Auditora Líder ISO 9001:2015, ISO 22000:2018 e ISO 31000:2016. Redatora do Blog da Qualidade e Especialista de Comunicação no Qualiex! Eu ajudo profissionais a resolverem problemas de qualidade por meio de tecnologia e acredito que esse é o primeiro passo para uma vida de Excelência. Gosto de rock, desenho animado e vejo qualidade e excelência em tudo isso. Não me leve tão a sério no Twitter, mas se preferir, você também pode me encontrar no Facebook e Linkedin.
Liderança é um desafio que é muito discutido atualmente, junto com desempenho de equipes e o que um influencia no outro. Certa vez eu escrevi aqui um post chamado “A culpa é do profissional da Qualidade” que gerou muita polêmica por aqui, mas na verdade o assunto central é sobre liderança e posicionamento.
Lendo algumas coisas por aí, me deparei com esse estudo de caso que me fez refletir demais sobre o quanto os líderes influenciam no desempenho das suas equipes e quero compartilhar com vocês.
Estudo de caso sobre as equipes do exército
No início da década de 1980, o exército de Israel projetou um curso de comando no combate. A cada 15 semanas, 100 soldados trainees foram atribuídos a um dos 4 comandantes, fazendo um rodízio, e após 3 meses eles recebiam 16 horas de contato com um comandante para realizar o treino.
Dois psicólogos (Eden e Shani) convenceram o governo a executar um teste para ver se o Efeito de Pigmaleão (quanto maior a expectativa colocada sobre alguém, melhor será o desempenho dela) existia nas forças armadas.
Antes de um grupo de trainees começar o curso, realizaram uma série de testes psicométricos para constar suas capacidades. Os resultados dos testes e avaliações dos comandantes anteriores dos trainees foram combinadas para prever o potencial dos mesmos, que consistiam em:
- Potencial elevado: indicava que eles poderiam fazer algo tão bem como os comandantes
- Potencial regular: pontuações que cumpriam as exigências do curso, mas não superava-as;
- Potencial desconhecido: pontuações não foram mensuradas estatisticamente;
Os potenciais então foram apresentados para os comandantes antes do início do curso. O que os comandantes não sabiam era que o as pontuações dos treinees foram distribuídas aleatoriamente, e não tinha nada a ver com seus potenciais, justamente para manipular as expectativas dos comandantes antes de começarem o curso.
O que aconteceu?
No fim do curso, o desempenho dos soldados foi avaliado novamente considerando velocidade, precisão e aprendizagem. Os testes foram desenhados para remover quaisquer preconceitos que os instrutores possam ter desenvolvido.
Apesar dos trainees terem recebido uma pontuação aleatória no início do curso, os treinees que os comandantes acreditavam ter maior potencial, faziam realmente melhor. Portanto, concluiu-se que o Efeito Pigmalião estava bem vivo no exército.
Se o comandante acreditava que alguém faria algo incrivelmente bem, eles faziam.
Eden e Shani ainda fizeram mais, pediram para os trainees avaliarem seus comandantes. Enfim, a pontuação refletiu a capacidade de liderança dos comandantes e se eles recomendariam o curso para algum amigo.
O resultado teve proporcionalmente o mesmo resultado da pesquisa anterior. Ou seja, os soldados de alto potencial classificaram seus líderes como de alto potencial. Por outro lado, os de baixo potencial avaliaram seus comandantes como sendo de baixo potencial.
Estes eram os mesmos líderes, com os mesmos soldados, no mesmo curso. Porque a liderança variou tanto?
As expectativas influenciam muito!
Sem percebermos, nós mudamos nosso comportamento de acordo com nossas expectativas, e isso pode influenciar os resultados das nossas equipes.
Isto não quer dizer que você vai sair delegando mil coisas por aí e vai resolver as questões de desempenho da sua equipe, mas talvez sugira que você desafie as pessoas e acredite nelas.
Quando tratamos nossas equipes como bebês, que não podem ser desafiados, estamos incentivando a mediocridade e deixando os acomodados confortáveis com o resultado medíocre. Se você já definiu seus objetivos no planejamento estratégico, pense nisso! Que tipo de resultados gostaria de ter?
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Referência:
Talvez, James Lawther tenha explicado bem melhor do que eu.
1 comentário em “O que você espera da sua equipe?”
Excelente seu artigo! Este ponto me chamou muito a atenção: “Quando tratamos nossas equipes como bebês, que não podem ser desafiados, estamos incentivando a mediocridade e deixando os acomodados confortáveis com o resultado medíocre. Se você já definiu seus objetivos no planejamento estratégico, pense nisso! Que tipo de resultados gostaria de ter?”.
Isso mexeu muito comigo, como gestora, ou seja, a forma como conduzo minha equipe e também a forma com sou orientada pela alta administração. Eu sinto que os bons profissionais querem ser desafiados, querem ver frutos dos seus trabalhos, mas, sem norte, somos meros bombeiros na empresa.