Se você acompanha o Blog da Qualidade, com certeza já viu quais foram as modificações nos requisitos para a Liderança, por que aconteceram e como essas mudanças impactam no sistema de gestão da qualidade. Um dos papéis da Alta Direção é acompanhar o desempenho do sistema de gestão, responsabilizando-se por prestar contas pela eficácia do SGQ e assegurando que o sistema alcance os resultados pretendidos.
Para que isso aconteça, a Alta Direção precisa estar sempre acompanhando o andamento e o resultado dos processos do SGQ. Isso não significa que ela deva conduzir todos os processos operacionalmente, é preciso que se crie condições para que a Alta Direção visualize o desempenho do sistema de gestão como um todo periodicamente.
Apesar do envolvimento da liderança estar muito mais explícito na ISO 9001:2015, esse acompanhamento do SGQ não é nenhuma novidade para a Alta Direção: sempre foi requisito da norma que uma análise crítica do sistema de gestão da qualidade da organização fosse realizada, visando a apresentação dos resultados e a identificação de melhorias para o sistema.
Porém, a ISO 9001:2015 foi estruturada de acordo com o Anexo SL objetivando maior integração entre os processos do sistema de gestão da qualidade e os processos de negócio da organização. Logo, a análise crítica também sofreu alterações, para abranger todos os requisitos do sistema e possibilitar uma visualização mais fiel dos resultados do SGQ.
Essas mudanças foram concentradas nas entradas da análise crítica, que são as informações mínimas necessárias para examinar a eficácia do sistema de gestão.
Agora, para realizar uma análise crítica adequada do SGQ na versão 2015, a Alta Direção também deve considerar:
- As mudanças em questões externas e internas que sejam pertinentes para o SGQ;
- O feedback das partes interessadas;
- A extensão na qual os objetivos da qualidade foram alcançados;
- Os resultados de monitoramento e medição;
- O desempenho de provedores externos;
- A eficácia das ações tomadas para abordar riscos e oportunidades.
Com a introdução destes novos requisitos, a ordem das entradas também foi modificada. Seguir essa ordem não é obrigatório para a realização da análise crítica, mas acompanhá-la pode facilitar a visualização de como o sistema de gestão se comportou no período analisado.
Assim, a sugestão é que primeiramente se verifique as informações da evolução e mudanças no contexto do SGQ, analisando:
- Qual foi a evolução das ações planejadas em análises críticas anteriores;
- Quais foram as mudanças ocorridas no contexto organizacional.
Depois dessas informações, a Alta Direção deve identificar como o SGQ se comportou no período analisado, verificando informações sobre seu desempenho, que englobam:
- Os níveis de satisfação dos clientes e das partes interessadas;
- Os níveis em que os objetivos da qualidade foram alcançados (por isso eles devem ser mensuráveis, conforme explicamos aqui);
- Os índices de conformidades de produtos e serviços;
- Os índices de não conformidades e de eficácia das ações corretivas adotadas;
- Os resultados dos monitoramentos e medições aplicados ao sistema;
- Os resultados de auditorias realizadas;
- O desempenho dos provedores externos;
- A suficiência dos recursos disponibilizados;
- A eficácia das ações usadas para abordar riscos e oportunidades;
- Quais foram as oportunidades de melhorias já identificadas.
Após analisar todas essas entradas e obter as informações de desempenho e evolução do SGQ, serão produzidas as saídas da análise crítica, que são as ações planejadas para assegurar que o SGQ alcance os resultados pretendidos:
- Quais são as oportunidades de melhoria;
- Quais são as necessidades de mudanças;
- Qual a necessidade de recursos para executar isso tudo.
A análise crítica pode ser considerada como um acompanhamento do planejamento estratégico da empresa. Todas as informações analisadas são para assegurar a adequação, controle, eficácia e alinhamento do SGQ com o direcionamento estratégico da organização.
Leia todos os artigos do Blog da Qualidade sobre ISO 9001:2015!