Blog da Qualidade

Novos termos da ISO 17025:2017 – Parte 1

Receba Nossa News

Os conteúdos mais legais sobre qualidade, semanalmente em seu e-mail

Todos os dados inseridos aqui, estão resguardados pela Política de Privacidade da ForLogic, totalmente adequada a LGPD e ISO 27001 (Segurança da Informação).

Carlos Gobbo

Carlos Gobbo

+ posts

Estou no último ano de Economia, e faço parte da equipe comercial do MyLogical. Além de estar imerso no mundo da metrologia, sou crítico amador de cinema nas horas vagas e não gosto de “blockbuster”. Cético, questionador e reclamão, mas ainda não sou o Eustácio Bagge. Me ache no Linkedin e no Instagram!

Este é mais um artigo da série sobre a revisão da ISO 17025:2017. Alguns pontos que apareciam pouco na norma antiga, agora com estão com um foco maior. E, para fazer isso, a versão 2017 indica muito mais “o que fazer”, mas não especifica como isso deve ser feito, ou seja, introduz parâmetros de gestão para as empresas, mas deixa claro que o laboratório é responsável pelas ações e pela estratégia a ser utilizada (o “como fazer”).

Antes de entrarmos nas mudanças da nova norma, é importante falar sobre alguns conceitos que surgiram e outros que foram reforçados na 17025:2017. E hoje vou falar sobre três conceitos importantes da nova norma, confere aí!

Atividades de Laboratório: três é um!

Um conceito novo trazido, “atividades de laboratório”, acaba influenciando todo o resto da norma, pois são todas as atividades profissionais que são exercidas por um laboratório. O interessante é que agora, além de ensaios e calibrações, o termo engloba também a “amostragem”. De todo modo, no Brasil ainda não existe uma política que permite termos laboratórios acreditados somente em “amostragem”, mas pode vir a ser um passo no futuro.

É interessante definirmos esse conceito antes de todos os outros, pois ele aparece em peso na nova revisão da norma. Então, sempre que falarmos aqui no blog “atividades de laboratório”, lembre-se: esse termo engloba todas as atividades que são executadas no laboratório.

Imparcialidade

No requisito 4.1.5 da versão 2005, o termo de “imparcialidade” não era tão enfatizado como nessa nova versão. Agora, ele reforça a objetividade no trabalho e a ausência de conflitos de interesse, de modo que as atividades de laboratório não sejam influenciadas.

Ter um código de ética ou um código de conduta são exemplos de práticas que vão ajudar as empresas a manter a imparcialidade nos seus processos. Outro exemplo, que já era prática para algumas empresas mesmo antes da revisão, é ter uma política de presentes, conduta muito utilizada para a prevenção de suborno, que está muito ligada à norma ISO 37001. Mas, como eu disse, a norma não obriga a utilização de nenhuma dessas práticas, e falaremos disso mais para frente.

De qualquer forma, garantir a imparcialidade é um grande desafio dentro e fora das atividades metrológicas, tendo em vista é que uma atitude que deve ser trabalhada diariamente e cultivada de maneira rotineira, para que se torne uma das diretrizes da cultura da empresa.

Confidencialidade

Semelhante ao termo anterior, a “confidencialidade” aparecia apenas três vezes na norma antiga. Já na nova versão, existe um item completo para tratar desse assunto.

Na revisão de 2017, a confidencialidade é exigida não somente para os dados de calibrações e ensaios, mas também para todas as informações existentes no laboratório, sejam informações de gestão administrativa, financeira, dados de clientes, colaboradores e etc.

Outro ponto importante sobre a confidencialidade é que, caso o laboratório precise divulgar alguma informação de um cliente, ele deve estar sempre ciente e o laboratório tem a obrigação de avisá-lo de algum modo que esses dados estão sendo expostos.

Faça do seu jeito!

Para atender a essas exigências, o laboratório deverá garantir imparcialidade e confidencialidade de seu trabalho. E o interessante disso é que se torna um desafio, pois os mecanismos de prevenção não estão descritos na norma. Isto é, não é a norma, a auditoria ou o INMETRO quem define as atitudes que irão garantir a imparcialidade e a confidencialidade, mas sim o próprio laboratório.

Partindo disso, já existe uma relação estrita com a “análise de riscos” (que, inclusive, é assunto de um dos próximos artigos sobre a revisão da ISO), pois o laboratório precisará analisar e compreender o que pode ameaçar a imparcialidade nos processos e a confidencialidade dos dados.

ISO 17025:2017: por um laboratório mais completo

Achei importante trazer esses conceitos primeiro, pois eles estão ligados a todas as atividades do laboratório. Em qualquer processo que se realiza, é crucial manter a imparcialidade para que haja objetividade no trabalho, assim como a confidencialidade dos dados, que cria uma relação de confiança com os clientes e os próprios colaboradores da empresa.

Agora, com a nova definição de “atividades de laboratório“, fica mais claro que todos os processos devem ser levados em conta. Por exemplo: quando você for trabalhar os itens “imparcialidade” e “confidencialidade”, terá que aplicá-los em todas as atividades, inclusive na amostragem.

Com isso, ficamos por aqui no artigo de hoje. No próximo, trarei mais algumas definições que foram retrabalhadas e novos termos da revisão. Espero que tenha gostado do texto e comenta aí o que você achou dos novos termos! Até a próxima.

Sobre o autor (a)

6 comentários em “Novos termos da ISO 17025:2017 – Parte 1”

  1. Fábio Francisco de Assis

    Muito bom o texto Gobbo.. “já existe uma relação estrita com a ‘análise de riscos’ (que, inclusive, é assunto de um dos próximos artigos sobre a revisão da ISO)” já estou ansioso pelos próximos.

    Parabéns!!!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Blog da Qualidade

Artigos relacionados

Novidades da qualidade e gestão

Receba conteúdos inéditos e exclusivos sobre Qualidade, Excelência e Gestão semanalmente e faça parte da comunidade mais empenhada na melhoria contínua!