A importância da comunicação para atuação em alta performance

Remonta a tempos antigos uma interessante história que muito tem a nos ensinar sobre o quanto a assertividade da comunicação entre as pessoas influência no resultado de nossos projetos.

Vamos a história:

Diz o texto bíblico no livro do Gênesis que em determinado momento da história um grupo de homens idealizaram um grande empreendimento.

Inovadores e bons engenheiros que eram, eles se dispuseram a executar algo um tanto audacioso para aqueles tempos. Iriam construir uma cidade com uma torre tão alta ao ponto de alcançar os mais altos céus – A TORRE DE BABEL!

Relata ainda o texto que ao passear pela terra o Criador observou que eles estavam alcançando êxito em sua empreitada. Pois além de bons engenheiros, eles se comunicavam muito bem – falavam sempre a mesma língua / idioma.

A fim de frustrar seus planos e evitar que alcançassem as “portas dos céus”, o Criador pôs fim à empreitada prejudicando a capacidade de comunicação entre os “departamentos do time”, e a partir daquele momento cada grupo falava uma língua que não era compreensível pelos demais. Com essa tacada de Mestre, o criador pôs fim ao audacioso empreendimento.

Vale avaliarmos algumas variáveis desses distintos cenários:

Em ambos os casos, os times possuíam os mesmos recursos (Tempo, equipamentos, gente, espaço, matéria prima…), entretanto em um piscar de olhos, foram do sucesso ao fracasso simplesmente pelo fato de perderem a capacidade de se comunicar de forma compreensível.

Hoje, um pouco mais maduro e com meus 22 anos de atuação pelo chão de fábrica onde já atuei como auxiliar de produção, torneiro mecânico, operador de máquinas, técnico de segurança do trabalho e agora engenheiro, vejo o quanto esse texto se aplica a nossa realidade e o quanto a compreensão e aplicação destes conceitos definem times de alta e baixa performance.

Muitas das vezes temos todos os recursos, porém as falhas na comunicação comprometem nossos resultados.

Comunicação como fator determinante para o sucesso

Compreender que a comunicação objetiva e eficiente é um fator que define o sucesso dos projetos deve ser premissa para todos e principalmente para nós gestores.

Precisamos compreender os vários “idiomas” falados dentro de nossas organizações. Pasme-se, mas existem vários! O da alta direção, o da média liderança, o da segurança, o da qualidade, o do meio ambiente, o da manutenção…

Siglas, termos técnicos, palavras rebuscadas, gráficos, termos em língua estrangeira (Este último, algumas vezes em ambientes onde ninguém fala inglês e compreende o significado e sentido do que está sendo falado / escrito), muitas vezes conectando o nada a coisa alguma no que se refere ao público envolvido.

Nesse sentido irei abordar algumas variáveis sobre o idioma do “pessoal do Genba” (para quem não sabe genba é um termo japonês que significa Chão de Fábrica), que é onde as coisas acontecem e pelos meus anos de imersão, domino relativamente bem!

Como pano de fundo gostaria de relembrar a todos que nós do SESMT, Qualidade, RH, Meio Ambiente, Manutenção e demais setores de apoio, existimos em função da operação / produção. Eles são os nossos principais clientes internos e nosso desempenho sempre será medido pelo quanto nossas entregas agregam valor aos mesmos.

Mas calma, vou explicar meu ponto de vista!

Saber como falar o idioma do “pessoal da produção” (Fique certo de que ele existe e geralmente não é o mesmo da qualidade, segurança, meio ambiente e times de manutenção…). No dicionário desse idioma geralmente não existem siglas, palavras rebuscadas, termos em línguas estrangeiras e em alguns momentos nem mesmo português fluente.

Se você atua em times de apoio, ao dominar esse idioma, esteja certo de que otimizará:

• seus resultados;
• a qualidade do seu produto;
• a preservação do meio ambiente;
• a prevenção de doenças dos colaboradores e acidentes no trabalho;
• e ainda, poupará tempo e diminuirá retrabalhos.

A regra não muda – Se não for simples, se não for facilmente exequível, se não for de fácil compreensão e se não fizer sentido para a operação, seus projetos não alcançarão êxito – não serão implementados.

Enfim, para concluir o raciocínio: “Fica a Dica!”

Aprenda a se comunicar com públicos diversos, mantenha sempre a humildade – a empatia. Envolva a operação no desenvolvimento de seus projetos e novas ferramentas, dê autonomia aos times.

Contudo, aprenda a parar para ouvir e aprender com pessoas com menor formação acadêmica e conhecimentos específicos que você.

Respeite as individualidades, valorize a experiência adquirida pela prática, peça sugestões, reconheça boas ideias e entregas e principalmente… nunca saia de uma reunião sem a certeza de que todos os envolvidos compreenderam de forma clara as informações repassadas e compreendem seus papéis e responsabilidades para o bom desempenho dos trabalhos propostos!

Enfim, como diz o velho ditado: “Quem não comunica se trumbica!”