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Como o microgerenciamento afeta a qualidade do trabalho do seu time?

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Aryana Martins

Aryana Martins

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Sou apaixonada por Qualidade desde criança quando realizava “auditorias” e escrevia “relatórios”para os meus pais sobre o comportamento dos meus irmãos, rs… Iniciei minha trajetória na área de Informática, mas logo percebi que minha vocação não era aquela e decidi redefinir minha rota. Então me formei em Administração, fiz MBA em Gestão da Qualidade e me qualifiquei como Auditora Líder nas normas ISO 9001, 14001 e 45001. Atuo como Consultora Empresarial há mais de 15 anos e, através disso, consigo conciliar a minha missão pessoal com a profissional, ajudando pessoas e empresas a crescerem fazendo Gestão com Qualidade e, consequentemente, contribuindo para a construção de um mundo mais organizado, equilibrado e melhor para todos.

Você já ouviu falar sobre microgerenciamento? Se tem uma característica que é indispensável para desenvolver uma liderança eficaz é ter visão. Visão sistêmica, visão de processos, visão estratégica, visão de futuro.  

É isso que fará com que o líder mentalize o horizonte que a empresa deseja chegar, defina e execute ações consistentes para pavimentar o caminho. E você há de concordar comigo: visão se constrói olhando para a frente. 

Líder que olha demais para o chão acaba tropeçando nas próprias pernas” 

Claro que um gestor deve ter conhecimento sobre o que está acontecendo na sua empresa e, para isso, precisa estar informado sobre aspectos operacionais. Mas, estar informado é muito diferente de manter tudo sob o seu controle. 

Neste artigo, vamos falar sobre o microgerenciamento, que é um tipo de gestão onde o líder está excessivamente focado em questões menores e insignificantes. Como consequência, sua visão estratégica pode ser comprometida, prejudicando a própria produtividade e/ou da sua equipe.  

O que é o microgerenciamento? 

Adeptos desta prática normalmente desenvolvem uma obsessão por detalhes minuciosos, ignoram a importância de delegar responsabilidades e comprometem a autonomia dos membros da equipe. 

O resultado não é nada bom e inclui atrasos em entregas, desmotivação e estagnação de projetos importantes. 

A seguir, apresentaremos informações essenciais sobre microgerenciamento, incluindo os seus sinais, impactos e efeitos na equipe.  

Além disso, vamos compartilhar estratégias que podem ser usadas para evitar cair na armadilha de olhar demais para o chão e acabar tropeçando nas próprias pernas. Continue a leitura para mergulhar em novos conhecimentos e insights enriquecedores. 

Microgestor praticando microgerenciamento 

“Qualquer decisão tem que passar pela minha aprovação.” 

“Quero atualizações de hora em hora sobre o que está acontecendo.” 

“Preciso revisar todo o texto antes que envie.” 

Se alguma dessas frases parece comum, pode ativar o sinal de alerta, pois elas demonstram o desejo excessivo de controle e supervisão. Algo típico do microgerenciamento, onde o gestor busca acompanhar cada passo de todas as atividades da equipe.  

Mas, além de expressões como estas, existem algumas atitudes que revelam a postura de um microgestor praticando microgerenciamento. Confira abaixo comportamentos típicos deste perfil: 

  •  Supervisão excessiva: Cada movimento da equipe é acompanhado de forma intensa e constante, envolvendo detalhes mínimos das tarefas. 
  • Falta de autonomia: Os colaboradores têm pouca ou nenhuma liberdade na tomada de decisões, devendo consultar a opinião do líder em todos os aspectos. 
  • Revisões desnecessárias: O gestor revisa e edita minuciosamente o trabalho da equipe, muitas vezes rejeitando ideias e implementações que não correspondem exatamente às suas preferências pessoais. 
  • Delegação fake: Em vez de delegar tarefas completas, o líder divide as atividades em partes tão pequenas que os membros da equipe não têm a chance de assumir responsabilidades reais. 
  • Foco em detalhes irrelevantes: A concentração acontece em detalhes triviais e não nos objetivos gerais do projeto, direcionando esforço para questões que não agregam valor. 
  • Microcomunicação: O gestor solicita atualizações excessivas e constantes, incluindo relatórios detalhados até para as tarefas mais simples. 
  • Desconfiança excessiva: Demonstrações constantes de falta de confiança na equipe, frequentemente questionando a capacidade dos membros de realizar o trabalho corretamente. 

Qualidade ou microqualidade? 

Podemos perceber que líderes que costumam microgerenciar as suas equipes adotam essa postura por terem um perfil predominantemente controlador e perfeccionista, acreditando que as atividades somente serão bem-feitas se passarem pelo seu aval.  

Aqui percebemos que existe sim uma preocupação com a maneira como o trabalho será realizado, além da desconstrução de um grande paradigma: Não é controlando o detalhe do detalhe que a qualidade está assegurada. 

Na verdade, o efeito pode ser justamente o oposto, uma microqualidade acarretando diversos fatores negativos como estes que apresentaremos a seguir: 

Falta de responsabilidade

Quando os membros da equipe não têm autonomia para tomar decisões e resolver problemas, podem perder o senso de responsabilidade pelas tarefas, comprometendo o famoso conceito de dono. 

Inibição da criatividade e inovação 

A falta de espaço para propor ideias e soluções alternativas pode limitar a capacidade da equipe de pensar de forma criativa e inovadora. 

Desmotivação

Colaboradores que não se sentem valorizados ou capazes de realizar o trabalho sem a interferência constante do líder tendem a diminuir gradativamente o seu entusiasmo e empenho no trabalho. 

Estagnação do aprendizado e desenvolvimento  

As pessoas que não têm oportunidades de assumir responsabilidades, perdem a chance de tomar decisões e aprender com os próprios erros, comprometendo a evolução profissional. 

Efeitos do microgerenciamento no clima organizacional 

Em um cenário construído no microgerenciamento, não é difícil imaginar que a relação entre o líder e a equipe tende a ser marcada por tensão, desconfiança e exclusão. A dinâmica de colaboração entre as pessoas é impactada diretamente pela natureza controladora do líder. 

Vamos entender alguns aspectos que predominam nesse ambiente comprometendo o clima organizacional:  

  • Ambiente de trabalho tenso: A vigilância cerrada cria um ambiente de trabalho tenso e estressante. 
  • Baixa moral: As pessoas podem se sentir desvalorizadas e incapazes de realizar um trabalho forte, gerando queda na moral. 
  • Afastamento e rotatividade: O microgerenciamento leva as pessoas a buscarem ambientes mais colaborativos e empoderadores, afastando-se emocionalmente ou até mesmo saindo da empresa. 
  • Dificuldade na retenção de talentos: Os membros da equipe podem buscar oportunidades onde se sintam mais valorizados e respeitados devido ao ambiente desmotivador criado por um líder microgerenciador. 

Mas como superar este problema? 

Superar o microgerenciamento requer uma conscientização de que se trata de um problema para a pessoa que o pratica, como também para a equipe. Além disso, é necessário um esforço direcionado, por parte do líder, para ajustar o seu estilo de gestão.  

Confira a seguir cinco etapas que podem ser seguidas: 

  1. Autoconscientização: Considere que o seu estilo de gerenciar está sendo prejudicial para você e para as demais pessoas. 
  1. Mudança de mindset: Concentre-se em ser um facilitador e um mentor, em vez de um supervisor controlador, que deve ditar cada passo. 
  1. Comunicação: Promova uma comunicação aberta e transparente, com momentos estratégicos para trocar informações sobre problemas e avanço das tarefas. 
  1. Foco em resultados: Direcione a sua energia e a das pessoas para o resultado final e não para os detalhes irrelevantes. 
  1. Confiança: Mostre que você acredita nas pessoas e na capacidade de tomada de decisão e realização de tarefas com eficácia. 

Paralelamente a estes comportamentos, algumas estratégias podem ser adotadas para aperfeiçoar o modo de gestão de um líder microgerenciador, tais como: 

  • Delegação adequada: Ao delegar as tarefas, evite fragmentá-las em partes pequenas demais. Desta forma os membros da equipe terão a oportunidade de assumir responsabilidades maiores e desenvolver as suas habilidades. 
  • Feedback construtivo: Na hora de dar feedback às pessoas evite focar em detalhes mínimos e desenvolva um diálogo construtivo sobre o desempenho, visando a melhoria do resultado do trabalho. 
  • Metas claras: Trabalhe com metas específicas e mensuráveis para os projetos, focando em resultados, para que as pessoas entendam o impacto do trabalho que estão realizando. 
  • Apoio e recursos: Assegure que a equipe tenha acesso aos recursos e apoio necessário para realizar seu trabalho com eficácia. Isso inclui informações, ferramentas e treinamento adequado. 

Uma gestão equilibrada é a base para o sucesso organizacional 

O equilíbrio na gestão não é uma tarefa fácil e rápida, mas os resultados valem a pena. Equipes que são lideradas de maneira equilibrada são mais produtivas, criativas e resilientes.  

Elas são capazes de se adaptar às mudanças, enfrentar desafios e, acima de tudo, alcançar resultados pretendidos pela empresa. Equilibrar a supervisão e a autonomia, a orientação e a liberdade, é fundamental para o crescimento sustentável e para a criação de um ambiente de trabalho harmonioso. 

Com isso, o líder pode direcionar a sua visão para o futuro da empresa, focando em ações estratégicas de médio e longo prazo, contando com o suporte de uma equipe entrosada e comprometida. 

E aí, você já viveu alguma situação de microgerenciamento? Conte para a gente, nos comentários, como você e sua equipe superaram este desafio! 

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