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O Rock, Bruce Springsteen e uma lição sobre liderança!

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Jeison

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Sou co-fundador da ForLogic, hoje atuo com gente, cultura e gestão. Sou um dos criadores do Qualiex, do Qualicast (o 1º Podcast nacional focado em qualidade), criador do Blog da Qualidade (o maior blog sobre Qualidade do Brasil). Mestre em Engenharia da Produção pela UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), auditor líder formado com orgulho pela ATSG na ISO 9001 e 22000, pai, empreendedor, e um inconformado de plantão!
Acredito na responsabilidade do indivíduo, no poder da qualidade e que podemos fazer diferente. Me acompanhe no Linkedin e no Instagram.

Outro dia assisti boquiaberto algo que não sei muito bem como descrever, mas posso afirmar que foi incrível e vou contar para você como um músico (que mal conheço) me deu uma aula sobre liderança. Não costumo usar muito Facebook, estou tentando me dedicar um pouco mais a isso e enquanto navegava me deparei com uma publicação do meu amigo André Rocco, o post era um trecho de um show de rock que havia sido publicado originalmente pelo Baú do Rock, no texto havia essa mensagem:

“Tudo corria bem no show do tio Bruce Springsteen, em Leipzig, na Alemanha. Até o momento em que ele pega o cartaz de um fã, que pedia para eles tocarem “You Never Can Tell”, clássica canção de Chuck Berry, que embala a mitológica cena de dança de John Travolta e Uma Thurman em “Pulp Fiction”. Detalhe: a canção não faz parte do repertório. O que torna esse vídeo ÉPICO é o fato de Bruce tentar encontrar o tom na frente de 45 mil pessoas, com os caras da banda boquiabertos, sem saber o que fazer! O resultado só podia ser ESPETACULAR! Num mundinho onde “artistas” utilizam playback “The Boss” mostra como se faz! Impressionante”.

Eu não imaginava que uma música poderia ser uma aula tão valiosa sobre liderança. Antes de continuar a leitura, assista ao vídeo:

Mas porque a aula de liderança? Bem, vou expressar a minha visão sobre o vídeo, as lições que eu tirei dele. Não quero dizer que esse seja o “resumo definitivo do líder” nem que o Bruce Springsteen é seja um ótimo líder, estou dizendo que o verdadeiro líder deve fazer o que o Bruce fez naquele show!

O líder aceita desafios sem medo

O líder recebe o desafio de bom grado, mais que isso, o bom líder adora desafios, adora algo que ele não saiba fazer. Você viu o vídeo? O cara recebeu um pedido de música que ele não toca, e o que ele fez? Ele trabalhou nisso! Sem pudor, ele assumiu o que não sabia fazer, mas sabia que poderia fazer. Mesmo meio desencorajado pelo olhar de alguns membros da banda, sem acertar, ele busca o tom, uma, duas, três vezes. Vocês viram quantas pessoas havia naquele estádio? E o cara resolveu se empenhar mesmo assim. Incrível! O bom líder faz isso, ele se esforça, se empenha e ganha as pessoas mesmo que poucos acreditem que possa dar certo, e sabe o que geralmente acontece? Ele consegue chegar ao objetivo!

É quase sempre assim: parece que não vai sair, ninguém acredita muito.

Você deve ter percebido que ele erra o tom da música, acho que o tempo também. Mas o que um bom líder faz quando erra? Ele consulta especialistas, consulta sua equipe, ele ouve! Ouve mesmo! Não para dizer que foi democrático, ouve para aprender! No vídeo, o guitarrista ao seu lado do líder troca algumas palavras, sinaliza que não, então Bruce tenta outra coisa, tenta novamente, e mais uma vez, e outra e de repente solta um “…espera, acho que agora vai”. Um bom líder sabe que não é porque ele tem um martelo em suas mãos que tudo que vier pela frente serão pregos. Ele procura as ferramentas certas! Ele não está acertando, já ouviu isso do seu colega guitarrista, então ele pede outra guitarra, troca, e agora sim, o som que ele procurava e a confirmação do companheiro.

O verdadeiro líder é confiante, convincente, orienta o time e sorri

Bruce sabe que para tocar aquilo, ele vai precisar de todo mundo. Mesmo sendo músicos experientes, aposto que a maioria estava morrendo de medo e não queria fazer aquilo, não daquele jeito, na frente de uma plateia daquele tamanho. E o que o vocalista faz? Ele começa a simular com a boca o som dos metais, erguendo os braços, incentivando. Acho essa parte engraçada, é exatamente o que os lideres passam, muitas vezes eles começam um movimento, um projeto, uma mudança, e as pessoas não embarcam de cara. No vídeo é engraçado ver que os músicos (turma dos metais) levam um tempo para entender que é para tentar tocar, eles ficam olhando, sorrindo, como quem pensa:  “que engraçado ele tentando tocar essa música (que a gente não ensaiou)”, até que Bruce solta um “TRY BOYS!” que significa “tentem garotos”, pedindo para eles tocarem. Mesmo sem ensaio, sem treino, tudo de improviso. Ainda pensando no pessoal dos metais, ele chama a galera, canta os acordes com eles, tudo para a turma entrar no clima e até que a banda se encontre, ele mantém o sorriso no rosto. Ele continua bem-humorado, sorrindo e segurando a onda. Eu acho isso dificílimo, e talvez seja isso que separe os líderes dos grandes líderes: o sorriso.

O grande líder sabe a hora de começar o jogo e confia no seu time

Depois de toda a preparação, quando o time está mais motivado, encorajado e pronto, vem a contagem: “1, 2 ,3…” depois disso a música parece surgir do universo. Mas isso não veio do nada, não bastou ter os músicos, que são ótimos, houve timing para começar na hora certa, depois de um “ensaio ao vivo”. É incrível, improvável, um som inacreditável vindo de onde veio, da maneira que veio. Quantas vezes você vê alguém tomar a atitude certa, no momento certo? É claro que alguns sempre dirão: “foi sorte”. Não entre nessa, para um líder saber quando é a hora certa, ele teve que engolir muito sapo na vida, teve de falhar algumas vezes e ainda teve de estudar um bocado de coisas, inclusive seus próprios erros. Sorte é encontrar um vídeo desses entre bilhões de postagens. Veja como ele chama um por um dos que toparam essa loucura toda, deixa cada um solar no seu próprio instrumento, mostrar o próprio talento, ninguém ali ensaiou solo daquela música, alguns talvez nem tenham ficado bons, mas pense, do jeito que foi, foi incrível! É possível sentir a energia, mesmo por vídeo.

O bom líder age assim que pode

O líder não espera todas as condições estarem favoráveis para agir, ele age assim que pode, age acreditando que terá sucesso no que vai fazer. Se você, assim como eu, ficou arrepiado com o que foi feito ali, provavelmente é porque sabe que qualquer bom músico poderia ter feito aquilo, MAS O “FAZER”, de fato, isso fez toda a diferença. Você percebe que ele poderia ter pego o cartaz, levado para casa, chamado os músicos, ensaiado aquela música e arrebentado no próximo show, sem os erros, sem desafinadas, sem essa bagunça, mas isso seria dizer para o fã (ou para o cliente): “numa próxima vez”. E por fim, algo que eu não sei fazer direito…

O bom líder comemora

Veja que no apogeu da música, Bruce chama todos os metais para solarem juntos, vira uma bagunça, mas fica lindo, estão todos felizes, todos sendo premiados por terem conseguido levar aquela loucura à frente. Quantas vezes cobramos os resultados, eles vêm e nós vamos para casa, em silêncio, sem comemorar. Esse texto é sobre como podemos aprender o tempo todo e sobre como a liderança pode estar em qualquer lugar, até mesmo em um palco, em um show. Não venha me dizer então que você não está mudando nada aí na sua empresa porque seu diretor não autorizou.

Basta ter um líder de verdade que a liderança acontece, esteja ele onde estiver!

Sobre o autor (a)

11 comentários em “O Rock, Bruce Springsteen e uma lição sobre liderança!”

  1. Nérisson Leonhart

    Assistindo o vídeo sentimos que é um daqueles momentos que quando termina, a gente suspira quase em êxtase.
    A análise foi muito bem feita, a liderança tem essa mesma magia de fazer acontecer.
    Parabéns Jeison .

  2. Carolina Garcia

    Excelente!!! Além do vídeo que me fez arrepiar, você conseguiu escrever de uma forma singela e ao mesmo tempo tão impactante!!!

      1. Sérgio Kintschner

        Já o havia assistido, mas repito, sempre que encontro.
        É, de fato um show, não só dele como de toda a banda.
        De fato ele é um “The boss”.

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