Auditor Líder ISO 9001:2015 e autor de centenas de artigos sobre Gestão da Qualidade, sempre acreditei que as pessoas têm o poder de mudar o mundo a sua volta, desde que estejam verdadeiramente engajadas nisso. Por isso me dedico a ajudar as pessoas a criar laços verdadeiros com seu trabalho, porque pessoas engajadas mudam o mundo!
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Davidson Ramoshttps://blogdaqualidade.com.br/author/davidsonforlogic-net/
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A Vivian escreveu um artigo muito legal explicando algumas ações de engajamento que nós executamos aqui na ForLogic. Graças a essas ações e ao ótimo trabalho que as meninas da estratégia (Aqui na ForLogic, a estratégia é um empreendimento formalizado!) fazem, mais de 90% dos nossos indicadores são analisados dentro do prazo.
Esse é um case de sucesso em que as ações da empresa funcionam, em que conseguimos o engajamento das pessoas. Porém, eu sei que muito profissionais fazem ações tão interessantes quanto as que a Vivian descreveu no artigo dela e, mesmo assim, nada acontece… As pessoas não analisam os indicadores, não tratam as NCs, não executam os planos de ação, e por aí vai.
Nesses casos, eu sei que o cansaço, o desespero e a frustração batem forte. Principalmente porque não sabemos “Por que as coisas não funcionam na minha empresa?”. Então, gostaria de refletir um pouco sobre isso, e dar minha opinião sobre esse assunto. Para mim, há 2 grandes motivos para as ações de engajamento falharem:
1º – Ações de engajamento não tem a ver com motivar, tem a ver com ajudar as pessoas a fazerem o trabalho delas
Isso é uma confusão comum, pois pessoas acreditam que trabalhar engajamento é trazer palestras motivacionais. Daquelas com frases de impacto e tudo mais. E acredite, isso não tem nada a ver com engajamento.
Se você ler o post da Vivian com calma, vai perceber que nenhuma das ações é motivacional. Que tudo é feito com 2 intenções principais: 1º Lembrar as pessoas de que essa é a semana do indicador, e; 2º Conscientizar as pessoas de que analisar os indicadores é importante para analisarmos o desempenho da empresa.
Não tem a ver com motivar os colaboradores, mas sim com ajudá-los a priorizar as coletas e análises. É como a própria Vivian disse no post dela:
“Com todas essas ações, é impossível esquecer que, na Semana do Samba, todos devem parar uns minutinhos para analisar os resultados dos seus processos”
Mas qual é o problema com a motivação?
Quando você direciona as ações de engajamento com o intuito de “motivar as pessoas”, você acaba focando apenas nelas. Como se as pessoas fossem o problema. E aí, o que acontece? Você não atua no processo, não corrige a causa raiz da falta de engajamento.
Pense comigo: se você acredita que a pessoa que trabalha no processo é mal-intencionada, você vai continuar trabalhando com ela? Acredito que não, certo? Então, o problema da falta de engajamento não está na pessoa, mas sim no processo que ela executa. O processo não ajuda a pessoa a se engajar na qualidade. E aí chegamos ao segundo ponto do meu texto:
2º – Não adianta executar 1000 ações de engajamento se a Qualidade é impossível de ser executada
Todas as ações que a Vivian relatou tem como suporte o nosso software de gestão de indicadores, o Forlogic Indicators. Ela inclusive cita o software no artigo, mas nas ações que ela executou, você viu alguma menção ao software? A resposta é não!
Ela não precisa explicar para as pessoas como coletar e analisar os indicadores, porque todos já passaram por treinamento e o software é simples de usar. Eu mesmo, sento na minha mesa, abro o software e faço todas as minhas coletas e analises em menos de 30 minutos. (Exceto as de periodicidade mensal, que levam um pouquinho, mais de tempo)
Agora imagine se, depois de buscar pipoca na cozinha ou receber a listinha de indicadores, o colaborador tivesse de sair correndo pela empresa para coletar os dados que ele precisa para analisar o indicador. Se não tivesse certeza de que os números do indicador são os corretos. (Ps: se você não entendeu o “buscar pipoca na cozinha ou receber a listinha de indicadores”, leia o post da Vivian, hehe)
Conheço o case de uma profissional que tinha uma planilha de indicadores que leva 45 minutos para abrir. 45 minutos carregando dados de muitos anos e “às vezes dava uma travadinha, né?”.
Às vezes, o problema não é o engajamento!
Você entende que, em um caso desses, não existe problema de engajamento? Afinal, o problema aqui é de execução mesmo. um problema de execução causado por um problema de recursos (ou falta deles, rs).
Não dá pra coletar indicadores se não existe onde coletar ou se não é possível usar a ferramenta. Da mesma forma, não dá pra tratar NCs se elas não são coletadas. Não dá pra executar planos de ação sem notificar os responsáveis. Etc. etc. etc.
Aí a gente volta a questão da causa raiz, algo básico que nem sempre levamos em conta. Não dá pra combater a falta de engajamento, porque a falta de engajamento não é causa, é efeito!
Nosso trabalho, então, é identificar a causa, atacá-la e garantir que ela nunca mais volte acontecer. E essa é a maior de todas as ações de engajamento: garantir que as pessoas consigam fazer o trabalho delas da melhor forma possível. Se a sua empresa for mestre nisso, não existe problema de engajamento que se sustente.
4 comentários em “Por que as ações de engajamento não funcionam?”
Muito bom mesmo a sua análise, Davidson! Várias e várias palestras motivacionais, livros, vídeos que atacam o problema errado. Pensando assim, chego à conclusão que o engajamento segue as seguintes etapas: orientar o colaborador a fazer e ensinar a fazê-lo melhor. Realmente, a desmotivação ocorre por conta de o cara nem saber por onde começar e – acrescento – não enxergar significado em seu trabalho.
Muito bom, @ronald@ronaldotakayama:disqus! Mais um ótimo comentário, essas etapas que você sugeriu, concordo também! E tem uma a mais aí, a Marina escreveu um artigo falando sobre isso semana passada, recomendo a leitura:
https://blogdaqualidade.com.br/reduzir-tempo-gasto-cobrar-os-colaboradores/
Abraço Ronaldo, a grato por você sempre interagir com a gente por aqui!