Graduada em Administração de Empresas, MBA em Gestão da Qualidade e Auditora Líder ISO 9001. "Qualidade é o resultado de um ambiente cultural cuidadosamente construído. Tem que ser o tecido da organização, não parte do tecido." Phil Crosby
As relações que se tecem entre leitor e leitura representam uma forma de aprendizagem que vai para além do ensino de um alfabeto. Todo aquele que escreve um texto precisa ter um leitor. Só que este leitor lerá a obra de diferentes formas, e muitas vezes com um olhar muito diferente do seu produtor.
A leitura, tal como várias outras formas de aprendizagens sociais e culturais obedecem determinados códigos: haja visto que até a forma como deslocamos nosso olhar indica uma ordem que vai da direita para esquerda e de cima para baixo. Convenções que se colocam como um contexto para leitura.
A seguir, devemos proceder a leitura que muitas vezes não é feita palavra por palavra. Lemos com todo o nosso repertório e o bom leitor será arguto, profundo e buscará conexões com outros escritos. Daí a importância de um repertório bem construído e estruturado em qualidade. Quanto maior for essa qualidade maior será o aproveitamento conseguido.
Nesse sentido, qualidade coloca-se em campo oposto à quantidade. É a qualidade o maior e melhor vetor de proveito.
Com o livro acrescenta também uma experiência tátil e sensações. Como já disse outras vezes: com ele não precisamos de tantos intermediários, aplicativos, tecnologias. Basta-nos a experiência do silêncio da alma e a inquietude do espírito. E por estarmos numa momento de transição cultural, social e principalmente de formatos e tecnologias ainda nos sentiremos um tempo como se vivêssemos uma vaga.
Com certeza as civilizações que nos sucederem não terão estes questionamentos e poderão achar pueril nossas elucubrações.
Boas leituras!
4 comentários em “A Leitura Como Anatomia”
Muito interessante esta sua reflexão expressa em artigo de opinião. Porque não apresenta esta problemática em um texto científico, pormenorizado e com referência bibliográfica? Bem haja!
Olá Constantino…
Em verdade venho fazendo isso há algum tempo e minha tese de doutorado trabalhou a crônica fotográfica como forma de compreensão do social. A partir daí fiz toda uma digressão sobre a escrita e as formas de leitura.
Vc pode ver um extrato da tese no seguinte artigo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-47142007000100003
Caso tenha fôlego, pode ler a propria tese de doutorado. Tanto no artigo quanto n tese vc terá farto material bibliográfico.
Abs e bonissim@ leitura!
Adorei esta abordagem sobre leitura, ótimo artigo! Só um detalhe, aqui neste trecho “uma ordem que vai da direita para esquerda”, creio que você quis dizer da esquerda para a direita, não é? Parabéns!
Olá Cintia….
Muito bem lembrado! Sou ambidestra e direita e esquerda às vezes é difícil demais!
Qdo escrevi o post inspirei-me justamento no sentido de construção que o par leitura/escrita fazem.
Por mais estranho que possa parecer, escrever é um ato de libertação: emancipamos o texto para construções e apropriações outras que cada leitor a partir de seu próprio referencial e repertório o lerá e desconstruirá.
E isso é o mais bonito: nunca se lê de uma mesma forma! Cada texto será lido tantas quantas forem as mentes que o pensarem e se apropriarem dele. É uma experiência dinâmica e em constante mutação.
Abs e muita grata por ser um leitor interlocutor! Todos os que escrevem precisam.