Mestre em Engenharia de Produção (UFPE), Especialista em Gerência de Projetos com certificação PMP (Project Management Professional), Graduado em Engenharia de Produção. Possui 20 anos de experiência em organizações como: AMBEV, SANTISTA TÊXTIL atual TAVEX BRASIL, PETROBRAS (Grupo AeC) e G BARBOSA. Em todas elas desenvolvendo trabalhos relacionados na área de gerenciamento da rotina (Controle de Indicadores, Padronização, gestão de anomalias, processos de auditoria em normas de sistemas de gestão ISO 9000, 14000 e OHSAS 18000), Gerenciamento de Projetos (Implementação de sistemáticas de gerenciamento, metodologias e PMO), CEP, Layout, Organização de Sistemas e Métodos, Estudos de Tempos e Movimentos.
Sócio Fundador da Brain Engenharia e professor de disciplinas de Engenharia e Administração nas instituições de ensino, FANESE, IFS (Instituto Federal de Sergipe)
A Pandemia chegou e jogou em nossa cara uma série de desafios, um deles é como reduzir desperdícios.
Percebi que as empresas foram forçadas a retomar os esforços de redução de custos, ainda que de forma polêmica (pois é, tanta gente fazendo corte linear que daria papo para outro artigo…) nos empurrando ao senso da sobrevivência.
Aqui percebe-se que a história se repete. Um artigo de 2012 de uma revista reconhecida, fala da pressão de companhias aéreas pelo objetivo citado acima. Os pilotos precisavam economizar combustível reduzindo altitude de forma mais direta possível para pouso, desligar motores durante o taxiamento, deixar freios travados em pistas longas, usando os freios manuais sempre que possível e fazer rotas mais curtas e diretas.
Mas para que tudo isso, né?
O ganho era receber bônus por economia de combustível, ganho esse já representado nos dois primeiros meses do ano, através da redução do tempo de voo e diminuição dos atrasos em R$ 4.000.000,00
O Cliente ganha alguma coisa com isso?
Outras ações foram implementadas e o que gostaria de perguntar é: Essas medidas comprometem a segurança dos passageiros? Implicam em seu conforto? Melhoram as condições dos voos?
Não havia consenso na época (nem sei se existe hoje) sobre a questão da segurança, mas o fato é que ainda que não haja, acredito que nenhum piloto arriscaria (pois estão ligados direta e pessoalmente) comprometer a segurança com os riscos apontados e não abririam mão de um vôo seguro.
Vamos ser sinceros, cortar custos não é tão difícil assim. Olhar para uma estrutura de custos e ver o que pode ser eliminado pode ser feito rapidamente. Reduzir eventos, suspender contratos com terceiros, postergar investimentos, reduzir horas extras, são ações leves, mas podemos citar as mais complexas, como reduzir equipe, por exemplo. Essas ações nos dão impressão que estamos enfrentando todas as dificuldades gerenciais.
Entretanto cortar custos e reduzir desperdícios são coisas diferentes. Desperdícios são atividades feitas na empresa que não agregam valor aos clientes. Exemplos disso são: Transporte, Espera, Movimentação, Retrabalhos, etc. Elas não agregam valor, apenas custos.
Custo é como unha, sempre que possível deve ser cortado. O foco aqui é na melhoria dos processos e eliminação dos desperdícios. Reduzir com foco no número “resolve no curto prazo”, mas tendem a fracassar no longo.
De qualquer forma, otimizar o processo deve tornar o processo melhor no ponto de vista do cliente, e não apenas do funcionário, acionista ou qualquer outra parte interessada.
Superando desafios da otimização
Uma das formas de eliminar “custos desnecessários” (pois é, nem todo custo é desnecessário) é eliminando retrabalho. Olho diariamente para muitos processos e percebo o quanto de “retrabalho” estão sendo feitos diariamente por:
- Pessoas que precisam levar documentos de uma área para outra para aprovação e assinatura.
- Indicadores que precisam passar horas para serem construídos e quando chegam a ficar “prontos”, já passou o tempo de análise para uma tomada de decisão.
- Ações corretivas tardias pois não há um controle efetivo dessas ações após reuniões de análise crítica;
- Ausência de padrões claros de “como fazer” algo crítico para empresa.
- Ausência de integração das equipes, gerando retrabalhos por realizarem a mesma tarefa em momentos diferentes.
Pois é, temos muitas formas de desperdício e sabe o que é pior?
É quando percebemos que as empresas possuem ferramentas (que fazem parte dos gastos mensais) e não usam. Isso é que gera maior tristeza, pois elas possuem ferramentas de gestão que facilitam todos os itens que já citei acima. Possuem Ferrari e usam como Fusca (outro artigo polêmico aqui, preciso de Ferrari mesmo?)
Na hora de cortar custos (quando fazemos sem pensar) incorremos no erro de cortar algo que essencial para reduzir custos, entenderam? Esse exercício de cortes, como já citei, precisa ser feito sempre (nas vacas gordas e nas vacas magras) pela ótica da redução de desperdício diário.
Uma saída tecnológica!
O Qualiex tem sido nosso sistema aqui na empresa, ele tem nos ajudado a tomar decisões mais rápidas, a evitar desperdícios de tempo com documentações que precisam ser aprovadas, a conectar a equipe pelo “jeito de fazer comum”, a auditar processos de maneira organizada (não só nossos como dos nosso clientes).
A tecnologia é uma aliada e pode ser fundamental para eliminar desperdícios (principalmente o retrabalho) mas ela precisa estar associada ao propósito. Se não gente, ela vira apenas custo nas mãos de “gestores” com miopia gerencial.
Ou seja, dá para reduzir desperdícios usando tecnologia!