Blog da Qualidade

Com tantos controles, por que as pessoas continuam achando que o Sistema de Gestão não é útil?

Receba Nossa News

Os conteúdos mais legais sobre qualidade, semanalmente em seu e-mail

Todos os dados inseridos aqui, estão resguardados pela Política de Privacidade da ForLogic, totalmente adequada a LGPD e ISO 27001 (Segurança da Informação).

Picture of Rogério Meira

Rogério Meira

+ posts

Acredito em Modelos de Sistemas de Gestão, especialmente Normas Internacionais e Critérios de Prêmios, e que Bons Auditores Transformam Organizações ! Sou Fundador, Diretor Executivo e CKO – Chief Knowledge Officer da ATSG – Academia Tecnológica de Sistemas de Gestão, orgulhosamente um importante player na Formação de Auditores Líderes de Sistemas de Gestão com diversos e importantes reconhecimentos formais. Mantenho um Canal no YouTube com insights originais sobre Sistemas de Gestão. Engenheiro Mecânico pela PUC-RS e Mestre em Gerenciamento da Qualidade pela ENSAM Paris / França. Também atuo como Professor convidado em diversos programas de pós-graduação nas áreas de Sistemas de Gestão baseados em Normas ISO e como Auditor Líder de Sistemas de Gestão com base em múltiplas Normas ISO. Estou no Instagram e LinkedIn.

Neste artigo, vamos cruzar os dados de alguns recentes estudos do TMF Group, do estudo “Doing Business” do Banco Mundial e do IPC – Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional. 

Esse cruzamento demonstra como opera o “contexto externo” de uma organização. A partir dele, importantes conclusões podem ser tiradas a respeito da percepção de eficácia e eficiência do Sistema de Gestão, dentro de uma organização.

Uma das questões que frequentemente recebo, seja em aulas ou pelas redes sociais é

“Por que as pessoas, de um modo geral, dentro da organização, não têm a percepção que o Sistema de Gestão é eficaz?”

Essa é uma belíssima questão! Afinal, as organizações com o Sistema de Gestão implementado possuem diversos controles, e controles existem para assegurar que os riscos do negócio sejam mantidos dentro de níveis aceitáveis.

Então, por que – ainda assim – as pessoas permanecem com essa questão?

Para respondê-la, é importante ter em mente que não temos como retirar uma organização e seu Sistema de Gestão do meio (econômico, social, competitivo, …) no qual ela está inserida.

Não é à toa que, toda e qualquer norma de Sistema de Gestão baseada no Anexo SL da ISO, no requisito 4.1 aborda o contexto da organização, ou seja, onde esta organização está inserida sob o ponto de vista externo à organização, ou seja, nos âmbitos mercadológico, econômico, social e cultural, entre outros.

Pensando nisso, analisemos os dados dos 3 estudos citados na introdução, que demonstram como está esse “contexto externo” de uma organização, no Brasil.

O primeiro, é um recente estudo do TMF Group que posiciona o Brasil como o 2º país mais confuso (nas palavras do estudo!) do mundo para se fazer negócios e contratar pessoas dentre 70 países que foram analisados.

O segundo estudo é um ranking do Banco Mundial, chamado “Doing Business”, onde o Brasil aparece na posição 124º, dentre 180 países estudados. Ou seja, é um dos países onde a manutenção da contabilidade é das mais complexas do mundo.

Esses dois estudos – portanto – representam os “controles” (ou o excesso de controles) que nós temos no nosso país.

Por outro lado, há um terceiro estudo que é o IPC – Índice de percepção da corrupção, levantado pela Transparência Internacional, Organização Não Governamental que fomenta o combate à corrupção.

Em recente estudo, o Brasil aparece com uma nota 35 em uma escala de 0 a 100, o que rendeu ao Brasil a posição 106º dentre os 190 países considerados.

Analisando os dados

Fazendo o cruzamento desses dados, chegamos a algo muito interessante. 

Existe correlação positiva, ou seja, naqueles países onde é mais fácil se fazer negócios, onde os controles são mais inteligentes, mais sensatos, existem melhores índices de percepção da corrupção. 

Por exemplo, temos países como: Nova Zelândia, Singapura, Suécia e Austrália, que estão muito bem posicionados no “Doing Business” e se destacam positivamente no IPC – Índice de percepção da corrupção.

No sentido oposto, também fica clara a correlação: o Brasil está mal posicionado no “Doing Business” e no IPC – Índice de percepção da corrupção.

Ou seja, correlação positiva claríssima!

Quando um colaborador ou nós mesmos precisamos fazer um negócio onde são requeridos comprovantes de endereço, firmas reconhecidas por semelhança (ou até por autenticidade!), a nossa tendência deveria ser imaginar que isto está contribuindo com a transparência e correção dos negócios. 

Mas, ao mesmo tempo que nos deparamos com essa diversidade de controles, continuamos percebendo, no dia a dia, casos de desvios, de corrupção.

É sobre esse paradigma que precisamos estar atentos!

Considerando que esta é a leitura que as pessoas fazem a respeito de controles, vamos, então, entender o que precisamos fazer no nosso Sistema de Gestão para enfrentar esta armadilha.

Como já nos ensina Joseph Tainter no livro “Colapso das sociedades complexas”, o excesso de controles pode levar ao colapso de uma “sociedade”. 

Em outras palavras, quanto mais controles se criam, é possível que as pessoas percebam uma maior dificuldade para as operações do negócio, desde que elas não compreendam a missão, o objetivo de tais controles.

Esse é o ponto chave!

Da mesma forma que os “controles da vida real” não contribuem com a lisura no nosso cotidiano, logo também dentro da empresa, os controles não contribuíram com a eficácia e muito menos com a eficiência do nosso negócio.

Está criado o paradigma!

Solução… ou desafio

1) Um bom Sistema de Gestão não é aquele em que as pessoas só fazem o que está nos procedimentos. Um bom Sistema de Gestão é aquele em que ninguém precisa fazer algo que não faça sentido.

2) Quanto maior a quantidade de processos e controles cuja missão ou propósito não estejam claro para as pessoas, menor será a percepção de eficácia do Sistema de Gestão.

Portanto, muita conscientização sobre os impactos na inobservância dos padrões. Isso faz muita diferença.

3) Mantenha sempre vivo em sua mente a necessidade de elaborar documentos, regras enxutas. Quanto mais comprido um procedimento ou uma regra, menor a chance que seja cumprido.

Com o cruzamento de dados dos estudos apresentados, você tem a evidência escancarada disso!

Sucesso com seu Sistema de Gestão!

 

Idealizado por Forlogic | www.forlogic.net
Saiba mais sobre qualidade em http://ferramentasdaqualidade.org/
Conheça nosso software para Gestão da Qualidade https://qualiex.com

 

Sobre o autor (a)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Blog da Qualidade

Artigos relacionados