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3 insights sobre liderança e autonomia

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Jeison

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Sou co-fundador da ForLogic, hoje atuo com gente, cultura e gestão. Sou um dos criadores do Qualiex, do Qualicast (o 1º Podcast nacional focado em qualidade), criador do Blog da Qualidade (o maior blog sobre Qualidade do Brasil). Mestre em Engenharia da Produção pela UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), auditor líder formado com orgulho pela ATSG na ISO 9001 e 22000, pai, empreendedor, e um inconformado de plantão!
Acredito na responsabilidade do indivíduo, no poder da qualidade e que podemos fazer diferente. Me acompanhe no Linkedin e no Instagram.

O negócio é uma criação coletiva! Por mais que o empreendedor ou os sócios coloquem esforço no começo, ele não depende de uma ou duas pessoas. Um grande negócio depende de muita gente. Neste artigo, vamos falar sobre liderança, autonomia e o desafio de fazer isso funcionar.

Spoiler: fórmulas não funcionam, mas é possível fazer dar certo.

Desde sempre, a minha ideia foi criar uma empresa que funcionasse sem a minha presença. Somos três sócios fundadores. E sim, no início trabalhávamos 16 horas por dia, de maneira recorrente.

Agora tem gente entrando no Stock Options, o negócio vem crescendo e o time aumentando. Ainda assim, não difícil ouvir alguém de fora falando que a força da empresa vem de mim, ou dos sócios. Mas, isso não é bem uma verdade.

Com o tempo, a tendência é que nos tornemos irrelevantes, no mínimo, pouco importantes e vou contar o motivo.

O comandante está a bordo, mas não no comando

Logo no começo do ano, viajei para os USA a trabalho. Nessa hora, é comum surgirem questionamentos do tipo: vai ficar tudo bem? Nesse início de ciclo de OKR, a turma vai se concentrar nisso? Vamos bater a meta de janeiro? Quem vai preparar o encontro com os clientes de fevereiro? E por aí vai…

Eu saí dia 08 de janeiro e voltei no dia 22. Logo, no primeiro mês de 2024, eu iria trabalhar muito pouco na empresa!

Mas o time estava preparado e direcionado para fazer o trabalho. O que não remove a insegurança natural de não estar no comando. Continuava a bordo, trabalhando de longe. Mas, o controle do dia a dia não estava comigo. E só quem pode viver isso consegue entender como é bom. Libertador.

Quando existe integridade nas pessoas, a autonomia é uma construção que beneficia todos os envolvidos, sem exceção. Mas todos devem ser honestos, e estarem conectados, verdadeiramente focados no “bem maior”. Assim, a coisa vai muito bem.

Veja, todos devem trabalhar para o propósito, para a visão de longo prazo, para os clientes e, com isso, para o negócio. Ou seja, a autonomia vai beneficiar todo mundo.

Pense bem: você se libera para buscar coisas novas, seus líderes podem alçar voos mais altos e o time de base ganha espaço para crescer. Porque os líderes cresceram, todo mundo ganha. Vamos falar de como isso pode acontecer…

Alguns princípios da autonomia

Como disse no início, não tem fórmula mágica. O segredo está em se concentrar para criar condições para que a autonomia floresça. Vamos falar de alguns pontos que podem criar tais condições.

Defina a direção certa

A primeira coisa é contar com pessoas na direção certa. Antes de dar autonomia é preciso que todos conheçam a direção que devem ir.

Até porque se algo der errado (e vai dar), os ajustes serão mais fáceis de serem feitos se todos estiverem na mesma direção, indo para o lado certo. Quando falamos sobre direção certa, estamos falando de coisas como uma visão compartilhada de longo prazo, o propósito, ou a missão da empresa. Esse é o norte.

Ainda na direção certa, as pessoas precisam saber como e o que pode ser feito nesse caminho, nessa direção.

Aqui nós somos muito criteriosos em relação aos valores que devem ser vividos no dia a dia. Tais como: verdade, integridade, protagonismo, determinação, alegria, assertividade, cuidado, entre vários outros.

Valores explicam como fazer e são virtudes que devemos cultivar. Mesmo quando falhamos, devemos usar isso como “nosso jeito” e não negociar a busca e desenvolvimento das virtudes. Ou seja, viver os valores não é uma opção. É obrigatório.

Com essas virtudes como guard rails, nos mantendo na estrada, um propósito claro e uma visão de longo prazo definida, muito dificilmente o direcionamento dará errado.

Quando falo que o propósito dá lucro, esse é mais um exemplo. Ele é um jeito “fácil, direto e barato” de direcionar a empresa toda. Principalmente, a liderança.

Prepare o time

Esse trabalho nunca vai acabar. Hoje, eu tenho pessoas melhores que eu como diretores do nosso negócio e, ainda assim, preciso prepará-los o tempo todo. Isso vai desde treinamentos externos a treinamentos internos, mentorias, reuniões semanais, direcionamentos e feedbacks formais.

Enfim, o “fazer junto” com o time ajuda a construir conhecimento. Isso permite que seu liderado observe você em ação e aprenda de maneira tácita. Não subestime isso. Eu já o fiz e foi um erro.

Fazer junto é uma das principais ferramentas para que a autonomia funcione. Depois, fique tranquilo, eles vão fazer melhor que você.

Um ponto importante: não é fazer tudo junto. É preciso escolher o que fazer junto com o seu liderado e deixar claro que vocês vão juntos nessa. Depois, saia de cena. Mas se prepare para o impacto.

Espere o impacto

Na autonomia, você vai ter problemas. Se prepare para o impacto, ele virá. Mas esteja com o cinto de segurança. Claro que as pessoas vão errar, alguma coisa pode não dar certo. Na verdade, muitas não darão certo e isso faz parte do processo.

Uma boa dica é deixar espaço para erros, e deixar muito claro onde o erro não pode acontecer. Mas lembre-se que se a pessoa não erra, ela não aprende. Por melhor que seja, ela vai ter que viver algumas frustrações e decepções no processo para aprender.

Sim, podemos minimizar a quantidade de erros e, principalmente, a repercussão disso para o cliente e para o negócio. Ative os air bags, use o cinto de segurança, mas saiba que os erros vão acontecer.

Desprendimento e acompanhamento

Algumas coisas (ou praticamente tudo) sairão de um jeito que não é o seu. E isso pode incomodar no começo, mas é a única forma das coisas acontecerem. Por melhor que seja sua equipe, ela não é você e isso é estranhamente bom.

Você precisa de um time que te complemente, mas que não seja você. Você precisa de um time que amplie seu alcance, um time que pense, que crie.

Um líder não quer “alguém pra mandar”, ele quer criar novos líderes, pessoas que pensem e resolvam e, por isso, é normal que eles façam do jeito de deles. Por mais competente que seja, você nunca irá entregar mais que uma equipe de alta performance fazendo seu trabalho de maneira sinérgica. Deixe-os trabalhar.

Porém, isso não significa virar as costas para o time. O acompanhamento é muito importante. Você deve estar perto, apoiar, tirar dúvidas. Deixar na mão do time não tira de você a responsabilidade pelo resultado.

Lembre-se, você é o líder. É sua responsabilidade trazer o resultado com a equipe, fazendo do jeito certo.

Falei um pouco sobre o papel da liderança na busca por resultados no Qualicast #144. Neste episódio, a Monise  e eu exploramos mais sobre “O 7º Princípio de Deming: Adote e Fomente a Liderança”.

Se você ainda não ouviu, dê play no botão abaixo e ouça agora mesmo!

Sendo irrelevante para fazer a diferença

Comecei afirmando que nosso objetivo é nos tornarmos irrelevantes. E é isso mesmo. Ser irrelevante na operação, irrelevante no dia a dia da empresa é fundamental para quem quer construir um grande negócio. Um negócio que ajude DE VERDADE centenas, milhares de clientes.

Só assim, você poderá ser decisivo do ponto de vista estratégico, pensar em novos negócios, inovar e ampliar a visão para potencializar o time e seu negócio.

Você vai perder “importância” dentro da empresa. Vai decidir menos e vai ser menos consultado. Isso significa que você está fazendo um bom trabalho. Pode existir uma sensação de “não fui consultado”, “eu não queria assim”, ou o muito comum “quem autorizou isso?”.

Algumas coisas, não vão mais passar por você. Aceite isso e aproveite.

Liderança e autonomia

Hoje, posso dizer sem dúvidas que a empresa funciona sem mim. Vou para outro evento fora em abril e vou emendar minhas férias. Tenho a certeza de que, assim como dessa vez, a empresa estará melhor quando eu voltar do que quando saí.

Isso porque tenho uma equipe com autonomia para construir o futuro, na direção do nosso propósito. Uma equipe que está fechada com nossa visão de longo prazo, mas também com os OKRs de curto prazo.

Se você quer saber mais sobre liderança e construção de autonomia, te convido para assistir o webinar que rolou no dia 21 de fevereiro,  “Desenvolvendo uma Liderança Estratégica”. 

Nele, Rodolfo Paludeto e eu compartilhamos insights sobre como você pode fortalecer o engajamento do seu time (e a autonomia, por que não?) sem abrir mão de resultados.

Como sempre: foi uma conversa aberta e direta sobre liderar com autonomia, como as coisas se conectam, erros e acertos que tenho vivido aqui. Espero você 🤘.

Sobre o autor (a)

2 comentários em “3 insights sobre liderança e autonomia”

  1. Márcia Ribeiro dos Santos

    Boa tarde, Jeison
    A forma que descreveu o seu artigo sobre liderança e autonomia ficou muito clara e objetiva. Cada vez mais sou uma grande fã desta empresa Forlogic. Um dia com certeza farei parte de time. Parabéns e continue assim , batalhador, determinado e acima de tudo sempre fiel aos seus objetivos. Sucesso sempre 👏👏👏

  2. Avatar photo

    Muito obrigado! Fico feliz que tenha gostado! É muito do que acredito e busco praticar aqui no dia a dia!!! Sobre trabalhar aqui, sempre estamos buscando gente boa! Escreve pro gente@forlogic.net 😁

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