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O que um peixe assado nos ensina sobre Conhecimento Organizacional?

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Aryana Martins

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Sou apaixonada por Qualidade desde criança quando realizava “auditorias” e escrevia “relatórios”para os meus pais sobre o comportamento dos meus irmãos, rs… Iniciei minha trajetória na área de Informática, mas logo percebi que minha vocação não era aquela e decidi redefinir minha rota. Então me formei em Administração, fiz MBA em Gestão da Qualidade e me qualifiquei como Auditora Líder nas normas ISO 9001, 14001 e 45001. Atuo como Consultora Empresarial há mais de 15 anos e, através disso, consigo conciliar a minha missão pessoal com a profissional, ajudando pessoas e empresas a crescerem fazendo Gestão com Qualidade e, consequentemente, contribuindo para a construção de um mundo mais organizado, equilibrado e melhor para todos.

Existe uma história sobre uma família que sempre se reunia para os almoços de domingo na casa da matriarca, a “Dona Maria”. Como já era do conhecimento de todos, nestes momentos preparavam muitas delícias, entre elas, um tradicional peixe assado que já era a marca registrada dos encontros.Certa vez, a neta de Dona Maria resolveu assumir a cozinha e preparar o tal prato. Ela estava empenhada nesta tarefa e queria seguir o costume para garantir o mesmo sabor de sempre. Então, recorreu ao livro de receitas da família, mas não encontrou nada sobre o peixe. Decidiu questionar a sua mãe e ficou bastante confusa quando ela enfatizou que o segredo era cortar a cauda e a cabeça do peixe antes de assá-lo

Ficou ainda mais espantada quando perguntou o motivo disso e a mãe respondeu que não sabia, simplesmente havia aprendido assim com Dona Maria. Inconformada, a neta decidiu recorrer à avó para descobrir o porquê, e a resposta foi surpreendente: “Ah, minha neta, eu sempre fiz desta forma porque a minha panela era pequena e não cabia o peixe inteiro.” 

Então, qual é a importância do Conhecimento?

Se aquela garota não estivesse determinada a preparar o peixe da melhor forma, provavelmente apenas seguiria o mesmo padrão da sua avó, da sua mãe e ainda passaria isso para as próximas gerações, aceitando que cortar a cauda e a cabeça do peixe era o segredo que assegurava o sabor.

No entanto, ao conversar com a sua avó, ficou claro que essa prática se repetiu por anos simplesmente porque Dona Maria manteve seus aprendizados sobre o peixe assado apenas em sua cabeça, o que impedia que aquele processo fosse melhorado. 

Naquele dia, a família entendeu que o conhecimento é aquele tipo de coisa que contraria as regras matemáticas, pois ele cresce quando o compartilhamos e o tornamos acessível a todos.

Onde a sua empresa entra nessa história?

responder essa pergunta eu proponho algumas reflexões:

  • Na sua empresa existem pessoas que “assam peixes sem cauda e sem cabeça” e o fazem desta forma sem compartilhar as informações com os envolvidos?
  • Processos são executados sempre da mesma forma, sem um olhar inovador, porque “sempre fizemos assim”?
  • Existem pessoas que centralizam em si mesmas todo o conhecimento e que colocariam a empresa em apuros, se precisassem se ausentar, pois o que fazem e como fazem está definido apenas nas suas respectivas cabeças?

Isso é tão importante que é abordado no item 7.1.6 da ISO 9001:2015, deixando claro que “a organização deve determinar o conhecimento necessário para a operação dos seus processos e para alcançar a conformidade de produtos e serviços.”

Na prática, precisamos entender que toda empresa tem aqueles pormenores que se tornam a expertise da organização, aqueles segredinhos que a diferencia da concorrência. Estes aprendizados não estão apenas nos livros ou foram estudados em uma faculdade. Eles acrescentam a toda essa teoria as vivências do negócio, as lições aprendidas, os acertos e os erros. 

Diante disso, podemos perceber o quão valioso é esse conhecimento, visto que ele tem a capacidade de colocar a empresa em uma posição de destaque no mercado e que, se ele for perdido, não será facilmente recuperado.

Ainda, no mesmo item 7.1.6, a norma prevê: 

“Ao abordar necessidades e tendências de mudanças, a organização deve considerar seu conhecimento no momento e determinar como adquirir ou acessar qualquer conhecimento adicional necessário e atualizações requeridas”.  

Resumindo, a norma estabelece que a organização gerencie seu conhecimento interno, preservando as técnicas, métodos, lições aprendidas de sucesso e de fracasso, experiências vividas internamente ou trazidas de outras organizações.

E aqui, cabe um destaque importante para o dia a dia da organização que é a retenção de conhecimentos específicos e tácitos adquiridos por determinado profissional da organização, mas que não estarão disponíveis para a operação no caso de uma saída inesperada desse profissional.

Por essa razão, a necessidade da gestão do conhecimento. Uma vez que todos os conhecimentos necessários para operação foram identificados, é importante incorporá-los de alguma forma para aplicação pela organização, seja através de um software, instruções de trabalho, parametrizações. 

E para finalizar…

É importante entender que o Conhecimento Organizacional deve ser aprimorado à medida que novas experiências vão sendo vividas pelo negócio. Não deixe de fazer análises periódicas do que pode ser melhorado e, principalmente, envolva a sua equipe nesta etapa. As pessoas são essenciais para contribuir com o crescimento da empresa através das suas vivências e novos aprendizados.

Agindo assim, eu tenho certeza de que muitos peixes que sempre foram “assados sem cauda e sem cabeça” vão passar por diversas melhorias, tornando a sua empresa mais inovadora e competitiva.

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2 comentários em “O que um peixe assado nos ensina sobre Conhecimento Organizacional?”

  1. Zesinaldo Oliveira

    Muito bacana esse paradigma Aryana Martins.
    Faz todo sentido sua abordagem.
    Parabéns por compartilhar conosco tão importante conteúdo informativo.

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