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7 Pilares do HACCP/APPCC: garantindo a segurança alimentar

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Juliana Geremias

Juliana Geremias

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Graduada em Administração de Empresas, MBA em Gestão da Qualidade e Auditora Líder ISO 9001. "Qualidade é o resultado de um ambiente cultural cuidadosamente construído. Tem que ser o tecido da organização, não parte do tecido." Phil Crosby

O HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points), ou APPCC em português, é um sistema de gestão essencial para garantir a segurança alimentar e a qualidade dos produtos. Neste artigo, vamos explorar a importância do APPCC, sua história, os sete pilares necessários para sua implementação eficaz.

O que é o APPCC?

O HACCP é uma abordagem sistemática para identificar, avaliar e controlar os perigos que podem comprometer a segurança alimentar. O objetivo principal é prevenir a contaminação dos alimentos, em vez de depender apenas de testes finais. Dessa forma, o HACCP se apresenta como um método proativo, garantindo que os alimentos sejam seguros desde sua produção até o consumo.

História do APPCC

Compreender a história do APPCC é fundamental para reconhecer sua importância na indústria alimentícia moderna. Embora a necessidade de controlar a produção de alimentos tenha se tornado evidente durante a Revolução Industrial, foi em 1959 que o conceito específico do APPCC surgiu, desenvolvido pela NASA.

O objetivo era garantir que os alimentos enviados aos astronautas não contivessem patógenos ou contaminantes, já que qualquer problema no espaço seria difícil de resolver. Essa iniciativa levou à criação de um sistema que identifica pontos críticos na produção de alimentos, onde o risco de contaminação ou deterioração poderia ocorrer.

Com o tempo, o APPCC se tornou um padrão de qualidade, especialmente em indústrias que lidam com alimentos, como a produção de alimentos orgânicos.

Importância do HACCP

Reconhecer a história do APPCC nos leva a entender sua importância vital na indústria alimentícia atual. A implementação do HACCP não apenas protege a saúde pública, mas também auxilia as empresas a evitar perdas financeiras significativas.

Abaixo estão algumas das razões pelas quais o HACCP é indispensável:

  • Segurança Alimentar: O HACCP ajuda a prevenir doenças transmitidas por alimentos.
  • Conformidade Legal: Muitas legislações exigem a implementação do HACCP para garantir a segurança alimentar.
  • Confiança do Consumidor: A adoção do HACCP pode aumentar a confiança dos consumidores na segurança dos produtos alimentícios.
  • Redução de Custos: A prevenção de problemas de segurança alimentar pode reduzir custos com recalls e litígios.

Vantagens do APPCC

Entendendo a importância do HACCP, é possível perceber as inúmeras vantagens que ele oferece para as empresas do setor alimentício:

  • Melhoria Contínua: O sistema promove a melhoria contínua dos processos produtivos.
  • Redução de Riscos: A identificação e controle de perigos ajudam a minimizar riscos à saúde pública.
  • Maior Eficiência: O HACCP pode levar a processos mais eficientes e à redução de desperdícios.
  • Reconhecimento Internacional: A certificação HACCP é reconhecida mundialmente, aumentando a competitividade no mercado.

Princípios do HACCP

Para implementar o HACCP e garantir segurança alimentar de forma eficaz é essencial seguir seus sete pilares. Cada um desempenha um papel importante na identificação e controle de riscos.

Vem comigo, vamos explorar cada um desses pilares.

1- Análise de riscos e perigos

A primeira etapa do processo é realizar uma análise de risco geral. Isso envolve examinar toda a linha de produção, especialmente o produto final, e identificar os riscos potenciais que podem afetar o consumidor. É essencial considerar alergias, contaminação cruzada e deterioração dos alimentos.

  • Identificar riscos associados a alergias alimentares.
  • Prevenir a contaminação cruzada entre produtos.
  • Considerar a qualidade dos alimentos desde a origem até a entrega ao consumidor.

2- Identificação dos pontos críticos de controle (PCC)

Com os riscos identificados, o próximo passo é determinar os pontos críticos no processo onde os perigos podem ser controlados. Estes são os momentos em que intervenções são necessárias para evitar contaminações e garantir a qualidade do alimento.

Exemplos de PCC incluem:

  • Descarregamento de alimentos do caminhão.
  • Processamento de alimentos enlatados.
  • Manipulação de alimentos crus em áreas de preparação.

3- Estabelecimento de limites de controle

Para cada PCC identificado, é fundamental estabelecer limites de controle. Esses limites são critérios específicos que devem ser atendidos para garantir que o processo esteja sob controle. Por exemplo, ao cozinhar um ovo, a temperatura deve atingir 100 graus Celsius por pelo menos 15 minutos para garantir a eliminação de patógenos.

Além disso, definir unidades de medida e parâmetros claros para cada etapa do processo assegura que todos os envolvidos compreendam e apliquem os limites estabelecidos.

4- Medidas de monitoramento

Após o estabelecimento dos limites, o próximo passo é definir medidas de monitoramento. Isso envolve o uso de ferramentas e técnicas para verificar se os limites de controle estão sendo cumpridos. Um exemplo prático é o uso de termômetros para verificar a temperatura de alimentos durante o cozimento.

Outras medidas de monitoramento podem incluir:

  • Avaliações visuais de produtos antes da venda.
  • Registro de temperaturas em processos de armazenamento.
  • Verificação de embalagens para garantir que estão vedadas corretamente.

5- Estabelecimento de medidas de controle e ações corretivas

Se os limites estabelecidos não forem atendidos, é crucial que a empresa tenha medidas de controle e ações corretivas já definidas. Por exemplo, se a temperatura de um alimento não atingir o necessário, deve-se ter um plano de ação, como cozinhar novamente ou descartar o produto.

As ações corretivas devem ser documentadas para garantir que todos os colaboradores saibam como proceder em situações adversas.

6- Estabelecimento de rotinas de verificação 

Para assegurar a eficácia do programa APPCC, é necessário estabelecer rotinas de verificação. Isso envolve designar uma pessoa ou equipe responsável por verificar se todos os passos estão sendo seguidos corretamente.

Essa verificação deve ocorrer regularmente para garantir a conformidade com as normas de segurança alimentar. Além disso, a revisão contínua dos processos e a capacitação dos colaboradores são essenciais para manter altos padrões de segurança.

7- Padronização do Processo de Verificação, Documentação e Registro

O último passo é padronizar o processo de verificação e assegurar que todos os colaboradores possam entender e executar as verificações de maneira consistente. A criação de manuais e planilhas que detalhem cada etapa do processo e os critérios a serem seguidos é fundamental.

A documentação é igualmente crucial para o sucesso do HACCP. Todos os registros devem ser mantidos de forma organizada e acessível, facilitando a substituição de colaboradores e garantindo a continuidade do processo, mesmo em caso de ausências temporárias.

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O HACCP é uma ferramenta indispensável para garantir a segurança alimentar. Sua implementação ajuda a prevenir riscos e proteger a saúde dos consumidores, ao mesmo tempo em que oferece benefícios tangíveis para as empresas, como a redução de custos e o aumento da confiança do consumidor. Ao seguir os princípios e etapas do HACCP, as empresas podem não apenas atender às exigências legais, mas também melhorar sua reputação e competitividade no mercado global.

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