Auditora Líder ISO 9001:2015, ISO 22000:2018 e ISO 31000:2016. Redatora do Blog da Qualidade e Especialista de Comunicação no Qualiex! Eu ajudo profissionais a resolverem problemas de qualidade por meio de tecnologia e acredito que esse é o primeiro passo para uma vida de Excelência. Gosto de rock, desenho animado e vejo qualidade e excelência em tudo isso. Não me leve tão a sério no Twitter, mas se preferir, você também pode me encontrar no Facebook e Linkedin.
Eu tenho a sensação de que quando vamos falar de engajar pessoas, há uma expectativa de discutir sobre métodos, dinâmicas, jogos ou até historinhas motivacionais que poderão despertar em outras pessoas o desejo de trabalharem mais. Não falarei sobre isso. A minha pergunta é: o quanto você está engajado em comprometer as pessoas da sua empresa?
Eu tenho trabalhado com a comunicação da Forlogic Software há pouco mais que 4 anos, exercendo a função de liderar uma equipe há pouco mais de 2 anos e, com essa trajetória, tive algumas experiências que me trouxeram alguns aprendizados que gostaria de compartilhar com você.
A mania de achar que o engajamento vai acontecer… automaticamente!
Não sei se essa é a sua história, mas comigo aconteceu assim. A gente começa executando muito bem um trabalho e de repente, as atividades começam a aumentar e vê-se a necessidade de contratar mais pessoas, quando você vê está ensinando e orientando alguém. No começo, você não se preocupa muito com a pessoa, mas sim em explicar logo as atividades para que ela comece a produzir e ajudar nas demandas. A gente fica tão ansioso para que a pessoa produza logo, que não conversa com ela sobre mais nada além do trabalho, das atividades, das entregas, das metas, dos números, dos problemas, e mais um monte de coisas, que para você faz todo sentido, mas que a pessoa nova fica apenas “absorvendo”.
Você acredita mesmo que alguém SOZINHO vai encontrar um motivo pelo qual vai trabalhar nas atividades como se fosse a última coisa que fosse fazer na vida?
Não estou dizendo que é impossível alguém se engajar sozinho, até porque vai depender muito do repertório da pessoa, seus objetivos de vida e afins, mas estou apenas alertando que se isso não acontecer automaticamente, pode ser o resultado do trabalho que você NÃO fez.
O trabalho que você não conta como trabalho
Como uma boa pessoa que veio do operacional, a gente gosta mesmo é de colocar a mão na massa, terminar a tarefa que tem um início, meio e fim, e que dá para mensurar num indicador, ou de qualquer outra forma. Mas sabe quando você passa o dia conversando com várias pessoas explicando a visão da empresa, falando da cultura, comportamentos valorizados na empresa, ou até dando feedbacks, positivos ou negativos, do trabalho das outras pessoas? Você tem a sensação de que não trabalhou naquele dia? Pois é… você estava trabalhando no engajamento das pessoas!
O engajamento não é algo tão mensurável assim, tem mais a ver com comunicação do que com qualquer outra coisa e é difícil contar isso como trabalho! As pessoas só se engajam com aquilo que elas se conectam, as conexões acontecem quando há entendimento de algo e essa compreensão só surge através de alguma experiência.
Aqui, você deve estar pensando “ah, então eu devo conversar mais com as pessoas e isso fará com que eles se engajem?”. Olha, isso vai te ajudar sim, mas não é só isso. A questão não é sobre como faço eles se engajarem, é sobre o que eu faço para me engajar com eles! Eu tenho me conectado com as pessoas? Entendido elas? Vivido experiências com elas?
Não são processos e resultados, são pessoas!
Os processos são importantes para o trabalho e os resultados geram satisfação, mas as pessoas não se comprometem com processos e nem com resultados, elas se comprometem com pessoas, por isso, engajamento tem a ver com relacionamentos verdadeiros. Veja bem, eu não estou dizendo que você tem que ser amigo de todo mundo, estou dizendo que você precisa ser verdadeiro com todos.
“Ah, você está dizendo sobre dar feedbacks negativos quando necessário”. Também, mas principalmente, de pensar sobre qual é a sua real intenção ao se aproximar das pessoas que trabalham com você, essa intenção tem mais a ver com o objetivo delas ou com os seus? Você realmente se interessa em ajudá-las?
Algumas pessoas já passaram pela área que eu lidero, eu já errei com muitas, inclusive, na minha comunicação e intenção. Mas com alguns, principalmente os envolvidos na elaboração do eBook sobre Liderança Transformadora, eu consegui me conectar com muita verdade, e me interessar por eles, e buscar ser uma pessoa melhor para ajudá-los e isso não me trouxe colegas de trabalho, mas sim um time de pessoas que gostam do trabalho que fazem e que buscam um único propósito. Eles não se conectam apenas pelo que eu falo, mas pela coerência do que eu falo. Eles não acham que sou perfeita, reconhecem meus erros e se sentem na liberdade de me ajudar a melhorar, pois acreditam em mim, e de verdade, isso me faz sentir uma grande responsabilidade.
Com isso, eu passei a dar mais atenção às pessoas, dedicar mais tempo em conhecer suas vidas, seus desejos, sentimentos e valores, para assim, ajuda-los a entregar os resultados que buscam e contribuir para fazer a diferença aqui na Forlogic Software. A partir dessa conexão, as coisas que eu falava começaram a ter mais significado, pois, ao ouvi-los com mais atenção eles também me ouviam com mais atenção e confiavam nas minhas intenções, pois essas, eram realmente verdadeiras.
O resultado ainda é importante
Pode ser que você leia isso e pense que é uma viagem de uma guria de humanas, mas na verdade, o resultado ainda é muito importante, e relações verdadeiras trazem resultado. Engajamento é quando você consegue se conectar com as pessoas, ajudá-las a acreditarem no que fazem e com isso gerar resultados incríveis. Se algum desses elementos falhar, provavelmente você está fazendo isso errado. Ter pessoas engajadas não é ter pessoas felizes o tempo todo, é ter pessoas comprometidas com o trabalho e se orgulhando do que estão fazendo. Às vezes elas ficarão bravas, frustradas, mas os conflitos serão resolvidos pois sabem onde querem chegar e confiam nas pessoas que trabalham com elas.
É claro que eu ainda tenho um caminho muito longo pela frente, preciso aprender muito para vencer os desafios que enfrento no dia a dia, mas seja com a minha equipe, na Forlogic ou na minha vida, de uma coisa eu tenho certeza: não existe engajamento que gera resultado sem relacionamento verdadeiro e uma comunicação incrível.
[EBOOK] Liderança Transformadora
Esse artigo faz parte do eBook Liderança transformadora, que fala um pouco sobre a visão que a ISO 9001:2015 tem sobre Liderança (comentando todos os requisitos do item 5) e conta por meio de depoimentos escritos por líderes Forlogic como eles trabalham diariamente para transformar a cultura das equipes e empresas. Vale a pena ler!
13 comentários em “O desafio de engajar as equipes”
Excelente artigo Monise, parabéns! Concordo que cuidar das relações humanas é a melhor forma de aumentar o engajamento. E o sentimento de quando está engajando dá a impressão que não trabalhou é verdadeira. Mas é um investimento no capital humano fundamental e a na minha opinião a única forma da empresa crescer organicamente de maneira saudável
Muito grata, Jack! Sim, também acredito nisso e com certeza não é um trabalho fácil, é aquela coisa do dia a dia e com muita verdade, mas leva a empresa a crescer organicamente!
Texto caprichado, verdadeiro e massa demais!
Grata pelo comentário! 😀
Excelente texto!!!
Servirá para minha reflexão!!!!
Uhuull, fico feliz que aproveitou o conteúdo, Eliovanderson. Grande abraço!
Monise sempre descomplicando.
Felizmente engajamento e conscientização a empresa a qual trabalho possui, e isso me faz acordar mais feliz todo dia kkkk.
Jéssica, que felicidade ler esse comentário! Isso mostra mais uma vez que não existem só histórias tristes, mas existem empresas fazendo a diferença! Muito grata por relatar isso aqui. É muito bom acordar mais feliz todo dia, haha. Grande abraço!
Monise!
São poucas as pessoas que conseguem falar de forma tão clara e simples de um assunto tão complexo e difícil. Não sei se hoje já és coach, assessora ou palestrante. Fora do teu horário de trabalho, como já tens teu blog, leve esta tua experiencia e este teu dom pessoalmente a acadêmicos ou qualquer outro interessado. Faça palestras ao vivo como também em forma de videos. Cursos online e presenciais.
Seu futuro será brilhante!