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Engajamento dos colaboradores: NÃO erre no básico!

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Davidson Ramos

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Auditor Líder ISO 9001:2015 e autor de centenas de artigos sobre Gestão da Qualidade, sempre acreditei que as pessoas têm o poder de mudar o mundo a sua volta, desde que estejam verdadeiramente engajadas nisso. Por isso me dedico a ajudar as pessoas a criar laços verdadeiros com seu trabalho, porque pessoas engajadas mudam o mundo!

Semana passada, estava lendo um artigo da Bianca Minetto, Assistente da Qualidade de Software, aqui na Forlogic. O texto não fala sobre o Engajamento dos colaboradores. Na verdade, o assunto é o 5S, uma metodologia que, nas palavras dela, tem como objetivo principal:

“[…] melhorar a vida no trabalho, eliminando o desperdício, esforços excessivos, problemas com higiene, limpeza e produtividade baixa; com isso, o local de trabalho se torna um ambiente propício para a produtividade”

O texto dela, bem como a metodologia 5S, tem tudo a ver com o ambiente de trabalho, com o local onde nós executamos nossas atividades diárias. Enquanto eu lia o artigo, não parava de pensar que esse ambiente também influencia em uma das maiores dores dos profissionais da Qualidade: a falta de engajamento dos colaboradores.

Então, resolvi escrever esse artigo para mostrar como alguns detalhes relacionados aos locais de trabalho podem estar atrapalhando, e muito, o engajamento da sua empresa.

O engajamento só existe no plano das ideias

É comum ver profissionais confundindo motivação e engajamento. Então, o gestor (da qualidade ou não) monta 42 slides para debater com os colaboradores sobre a importância da Qualidade. Ele reúne citações do Ishikawa, Deming, Crosby, Feigenbaum e de quem mais ele se lembrar.  Então ele junta todo mundo na sala de reuniões e fala por várias horas.

Outras vezes, os gestores gastam muito dinheiro em workshops, palestras, treinamento, mentoria e por aí vai. Não estou desmerecendo essas atividades; pelo contrário, quando bem-feitas, acredito muito nelas.

O problema é que, algumas vezes, as pessoas acham que é só contratar uma palestra ou treinamento que o engajamento dos colaboradores virá e acabou! Final feliz! Aí o gestor envia um grupo de colaboradores para ver o Guru da Qualidade X, Y ou Z palestrar, mas não faz nada dentro da empresa, não muda nada no lugar em que o pessoal trabalha. O que acontece então é que o engajamento não vai para a linha de produção, porque:

O colaborador não tem o que precisa para trabalhar

Às vezes essas palestras e reuniões sobre engajamento até funcionam, e o pessoal sai da sala supermotivado. O colaborador percorre a fábrica toda pensando no quanto ele pode acrescentar no trabalho, melhorar no processo, contribuir para o resultado final. Então ele chega na estação de trabalho dele para operar uma caldeira à 1000Cº e não tem EPI (equipamento de proteção individual)… ou o EPI está incompleto, ou o EPI não serve nele, ou o EPI está danificado…  Então o colaborador tem de fazer o trabalho dele sem proteção, prejudicando sua saúde ou tendo mais dificuldade para executar porque não está usando o equipamento adequado.

Em outros casos, o colaborador tem EPI, porque a fiscalização passou pela empresa (deu aquela multa) e isso passou a ser uma preocupação dos gestores. Entretanto, o colaborador não consegue trabalhar, porque sempre falta uma ferramenta ou ninguém sabe onde ela está, porque os instrumentos não estão calibrados ou porque, e para conseguir uma simples informação, os colaboradores têm de literalmente atravessar a fábrica inteira.

Mas sempre tem aquele colaborador que é guerreiro, aquele que quer mudar as coisas. Ele não tem EPI, mas abre uma não conformidade para isso. Mesmo correndo o risco de algum “gestor” reprovar essa ocorrência porque ela “não afeta a qualidade”.

Esse colaborador chega para trabalhar e os paquímetros estão tortos, avariados, imprecisos. Então ele abre uma não conformidade para isso! Vai lá, preenche um formulário de 2 páginas, escreve a mão, mesmo que isso demore e ele atrase para “voltar para a linha”. Depois de ele fazer todo esse processo, o que acontece: o formulário da NC literalmente some. Se perde no meio de tanta papelada e burocracia. Vai parar na fornalha da caldeira e vira cinzas. Então o colaborador nunca mais recebe um retorno sobre essa ocorrência.

Mas esse colaborador foi realmente impactado pelas palestras, workshops, mentorias e treinamentos! Então ele resolver ir até à qualidade e perguntar como está essa NC. E ouve:

Nós não recebemos nada, tem certeza de que você preencheu o formulário de abertura de NCs? Abre de novo.

A qualidade só serve para levar a culpa

Chega o final do mês. Então os “gestores” começam a analisar os resultados do mês anterior:

Retrabalho.

Refugos de produção.

Devoluções aos montes.

Reclamações que lotam caixas de entradas.

O faturamento menor que o do mês anterior (que já havia sido menor que o do mês anterior).

Quando isso acontece, existem 3 categorias de gestores. São elas:

Os que chegam à causa raiz do problema: “A culpa é da Qualidade!” – Nesses casos a “Qualidade” se transforma em uma válvula de escape para justificar as falhas, tudo vira culpa da Qualidade e é ela quem tem de resolver todos os problemas.

Os que confirmam o que já sabiam: Mas essa qualidade não serve para nada mesmo viu…” – Nessa frase você percebe não só que ele está desengajado, como também vê que ele não vai executar nada que for “processo do setor da Qualidade”.

Eu sei, parece cômico. Todavia, muitas vezes, é nesse ambiente que os gestores querem que as pessoas se engajem. É nesse ambiente que a pessoas investem em palestras e mais palestras. O que acontece então é que o colaborador se sente cada vez mais distante de gerar mudanças nos processos e, depois da palestra, workshop ou treinamento, ele se desengaja novamente porque não consegue executar as coisas na empresa, não tem apoio das lideranças.

Mas calma, eu disse que haviam 3 categorias de gestores, certo? Porque também temos:

Os que analisam o processo, rodam PDCA, MASP, etc, e lideram mudanças dentro das empresas! Esses são os gestores de verdade, eles se responsabilizam pelos resultados do processo e vão agir para melhorá-los. Esses gestores não esperam a Qualidade bater na porta e apontar o que deve ser feito, eles é que batem na porta da qualidade.

O engajamento começa onde começa a linha de produção

O engajamento dos colaboradores começa no ambiente de operação dos processos, no local de trabalho das pessoas. Então você tem de garantir que esse ambiente seja propício ao engajamento. Às vezes, as pessoas pensam que engajamento é um fator mágico que faz todos os colaboradores serem felizes, mas o engajamento é palpável, mensurável. Engajamento é agir para melhorar continuamente. Entendendo isso, chegamos à conclusão de que a motivação é consequência do engajamento dos colaboradores, e não o contrário.

Como ter um ambiente propício ao engajamento dos colaboradores?

Neste texto, estou focando no ambiente físico da empresa, então é fácil cair no engano de que estamos falando de “decorar” a empresa. Colocar cartazes com frases sobre Qualidade, estampar a política no topo da fábrica ou distribuir pequenos panfletos para as pessoas. Afinal isso “altera o ambiente”, certo?

E é preciso tomar muito cuidado com isso! É importante ter gestão à vista, cartazes e tudo mais. Isso ajuda as pessoas a manterem a atenção sobre pontos importantes da cultura da sua empresa. Porém, esse não pode ser o seu foco ao trabalhar o engajamento na empresa. Seu foco deve ser tornar possível que as pessoas façam o trabalho delas da melhor forma possível. Portanto, um dos passos mais importantes para engajar pessoas é garantir que elas tenham os recursos certos, na hora certa e no lugar certo.

Ao falar de recursos, eu poderia ter citado a ISO 9001:2015, o requisito 7.1 inteiro. Inclusive tem um item só para falar do Ambiente para operação dos processos (7.1.4). Mas eu não quis citar normas nesse artigo, não estou falando delas. Quando falamos de engajamento dos colaboradores, estamos falando de pessoas que enfrentam desafios todos os dias, e é nelas que temos de focar.

Um exemplo de mudança que gera resultados

É muito comum ver empresas em que o cadastro de não conformidades acontece em planilhas ou até mesmo formulários impressos. Porém, esse fator é um grande problema para o engajamento, porque além de dificultar o cadastro, isso também piora o acesso às informações, o que desestimula as pessoas a cadastrar as NCs.

Um de nossos clientes no Qualiex, software para gestão da qualidade, aumentou em 30% o cadastro de ocorrências substituindo essas formas de cadastro (em planilhas ou formulários do Word) pelos formulários personalizados do software. Você pode ler o case real desse cliente lendo a entrevista que ele deu para o blog.

O Qualiex possibilita que as ocorrências sejam abertas no próprio local de trabalho, por um celular ou tablet Android. Assim, o colaborador NÃO precisa se deslocar pela empresa para cadastrar a NC. O que o ajuda a se engajar no processo. Entre em contato com a gente clicando no botão abaixo, nossos Auditores Líderes ISO 9001:2015 vão te apresentar o sistema funcionando nos seus processos e mostrar como podemos ajudar você no engajamento dos colaboradores aí da sua empresa:

Conheça nosso módulo para não conformidades

 

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