Sou co-fundador da ForLogic, hoje atuo com gente, cultura e gestão. Sou um dos criadores do Qualiex, do Qualicast (o 1º Podcast nacional focado em qualidade), criador do Blog da Qualidade (o maior blog sobre Qualidade do Brasil). Mestre em Engenharia da Produção pela UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), auditor líder formado com orgulho pela ATSG na ISO 9001 e 22000, pai, empreendedor, e um inconformado de plantão!
Acredito na responsabilidade do indivíduo, no poder da qualidade e que podemos fazer diferente. Me acompanhe no Linkedin e no Instagram.
A Semana da Qualidade deste ano vai ser completamente diferente. A primeira evidência disso é o tema: “Qualidade: Pense diferente”.
Sempre defendemos aqui que a Qualidade vai além de simples processos e ferramentas. Qualidade representa um compromisso com a melhoria contínua, a inovação e a excelência em todos os níveis da organização.
E esse ano, ao divulgar o tema da Semana da Qualidade 2025, o CQI apresenta o seguinte: “Qualidade não se trata apenas de processos e ferramentas – trata-se de criar uma cultura que priorize a melhoria, a inovação e a excelência em todos os níveis”. (Quality.org, 2025).
A revolução da Qualidade: pensar diferente
A Semana Mundial da Qualidade de 2025 nos convida a “pensar diferente” sobre a questão da Qualidade. Mas o que isso realmente significa? Significa abandonar velhas fórmulas e abraçar novas abordagens que promovam a inovação e a excelência.
A Qualidade já nos tirou de grandes enrascadas e tem contribuído para a evolução das empresas. Mas, acredito que é hora de ir além. Afinal, como disse Sócrates: “uma vida não examinada não vale a pena ser vivida”.
Aplicando isso ao mundo corporativo, a organização precisa questionar o que tem feito. E pensar diferente é o antídoto da estagnação.
Tradicionalmente, a Qualidade era vista como um conjunto de processos rígidos e ferramentas padronizadas. Hoje, percebemos que é muito mais do que isso.
É sobre criar uma cultura que priorize a melhoria contínua e incentive a inovação em todos os níveis. Deming, o meu mestre preferido da Qualidade, enfatizava a importância de uma cultura organizacional que promovesse o aprendizado constante e a adaptação.
No entanto, pensar diferente não é apenas uma questão de adotar novas ferramentas ou metodologias. É uma mudança de mentalidade. É questionar o status quo, desafiar suposições e estar disposto a experimentar.
No contexto da Qualidade, isso significa que os desafios e falhas são oportunidades para aprendizado e crescimento.
Desafios modernos e a complexidade
Vivemos em um mundo cada vez mais complexo e interconectado. As fronteiras entre setores, mercados e até mesmo disciplinas do conhecimento estão se dissolvendo. Isso, claro, exige que as organizações adotem uma visão sistêmica para enfrentar os desafios contemporâneos.
Peter Senge, em A Quinta Disciplina, nos alerta que “quanto mais interconectado o sistema, mais essencial se torna o aprendizado coletivo“. Ou seja, pensar diferente não é apenas um luxo intelectual, mas uma necessidade para sobreviver e prosperar nesse ambiente dinâmico.
A transformação digital, por exemplo, não se resume a implementar novas tecnologias. Trata-se de repensar processos, modelos de negócio e a forma como as pessoas trabalham juntas.
Aqui, a visão de Ishikawa sobre a análise de causas ganha um novo significado: em um mundo digital, compreender a raiz dos problemas não é mais uma questão técnica, mas estratégica. Empresas que não enxergam a interdependência entre dados, cultura e inovação acabam implementando soluções que resolvem um problema apenas para criar outros ainda maiores.
Além disso, a pressão por práticas sustentáveis exige que as organizações repensem seus modelos de negócios.
Não se trata apenas de cumprir regulamentações ambientais, mas de integrar a sustentabilidade na cultura organizacional.
Ou seja, devemos focar no que está sob nosso controle e agir de acordo com nossos valores. Incorporar a Qualidade como um valor central é essencial para o sucesso a longo prazo.
Construindo uma cultura de qualidade e inovação
Para realmente “pensar diferente”, as organizações precisam promover uma cultura que valorize a qualidade e a inovação. Isso começa com a liderança.
São Tomás de Aquino afirmou que “a liderança é a capacidade de traduzir visão em realidade”. Os líderes devem inspirar suas equipes a buscar constantemente maneiras de pensar diferente. Com isso, vão poder melhorar e inovar.
Uma abordagem prática é incentivar a colaboração entre departamentos e níveis hierárquicos. Quando as pessoas compartilham seus conhecimentos e perspectivas, surgem novas ideias e uma visão compartilhada é criada.
Afinal, quem está na linha de frente muitas vezes tem insights valiosos sobre como os processos podem ser aprimorados.
Pensar diferente é preparar empresas para o futuro
É crucial reconhecer e recompensar a inovação e a melhoria contínua. Isso não apenas motiva os funcionários, mas também reforça a importância de pensar diferente e posiciona esses valores no centro da cultura organizacional.
Ao celebrar as conquistas e aprender com os fracassos, as organizações podem desenvolver essa habilidade e alcançar a verdadeira excelência.
A Semana Mundial da Qualidade de 2025 nos desafia a repensar nossas abordagens e a abraçar uma nova mentalidade. Ao fazer isso, não apenas melhoramos nossos processos e produtos, mas criamos organizações mais resilientes e preparadas para os desafios futuros.
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