Sou co-fundador da ForLogic, hoje atuo com gente, cultura e gestão. Sou um dos criadores do Qualiex, do Qualicast (o 1º Podcast nacional focado em qualidade), criador do Blog da Qualidade (o maior blog sobre Qualidade do Brasil). Mestre em Engenharia da Produção pela UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), auditor líder formado com orgulho pela ATSG na ISO 9001 e 22000, pai, empreendedor, e um inconformado de plantão!
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Para finalizar nosso estudo sobre Análise Crítica de Certificado faremos dessa vez um estudo de caso.
Já falamos do conteúdo mínimo dos certificados de calibração e do arredondamento e compatibilização de certificados.
Neste estudo de caso utilizaremos o modelo de certificado apresentado logo abaixo, que apesar de estar longe de ser um modelo ideal, nos auxiliará nos itens a serem observados durante a análise crítica.
Em primeiro lugar vamos verificar se o certificado atende a todos os requisitos da NBR ISO/IEC 17025, conforme postado em 30 de outubro (Conteúdo Mínimo dos Certificados de Calibração).
Neste momento podemos observar a falta de diversas informações, as quais podem afetar em menor ou maior grau a interpretação dos dados informados.
Após a verificação do conteúdo mínimo dos certificados interpretaremos algumas informações.
Começamos pelo fato de não haver comprovação de rastreabilidade, uma vez que, o certificado não possui o selo da Rede Brasileira de Calibração e não foi apresentado à cadeia de rastreabilidade.
No item 3 do certificado apresentado (Procedimento e rastreabilidade) são informados o método de calibração e a referência ao padrão utilizado, porém não sabemos com exatidão se é um manômetro, transdutor de pressão ou qualquer outro instrumento que possa ser utilizado como padrão.
Este item também informa a classe do padrão (A2) e analisando-a podemos observar que as informações não estão tão claras assim, pois se supormos que o instrumento calibrado é de classe A2, a calibração não poderia ser realizada uma vez que o padrão possui características metrológicas idênticas ao padrão. Para que possamos realizar a calibração de instrumentos, é necessário utilizarmos padrões com características metrológicas superiores.
Já no item 4 (Resultados da medição) podemos observar os resultados da medição. Neste ponto verificamos que a declaração da incerteza da medição possui 3 algarismos significativos, onde estes deverão ser declarados com no máximo dois. Com isso, o laboratório emissor do certificado deverá corrigir este valor assim como compatibilizá-los conforme postado em 13 de novembro (Arredondamento e Compatibilização de Valores). Um detalhe é que as informações declaradas em valores percentuais também deverão ser compatíveis com dois algarismos significativos.
Nas notas do certificado de calibração está declarado que a incerteza de medição foi multiplicada por um fator k, “garantindo” a probabilidade de abrangência de aproximadamente 95%, ou seja, 95,45%. Porém o valor relacionado ao k não é informado no certificado, sendo essa informação de grande importância para avaliação da incerteza da medição.
Por último, a identificação do responsável pela emissão do certificado não contém sua assinatura. Em laboratórios que possuem serviços acreditados, somente os signatários e seus substitutos podem assinar os mesmos. A verificação do signatário assim como o escopo de acreditação podem ser encontrados no web site do INMETRO (neste espaço para consultas) ou ainda em contato com a ouvidoria da organização.
2 comentários em “Análise crítica de certificado – Estudo de caso”
Bom dia, em relação a validade das calibrações, onde podemos verificar? os certificados normalmente não apresentam validade, mas sim, as datas de calibração e validade dos equipamentos que foram utilizados para calibrar.