Sou Gestora da Qualidade, com mais de 20 anos de experiência nas áreas da indústria e saúde. Cursando Gestão Hospitalar. Me identifico na frase "Sou uma garimpeira de informações". Meu lema é Qualidade não se ganha, qualidade se conquista. Colunista do Blog da Qualidade, do Meditt e autora do livro Conquistando a Qualidade. Além da qualidade, sou apaixonada pela minha família, bons livros e um bom rock'n roll. Estou no facebook, Linkedine Instagram.
Vamos conversar um pouco sobre a Gestão da Qualidade na Assistência à Saúde em coerência com as legalidades indicadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde), ONA (Organização Nacional de Acreditação), JIC (Joint Commission), entre outras normas da Qualidade relacionadas à saúde.
Políticas de Identificação e Segurança do paciente devem ser bem difundidas, implementadas e compreendidas pois são essenciais para uma gestão limpa e segura. São obrigatórias e cada vez mais conhecidas pelo paciente, que em tempos atuais está muito mais informado e comprometido com sua própria saúde. Desta forma, ele sabe muito bem como cobrá-las, seja numa instituição de saúde pública, privada ou sem fins lucrativos.
Essas Políticas devem nortear a elaboração de protocolos ou procedimentos que visam a diminuição de riscos inerentes ao processo do cuidado, garantindo que o paciente seja destinado ao procedimento proposto, no qual, seja o paciente correto, recebendo o serviço certo, no local e maneira ideal.
Para garantir a qualidade e a segurança do cuidado na assistência à saúde, o atendimento como um todo, desde o acolhimento até a alta, deve passar por uma apropriada identificação do paciente visando e prevenindo os perigos existentes nas várias etapas e procedimentos que o paciente passará durante a assistência.
As fragilidades no processo de identificação e segurança do paciente são provenientes de vários fatores que podem ocasionar:
- erro na administração de medicamentos (estabelecer protocolo de administração segura de medicamentos);
- troca de membro no procedimento cirúrgico (estabelecer protocolo de lateralidade);
- erro de diagnóstico médico por troca de exames (estabelecer protocolo de comunicação/protocolo de identificação);
- troca de recém-nascidos na maternidade (estabelecer protocolo de segurança e identificação do paciente de internação ou UTI Neonatal);
- infecção hospitalar (estabelecer protocolos de controle de infecção hospitalar, como por exemplo: lavar as mãos);
- entre outros.
Barreiras efetivas devem ser aplicadas em todos os perigos evitáveis para que os riscos (eventos) tenham menor probabilidade de acontecer.
Nesse caso, devemos identificar o paciente desde a admissão do serviço (acolhimento), seja com a finalidade de consulta médica, internação, diagnóstico ou observação. Cabe aos processos de Recepção e Enfermagem realizarem a identificação correta conferindo os dados junto ao paciente ou acompanhante em cada etapa do processo exaustivamente, e padronizar pelo menos dois métodos de identificação, de maneira que sejam demonstradas. Por exemplo: Nome completo e data de nascimento do paciente em uma pulseira como identificação.
Por mais que a instituição de saúde tenha a cultura de segurança do paciente, a direção desse serviço sozinha não consegue conduzir as ações necessárias para garantir a eficácia da qualidade nos serviços da saúde. Faz-se necessária a criação de Comissões como: Comissão de Segurança do Paciente, Comissão da Qualidade, Comissão de Farmacovigilância, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Comissão de Prontuários, Comissão de Análise de Óbitos, Comissão de Riscos, Comissão de Gerenciamento de Resíduos, entre tantas outras.
Mesmo com todos esses cuidados temos fatores humanos associados ao ambiente de trabalho e ao paciente que contribuem diretamente para a falta de segurança e qualidade na assistência à saúde. A complexidade ou a não aderência ao tratamento são os principais fatores relacionados ao paciente.
Por isso é muito importante que haja Comissões para:
- avaliar e validar cada protocolo;
- evidenciar as necessidades de treinamentos aos profissionais envolvidos direta ou indiretamente com o paciente;
- tomar as ações quanto a infraestrutura (física, equipamentos, medicamentos, gestão de leitos,entre outros);
- identificar e gerenciar os perigos e riscos que degradam a qualidade e segurança do paciente;
- entre tantos outros requisitos para manter a IDENTIFICAÇÃO E SEGURANÇA DO PACIENTE.
Em 2007, na XXII Reunião de Ministros da Saúde do Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul), em Montevidéu, houve o primeiro movimento oficial do bloco de apoio à primeira meta da Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, onde determinaram que:
“Uma atención limpia, es uma atención mas segura” em português: “Um cuidado limpo, é um cuidado mais seguro“.
2 comentários em “Qualidade na Saúde: A Segurança do Paciente”
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