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Auditorias de segunda parte na IATF 16949: garantindo a qualidade na cadeia de fornecimento

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Juliana Geremias

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Graduada em Administração de Empresas, MBA em Gestão da Qualidade e Auditora Líder ISO 9001. "Qualidade é o resultado de um ambiente cultural cuidadosamente construído. Tem que ser o tecido da organização, não parte do tecido." Phil Crosby

Você sabia que a IATF 16949 estabelece que as organizações devem conduzir auditorias de segunda parte em seus fornecedores?
Esse requisito é um excelente guia para garantir que sua cadeia de suprimentos esteja alinhada com os mais altos padrões de qualidade, reduzindo riscos e fortalecendo a confiança nos parceiros de negócios.

Quer entender melhor como esse requisito funciona e como ele pode ser aplicado na prática? Então, vem comigo explorar o item 8.4.2.4.1 da norma IATF 16949 e descobrir como ele pode ser um aliado estratégico na gestão da qualidade.

O que são auditorias de segunda parte?

As auditorias de segunda parte são aquelas  realizadas por uma organização em seus fornecedores ou subcontratados. Elas são diferentes das auditorias de primeira parte (internas) e de terceira parte (realizadas por um organismo certificador).
Essas auditorias são conduzidas pela própria organização ou por um representante dela, com o objetivo de avaliar a conformidade dos fornecedores com requisitos específicos.

Para que servem as auditorias de segunda parte?

Dentre as principais funções podemos destacar:

Avaliação da Qualidade do Fornecedor: Elas servem para verificar se o fornecedor mantém um sistema de gestão da qualidade que atenda aos requisitos da organização e dos clientes finais. Isso inclui avaliar a capacidade do fornecedor de produzir produtos ou serviços que atendam aos padrões de qualidade exigidos.

Mitigação de Riscos: Ao auditar fornecedores, a organização pode identificar potenciais riscos relacionados à qualidade dos produtos, atrasos nas entregas ou outras falhas que possam impactar negativamente a produção e a satisfação do cliente final.

Conformidade com Requisitos Específicos: As auditorias de segunda parte garantem que os fornecedores estão em conformidade com normas, regulamentos e requisitos contratuais específicos estabelecidos pela organização ou por clientes importantes.

Melhoria Contínua: Elas também servem como uma oportunidade para identificar áreas de melhoria nos processos dos fornecedores, incentivando-os a implementar ações corretivas e preventivas que possam resultar em melhores desempenhos e maior eficiência.

Alinhamento Estratégico: Além de avaliar a qualidade, essas auditorias ajudam a garantir que os fornecedores estejam alinhados com os objetivos estratégicos da organização, promovendo uma colaboração mais forte e eficaz ao longo da cadeia de suprimentos.

O requisito 8.4.2.4.1 da norma IATF 16949

O requisito 8.4.2.4.1 da IATF 16949 trata das auditorias de segunda parte, detalhando como elas devem ser incorporadas na gestão de fornecedores pela organização.
Aqui está uma explicação detalhada de cada parágrafo:

“A organização deve incluir um processo de auditoria de segunda parte na sua abordagem de gestão do fornecedor.”

Este parágrafo estabelece que a organização deve integrar as auditorias de segunda parte em seu processo de gestão de fornecedores.
Isso significa que as auditorias não são atividades isoladas, mas uma parte essencial do sistema de gerenciamento do relacionamento com fornecedores. Além disso, ajuda a garantir que eles atendam aos requisitos de qualidade e desempenhem conforme o esperado.

Propósitos das Auditorias de Segunda Parte

As auditorias de segunda parte podem ser utilizadas para os seguintes fins:

a) Avaliação de risco do fornecedor: Identificar e avaliar os riscos associados a um fornecedor específico, como falhas de qualidade ou problemas de entrega que possam impactar a produção.

b) Monitoramento do fornecedor: Avaliar continuamente o desempenho do fornecedor ao longo do tempo para garantir que ele mantenha a conformidade com os requisitos acordados.

c) Desenvolvimento do SGQ do fornecedor: Auxiliar o fornecedor a melhorar e desenvolver seu Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) para que ele atenda melhor aos requisitos da organização.

d) Auditorias de produto: Focar na inspeção e verificação da qualidade dos produtos fornecidos, assegurando que eles atendam aos padrões de qualidade exigidos.

e) Auditorias de processo: Avaliar os processos do fornecedor, garantindo que eles sejam eficazes, eficientes e conduzam à produção de produtos de alta qualidade.

Análise de Risco e Critérios para Auditorias

“Com base em uma análise de risco, incluindo os seguintes requisitos de segurança/regulamentares do produto, o desempenho do fornecedor e o nível de certificação do SGQ, a organização deve, no mínimo, documentar os critérios para determinar a necessidade, o tipo, a frequência e o escopo das auditorias de segunda parte.”

Este trecho enfatiza a importância de uma análise de risco para determinar como e quando realizar auditorias de segunda parte. A organização deve considerar aspectos como:

  • Requisitos de segurança e regulamentares do produto: Garantir que os produtos dos fornecedores cumprem todas as normas de segurança e regulamentações aplicáveis.
  • Desempenho do fornecedor: Avaliar o histórico e a qualidade das entregas anteriores do fornecedor.
  • Nível de certificação do SGQ: Considerar se o fornecedor possui certificações de qualidade relevantes, como a ISO 9001.

Com base nessa análise, a organização deve documentar os critérios que definem a necessidade, o tipo, a frequência e o escopo das auditorias de segunda parte. Isso cria um processo estruturado e justificado para a condução dessas auditorias.

Retenção de Registros de Auditoria

“A organização deve reter os registros dos relatórios da auditoria de segunda parte.”

Ou seja, após a realização das auditorias de segunda parte, é obrigatório que a organização mantenha os registros dos relatórios de auditoria. Esses registros são essenciais para rastreabilidade, para fornecer evidências de conformidade e para futuras referências ou análises.

Avaliação do SGQ do Fornecedor com Abordagem de Processo Automotiva

“Se o escopo da auditoria de segunda parte é para avaliar o sistema de gestão da qualidade do fornecedor, então a abordagem deve ser consistente com a abordagem de processo automotiva.”

Na auditoria de segunda parte no (SGQ) do fornecedor, a norma requer que a avaliação siga uma abordagem consistente com a abordagem de processo automotiva. Por sua vez, essa abordagem foca na compreensão e análise dos processos como um sistema interconectado, em vez de apenas avaliar os elementos individuais de forma isolada.

O requisito ainda traz uma nota final que sugere que a organização consulte o Guia do Auditor da IATF e a ISO 19011 para obter diretrizes adicionais sobre como realizar auditorias eficazes. Enquanto a ISO 19011 fornece orientações gerais para auditorias de sistemas de gestão, o Guia do Auditor da IATF oferece especificidades aplicáveis ao setor automotivo.

Garanta a Qualidade na Cadeia de Fornecimento

O requisito 8.4.2.4.1 da IATF 16949 estabelece um processo estruturado para a condução de auditorias de segunda parte, essencial para garantir a qualidade e conformidade ao longo da cadeia de fornecimento. Integrar essas auditorias ao processo de gestão de fornecedores permite à organização identificar e mitigar riscos, monitorar o desempenho e promover o desenvolvimento contínuo dos fornecedores.

Ao documentar de forma detalhada os critérios para necessidade, tipo, frequência e escopo das auditorias, a organização não apenas melhora o controle sobre a qualidade dos produtos e processos dos fornecedores, mas também assegura que eles atendam aos requisitos de segurança, regulamentos e desempenho. A retenção dos registros das auditorias garante a rastreabilidade e fornece uma base sólida para análises futuras.

A abordagem de processo automotiva na avaliação dos SGQ dos fornecedores garante que os processos sejam analisados de forma holística e interconectada. Além disso, contribui para a robustez e eficácia da cadeia de suprimentos como um todo.

Por fim, o requisito 8.4.2.4.1 não é apenas uma exigência normativa, mas uma prática essencial para assegurar a excelência operacional e a competitividade no setor automotivo.

Confira o episódio #163 do Qualicast, para saber mais sobre auditorias de acordo com a IATF:

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Fonte: Norma IATF 16949/2016 – Norma de Sistema de Gestão da Qualidade Automotiva.

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