Auditor Líder ISO 9001:2015 e autor de centenas de artigos sobre Gestão da Qualidade, sempre acreditei que as pessoas têm o poder de mudar o mundo a sua volta, desde que estejam verdadeiramente engajadas nisso. Por isso me dedico a ajudar as pessoas a criar laços verdadeiros com seu trabalho, porque pessoas engajadas mudam o mundo!
Infelizmente, a Gestão de Oportunidades nem sempre recebe a mesma atenção que a Gestão de Riscos. Afinal, depois de identificados os riscos, sabemos de cor que precisamos decidir se vamos prevenir, mitigar, transferir ou aceitar. Porém, quando identificamos uma oportunidade, nem sempre está claro o que podemos fazer com ela. (sem contar que nem sempre conseguimos identificá-las)
Assim, sem pensar muito, você saberia me dizer quais caminhos você pode seguir para abordar uma oportunidade?
Confesso que eu, para escrever esse post, precisei recorrer a alguma pesquisa. Cheguei a ler, inclusive, o eBook da Monise sobre “Como montar um processo de Gestão de Riscos do zero”. Nele, ela explica as mesmas estratégias que vou trabalhar. É obvio que ela vai muito além e fala sobre como estruturar o processo. Fica a dica de leitura!
Mas, voltando ao tema central, hoje vou falar um pouco sobre a importância de fazer uma boa Gestão de Oportunidades. Além disso, quero dar alguns palpites sobre porque nós não somos tão atentos às oportunidades ao nosso redor.
Por que a Gestão de Oportunidades não recebe tanta atenção?
Antes de explicar as estratégias (tema do próximo artigo), queria falar um pouco sobre esse “descaso” que temos com as oportunidades.
O que acontece é que, talvez, seja muito mais fácil identificar os riscos. A grosso modo, basta olhar para o processo e perguntar: o que pode dar errado aqui? Todo mundo consegue opinar e vai gostar de fazer isso, pois poderá evitar problemas maiores no futuro.
Já quando o assunto são oportunidades, a pergunta muda um pouco de figura, seria algo como: o que podemos melhorar aqui? Nesse caso, nem todo mundo está preparado para opinar, afinal isso pode gerar mudanças e, muitas vezes, as pessoas são resistentes a mudanças.
Além disso, identificar riscos tem a ver, predominantemente, com olhar para si próprio. Você analisa o seu contexto, o seu processo, e procura problemas que podem acontecer. Já nas oportunidades, a melhoria pode vir de fora da empresa. De fatores externos dos quais, nem sempre, estamos a par.
Por exemplo, utilizamos a máquina x2000 na linha de produção e ela processa 2 mil unidades de produto por dia. E o mercado acabou de lançar a máquina x3000, que processa 4 mil unidades por dia. Então, temos a oportunidade de dobrar nossa produção diária.
Porque focar em oportunidades
Entretanto, se analisarmos bem, entenderemos que tanto riscos quanto oportunidades são fundamentais e precisam receber a mesma atenção.
Pense comigo, no exemplo que dei, existe o risco de uma das máquinas da empresa quebrar, certo?
Se isso acontecer e a máquina ficar parada um dia, consequentemente: menos 2 mil peças de produção. E isso é igual a prejuízo! Mas se nós aproveitarmos a oportunidade de comprar uma única x3000, temos uma margem de segurança e atacamos também o risco de uma máquina quebrar, pois o modelo novo pode suprir a falta dela caso ocorra algum imprevisto.
Por isso esses dois aspectos (riscos e oportunidades) são tratados em conjunto na ISO 9001, pois, muitas vezes, aproveitar uma oportunidade pode eliminar um risco.
Não deixe a Gestão de Oportunidades ao acaso
No meu próximo artigo sobre esse assunto, vou abordar as estratégias de forma mais pontual. Na Gestão de Oportunidades (e de riscos também), falar sobre estratégias significa tomar uma decisão clara sobre como iremos lidar com as coisas.
Sabe quando as coisas acontecem sem você perceber, quando a rotina e o dia a dia vão tomando conta de tudo? É nesses momentos em que as oportunidades aparecem e somem num piscar de olhos. Então, assim como para riscos, a Gestão de Oportunidades tem de ser sistêmica, processual, para garantir que nós vamos decidir entre as estratégias possíveis:
- Explorar (ou perseguir)
- Melhorar
- Compartilhar
- Aceitar
No próximo artigo, falarei sobre cada uma delas. Mas, para finalizar o texto e refletir sobre o assunto, me conta:
Qual foi a última oportunidade que vocês aproveitaram aí na sua empresa?
2 comentários em “ISO 9001:2015 – Por que a Gestão de Oportunidades não está em foco?”
Concordo, pois este conjunto de fatores “riscos e oportunidades” caminham juntos na ISO 9001, porém na prática a tendência na tratativa do risco torna-se na minha opinião mais fácil de ser mensurada, pois está presente nas rotinas, é mais fácil saber o q pode dar errado… porém as oportunidades envolvem outras questões, pode ser investimento, envolve também uma análise de custo benefícios e como vc declara no artigo envolve mudanças … recentemente estou tratando de um case de uma empresa que mudou as linhas de produção para a filial… decisão estratégica de um risco logístico inerente de um alto custo operacional o qual gerou uma oportunidade de mudar toda as linhas de produção para uma única unidade.
Muito legal Joana, é bem isso mesmo! Grande parte das oportunidades vai envolver fatores muito, mas muito, estratégicos. E até mesmo nas estratégias temos de gerenciar riscos, haha. Não dá para separar as coisas! hehe
Um abraço, grato pelo comentário!