como àquelas que estejam relacionadas a seus processos, produtos e serviços, de modo a mitigar os impactos ambientais dos particulados que emite para a atmosfera.

Esse tema é particularmente sério quando se pensa em mudanças climáticas.

O tema da vez em todo o planeta: mudanças climáticas

O eixo ambiental do ESG não estará completo sem uma discussão séria sobre mudanças climáticas.

Como as mudanças dessa natureza são atribuídas, direta ou indiretamente, às atividades humanas que interferem na composição da atmosfera mundial, é fundamental que a organização leve em consideração como suas atividades possam contribuir para agravar essa interferência nefasta. Quer um exemplo dessa situação? É só pensar na liberação de Gases de Efeito Estufa (GEE)!

Para uma percepção completa da situação, é fundamental que a avaliação ocorra em dois sentidos: (i) dos impactos dos processos, produtos e serviços da organização em relação à ampliação das mudanças climáticas e (ii) a avaliação dos impactos dessas mudanças sobre suas atividades.

Outro ponto fundamental: como seu relacionamento com as Partes Interessadas relevantes é afetado, bem como a maneira com que esse tema impacta nos resultados da organização. O foco aqui tem que ser a mitigação dos impactos! Um exemplo: substituição dos combustíveis fósseis como fonte de energia para processos industriais ou geração de eletricidade.

Adaptar-se à mudança global do clima implica adotar as medidas adequadas para reduzir seus efeitos negativos e/ou explorar oportunidades para o negócio de cada organização.

 

Muito além da reciclagem

Um correto monitoramento do desempenho ambiental de produtos e serviços providos por uma organização, aliado à inovação em relação a eles, é fundamental para que os impactos ambientais possam ser conhecidos e gerenciados, aproveitando inclusive as oportunidades de negócios que vêm dessa inovação.

Adicionalmente, novos conceitos devem ser cada vez mais corriqueiros nas empresas que têm o ESG como pilar. Um deles é a chamada “Economia Circular”.

De acordo com o site www.portaldaindustria.com.br (visualização em 24/03/2022), Economia Circular é “um conceito que associa desenvolvimento econômico a um melhor uso de recursos naturais, por meio de novos modelos de negócios e da otimização nos processos de fabricação com menor dependência de matéria-prima virgem, priorizando insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis”.

Conclusão sobre o eixo ambiental do ESG

Por tudo o que foi dito nesse blogpost, o eixo ambiental do ESG é um amplo conjunto de oportunidades relacionadas ao uso de recursos naturais e à mitigação de impactos ambientais que, se bem compreendidas, podem levar as organizações a obter ganhos consideráveis e conseguir diferenciais competitivos em relação a seus concorrentes.

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