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ISO 22000:2018 – Tipos de alimentos

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Thayna Gimenez

Thayna Gimenez

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Product Manager na ForLogic e Auditora Líder ISO 9001:2015, ISO 22000:2018 e ISO 31000:2016. Também sou formada em Engenharia de Computação pela UTFPR-CP e às vezes me arrisco a escrever um pouco aqui para o Blog da Qualidade!

Em um post anterior sobre a ISO 22000:2018, eu trouxe a diferença entre segurança de alimentos e segurança alimentar, lembra? Inclusive fiz a promessa que retornaria com um novo post sobre a ISO 22000 e cá estou eu para avançarmos um pouquinho mais no assunto e falarmos sobre tipos de alimentos!

Mas, antes de começarmos a falar diretamente sobre o assunto de hoje, talvez você já tenha se perguntado: Será que a minha empresa vai ser impactada com a nova versão da ISO 22000?”. 

Se sim, fique feliz porque eu tenho a resposta para essa pergunta, haha! Ou, melhor ainda, no nosso Qualicast #043 – Qualidade na área de alimentos, o Rogério Meira, da ATSG, responde este questionamento.

O Rogério explica que as empresas impactadas serão aquelas que produzem ou lidam com 3 tipos de alimentos: alimentos, rações e alimentos para animais. E aqui não estão incluídas apenas as empresas que produzem algum desses tipos de alimentos, mas também empresas que fornecem embalagens, por exemplo, ou quaisquer insumos que terão contato direto com aquilo que será consumido. Até mesmo as empresas que realizam transportes em natura serão impactadas, por exemplo.

Então, escrevi este artigo para esclarecer esses 3 tipos de alimentos citados pelo Rogério e que estão no item 3 Termos e Definições da ISO 22000:2018. 

Tipos de alimentos

A ISO 22000:2018 trás três definições para alimentos, descritas nos itens 3.16, 3.18 e 3.19 e nesta seção vou explicar sobre cada uma delas, vamos lá?

3.18 alimento

substância (ingrediente), processada, semi processada ou crua, destinada ao consumo, incluindo bebidas, goma de mascar e qualquer substância que tenha sido utilizada na fabricação, preparo ou tratamento do “alimento”, excluindo cosméticos, tabaco ou substância (ingredientes) usadas apenas como medicamentos

Se você gosta de cozinhar, então com certeza vai até o mercado para comprar seus ingredientes, certo? Ou, se você não tem as habilidades de um master chef, provavelmente é um frequentador assíduo de restaurantes e lanchonetes, acertei?

Seja em casa ou em um outro lugar, nós precisamos comer e neste caso, a terminologia correta às nossas comidas é alimento. Um alimento pode ser desde uma matéria prima até um alimento industrializado, uma vez que seja apropriado ao nosso consumo, ou seja, alimentos destinados ao consumo humano.

Então, quando você vai até o mercado comprar ovos para preparar uma receita ou quando você vai naquela lanchonete pedir o seu hambúrguer preferido, você está comprando e consumindo um alimento.

3.16 rações

produtos únicos ou múltiplos, processados, semiprocessados ou crus, com o objetivo de alimentar animais destinados à alimentação humana

Quem nunca comprou ração pro seu pet, hein?

Mas sinto dizer que, de acordo com a ISO 22000, essa não é a terminologia correta à comida que você compra para os seus animaizinhos de estimação! Ração é todo o alimento oferecido para os animais que serão abatidos, ou seja, comida para todo o animal que será destinado ao nosso consumo, ao consumo humano. 

Então todo farelo de milho que as galinhas comem lá na granja ou a massa de mandioca dada para os bovinos no confinamento, por exemplo, são um tipo de ração. A comida do seu pet NÃO É RAÇÃO! O que nos leva a:

3.19 alimentos para animais

produtos únicos ou múltiplos, processados, semiprocessados ou crus, com o objetivo de alimentar animais que não são designados  à alimentação humana

Agora sim, a comidinha do seu pet entra em ação!

A comida que você compra para ele no pet shop, por exemplo, é chamada de alimentos para animais, e não ração. Não importa qual animal de estimação você tenha, seja um cachorro, uma lhama, uma girafa ou qualquer outro animal, a terminologia correta para a comida deles é alimento para animais.

Chega de confusão com ração agora, né? 

Parece igual mas é diferente

Confesso que, antes de estudar sobre essa ISO, para mim, os tipos de alimentos eram praticamente a mesma coisa. Mas com certeza, a minha maior lição é que os meus cachorrinhos de estimação não são para abate e que o que eles consomem é alimento para animais (kkk).

É claro que, se o consumidor final continuar chamando o alimento dos animais domésticos de ração não vai ser impactado negativamente com isso, ele vai continuar adquirindo os mesmos produtos com os padrões de qualidade exigidos na cadeia produtiva, mas para nós, profissionais da qualidade, é importante termos claro essas distinções para que possamos interpretar a norma corretamente, e consequentemente, conseguirmos ajudar nossos clientes, que estão envolvidos com a segurança de alimentos, de forma assertiva nos seus processos.

Se você quer se aprofundar mais no assunto e tirar algumas dúvidas de como você e sua empresa podem ser impactados por esses tipos de alimentos, recomendo nosso Qualicast #043 – Qualidade na área de alimentos com o Rogério Meira da ATSG.

Este foi mais um post da série sobre termos e definições descritos na ISO 22000:2018 que estou escrevendo e anote ai: este mundo da segurança de alimentos é vasto e cheio de conteúdo ainda aqui para o blog.

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