Sou co-fundador da ForLogic, hoje atuo com gente, cultura e gestão. Sou um dos criadores do Qualiex, do Qualicast (o 1º Podcast nacional focado em qualidade), criador do Blog da Qualidade (o maior blog sobre Qualidade do Brasil). Mestre em Engenharia da Produção pela UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), auditor líder formado com orgulho pela ATSG na ISO 9001 e 22000, pai, empreendedor, e um inconformado de plantão!
Acredito na responsabilidade do indivíduo, no poder da qualidade e que podemos fazer diferente. Me acompanhe no Linkedin e no Instagram.
Há um par de anos que temos estudado o Modelo de Excelência da Gestão (MEG) aqui na nossa empresa. Ainda hoje é difícil explicar para muitos dos nossos clientes, parceiros ou mesmo colaboradores, porque nós optamos pelo MEG como modelo central de gestão na empresa, e esse artigo vai resumir os motivos pelos quais acreditamos que adotar o MEG é tão importante (ou mais) do que obter renomadas certificações de processo ou mesmo selos de qualidade comumente aplicados ao mundo corporativo.
A mais conhecida das certificações, a ISO 9001, é excelente, nós mesmos somos certificados, ela trouxe vários benefícios para nossa empresa. Mas conhecer o modelo do MEG vai mais fundo e é muito mais complexo que atender a ISO 9001.
O SEBRAE-PR tem feito um trabalho na região de Londrina que é no mínimo: único. É louvável e de dar orgulho. Tem promovido (já pelo segundo ano) uma série workshops, falando do MEG. Não tem “jabá” aqui, mas o SEBRAE sempre se renova, e me dá motivos para ser fã a cada novo ano, é por isso que elogio.
No primeiro seminário, o excelente consultor Orlando Pavani apresentou uma explanação geral sobre pensamento sistêmico e os critérios de excelência (que vão ganhar um post só pra eles no futuro). O pensamento sistêmico é entender todo o contexto da empresa, e não só a parte em que você atua, ou que “lhe diz respeito”. Durante a palestra, Pavani apresentou um quadro que deixou meu amigo que é auditor líder da ISO 9001 de cabelo em pé.
O quadro é complexo e tem várias coisas representadas aí, mas quero chamar a atenção para esta parte:
Meu amigo olhou pra mim e disse: “Se as empresas implantassem a ISO 9001, pensando no quadrante do lado direito também, elas ganhariam mais, teriam menos problemas. Faz sentido, eu consigo implantar a ISO 9001 procedimentando o que não interessa. Mas para ser sistêmico, tenho que ter foco no resultado”.
É claro que durante um processo de implantação da ISO 9001 nós pensamos isso. Sempre recomendamos isso, explicamos a importância disso na implantação, mas no meio do processo é difícil tornar isso claro. O quadro ajuda a ilustrar o que cabe a quem, e onde isso está localizado no processo. Claro, esse é o pensamento do PAVANI, existem visões contrárias tenho certeza, mas pela minha experiência, tem muita gente que só é eficiente não sendo eficaz, deixando de lado a efetividade. Nós já cometemos esse erro aqui algumas vezes.
Por isso o MEG é um modelo a ser seguido. As ISO’s, continuarão a ser seguidas, elas ajudam na eficiência, mas existe muito mais que isso.
E a resposta para a pergunta do título? O MEG vai acabar com a ISO? Na minha opinião: Não, as coisas são complementares e a ISO tem um papel claro e importante na gestão das empresas.
Mas o MEG tem um impacto significativo na busca pela excelência, melhoria contínua e gestão? Isso: Sim, com toda a certeza. Nos próximos artigos vamos conhecer mais do MEG, vai ficar mais claro como ele pode ajudar sua empresa a buscar a excelência.
Mas e você, o que acha? Conhece o MEG? Possui a ISO9001?
Referencias:
A figura utilizada foi retirada do material do Orlando Pavani do workshop ministrado no SEBRAE-PR. Conheçam a Olho de Tigre Treinamentos e a Gauss Consultoria.
**Nota:
Deixando claro: Não fazemos posts patrocinados. Nós pagamos para nossa equipe participar do workshop do MEG, mas divulgamos “gratuitamente” o nome do Sebrae, Olho de Tigre e Gauss Consultoria por gostarmos do trabalho realizado, admiramos o resultado, e acreditamos que eles podem ajudar também nos nossos leitores. Se é bom, se gostamos, nós recomendamos, simples assim.
4 comentários em “O Modelo de Excelência da Gestão (MEG) vai acabar com a ISO 9001?”
Muito interessante….Não conhecia o MEG, ficarei no aguardo de novos textos sobre o assunto.
Obriado
Acho interessante comparar o MEG a um “óculos” que tira a “miopia da gestão”, ajudando o gestor a enxergar as áreas da empresa de maneira estruturada e focada, ou de forma sistêmica, como você bem falou. Com essa nova visão fica mais fácil encontrar o que pode ser melhorado. E já que o MEG não prescreve como as coisas devem ser implementadas, a complementaridade da ISO surge aí. Por exemplo, se você identifica que seu critério Processos do MEG precisa melhorar, você pode buscar na ISO 9000 essa melhoria. O mesmo se aplica no critério Sociedade, com a ISO 26000.
Conforme a empresa vai obtendo certificados, o MEG ajuda na integração deles. Usando o MEG, a empresa deixa de ser uma “coleção de certificados” específicos de cada departamento e passa a ser um conjunto de processos que se relacionam. A imagem abaixo ilustra bem isso:
Vinicius muito bom seu comentário. O MEG é mesmo esse “guarda-chuva” da gestão, e orienta a empresa, apresentando quais são os pontos de atenção para a empresa atuar!
UMA ANÁLISE BEM PESSOAL DISSO TUDO.
Fui examinador em 2003 do PNQ, sou Consultor há mais de 20 anos na elaboração de Modelos de Gestão Estratégica que visam a Reestruturação Organizacional, trabalhando também com Certificação para Indústria, Comércio, Serviços, Saúde e OSCs. Bem antes de se falar nestes Modelos como vimos hoje eu sempre tive uma crítica sobre a formação das pessoas que elaboram estas Normas e Modelos. Parece que só agora na revisão de 2015 a ISO entendeu que estamos falando de Organizações e então com a palavra Administradores a quem pressupõe o saber sobre este assunto e parar de ficar batendo cabeça para traduzir termos que a Administração moderna já trata a muito tempo. Esta resistência em designar profissionais da área ou mesmo de citar pensadores renomados é patente. como se só houvesse o Modelo Japonês e seus conceitos de qualidade.
Fui vendedor em 1996 do Prêmio Nacional de Qualidade no Transporte com um Programa de Melhoria Contínua chamado ATENDER, conceito que só foi incorporado pela ISO9001 na edição de 2000. Para mim o MEG é mais que suficiente para se falar em Gestão em qualquer Organização. É amplo, completo e abrangente. A ISO se perdeu no tempo – Opinião bem particular – Esta nova edição de 2015 é uma colcha de retalho com um emaranhado de conceitos que não é o que deveria ser e não conseguiu expressar nenhuma mudança importante. Tanto é que para melhor entendimento cursos e mais cursos estão sendo oferecidos quando deveria ser algo simples e de fácil implementação.
Já o MEG, uma vez estudado, está entendido. Não precisa de tantas explicações para se justificar.
Opinião bem pessoal…