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6 princípios que norteiam empresas resilientes

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Monise Carla

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Auditora Líder ISO 9001:2015, ISO 22000:2018 e ISO 31000:2016. Redatora do Blog da Qualidade e Especialista de Comunicação no Qualiex! Eu ajudo profissionais a resolverem problemas de qualidade por meio de tecnologia e acredito que esse é o primeiro passo para uma vida de Excelência. Gosto de rock, desenho animado e vejo qualidade e excelência em tudo isso. Não me leve tão a sério no Twitter, mas se preferir, você também pode me encontrar no Facebook e Linkedin.

Com todas essas mudanças de cenário e incertezas por conta da pandemia do coronavírus, começamos a falar muito mais de resiliência, mas não muito de empresas resilientes. Vemos conteúdos dizendo que precisamos ser flexíveis, nos adaptar, ter agilidade nas ações, gerir a crise e as mudanças com serenidade. A questão é que atribuímos essa responsabilidade apenas ao indivíduo, como se fosse uma competência desenvolvida apenas no ser humano.

Pois é, essa foi uma daquelas coisas que intriga a gente e começamos a estudar mais sobre o assunto. Será que uma empresa só estará salva se tiver uma equipe de resilientes? Ou pelo menos 50% da equipe? Não sei, qual será a proporção ideal de pessoas? Como ter empresas resilientes?

Não estou tirando os méritos das pessoas que têm esse comportamento que sim, ajudam uma empresa a reagir às oportunidades e desafios, mas existem maneiras de oportunizar a resiliência criando um ambiente propício para isso e assim atuar como empresas resilientes.

Será que as empresas estão atentas a criar esse ambiente?

Bom, quero trazer aqui 6 princípios para você ficar de olho, pois te ajudarão a criar um sistema de gestão mais adaptável, influenciando as pessoas a lidar com as mudanças com mais velocidade e, principalmente, aprenderem com tudo isso.

1 – Estimular a diversidade

Quanto mais diversa uma equipe, mais pontos de vista teremos sobre um problema ou desafio. Esta é uma das vertentes que fazem uma empresa ser mais resiliente, por isso, os líderes devem garantir que uma empresa seja diversificada em 3 dimensões: pessoas, ideias e áreas.

Talvez você não tenha pensado isso até hoje, mas como ação prática, pelo menos no seu comitê anti-crise, esse princípio será bem importante. Tenha pessoas de departamentos diferentes, com visões diferentes sobre o processo, com personalidades distintas e formas de pensar completamente diversas. Isso ajudará principalmente se a sua cultura incentiva a expressão e respeito por opiniões divergentes.

Aí você vai me dizer: “Monise, mas colocar pessoas com visões muito diferentes pode ocasionar uma demora para entrar em consenso nas decisões!

Meu amigo, você quer um consenso ou uma unanimidade? O consenso é sobre chegar na melhor decisão que um grupo consegue. Para isso, precisa colocar em prática suas melhores competências e argumentos para contribuir com o resultado daquela discussão.

Teoricamente, num consenso, você tomará uma decisão muito melhor do que se tivesse decidido sozinho, e para isso, deve existir conflitos, certezas são questionadas.

E mais, em tempos de crise e incerteza, não estamos pensando em eficiência em curto prazo. O que queremos é agir rápido, corrigir mais ágil ainda e aprender!

A diversidade vai garantir que você tome a decisão mais assertiva possível sem precisar consultar a empresa toda, fazer pesquisas, ou análises longas, porque nesse momento, nossos contextos mudam de semana em semana.

E mais, a diversidade ajuda a não tratar a crise de maneira unidimensional, ou seja, apenas como um problema financeiro, logístico, ou o que quer que for. Você conseguirá ter vários olhares a respeito de um tema, por isso, incentive a sua equipe a pensar de maneira mais ampla também!

2 – Sustentar a modularidade

É comum ver empresas trabalhando para deixar nossos sistemas de gestão cada vez mais integrados e eficientes. A ideia é que todas as áreas da empresa estão estreitamente ligadas e interdependentes, garantindo assim um melhor fluxo de informações e o controle de forma geral.

A integração tem suas vantagens, é claro. Trazem eficiência, mas também tornam a empresa mais vulnerável. Qualquer situação que afete o sistema traz impacto para a empresa toda, e em cenários, como o da pandemia do coronavírus, onde várias partes do sistema são afetadas, rapidamente temos um colapso generalizado.

Não estou dizendo que um é melhor que o outro, entretanto, a modularidade torna uma empresa mais resiliente. Ela sugestiona entregas e conexões claras no trabalho, mas com um maior nível de autonomia de cada área. Isso permite que elas se conectem com outras garantindo que a entrega seja feita, ou seja, que o trabalho não pare e o resultado seja alcançado.

Vou dar um exemplo mecânico, mas vai esclarecer esse tópico. Quando um importante fornecedor de válvulas de freio da Toyota foi incendiado há alguns anos, o suprimento foi restaurado em apenas alguns dias devido à capacidade de adaptar a produção a um outro fornecedor, mesmo com componentes muito diferentes.

A questão aqui é avaliar como é possível reativar as conexões do seu sistema quando houver uma falha, ou situação diferente da convencional, seja com uma parte interessada ou mudando o modelo de trabalho, como por exemplo o home office.

3 – Preservar redundância

Um sistema com redundância consiste em vários componentes desempenhando funções sobrepostas. Caso um venha falhar, outro pode cumprir a mesma função. Em ambientes altamente dinâmicos a redundância é extremamente importante, como por exemplo, na TI, onde temos redundância de servidores, dados, e afins para garantir que um site ou software na nuvem não venha a falhar, ou ocasionar perda de dados. 

Obviamente, nós não vamos conseguir desempenhar redundância em tudo o que fazemos, mas talvez, em algumas atividades críticas, podemos tomar ações nessa direção.

Por exemplo, por um acaso, na empresa que você trabalha, tem aquela atividade que só uma pessoa sabe executar? Ou aquela operação que depende de um único fornecedor? Enfim, isso pode acontecer com pessoas, recursos fornecedores, parceiros, enfim.

Agora, trabalhando no olho do furacão, talvez a ação seja usar a criatividade para procurar soluções além das fontes normais. Entretanto, no longo prazo, a redundância pode ser projetada

Ah, e antes que você me pergunte, a redundância não tem nada a ver com desperdício, ela existe para mitigar riscos e garantir que sua empresa não pare!

4 – Planeje com prudência

Nós não conseguiremos prever com precisão os cenários futuros. Aceite isso! O que podemos fazer é coletar sinais, detectar padrões de mudança e imaginar resultados possíveis. E assim, tomar medidas para minimizar efeitos indesejáveis.

Lá no começo, quando ainda era uma epidemia, poderíamos ter criado vários cenários, nenhum deles iria dizer que estaríamos exatamente aqui onde estamos, por exemplo. Mas isso não significa que devemos estar a mercê do destino ou não ter empresas resilientes.

Com essas informações e impactos conhecidos, quais os riscos precisamos monitorar de perto? Qual o pior cenário? Temos planos de contingência para eles?

Resumindo, estamos falando de gestão de riscos. Mudou o contexto, precisamos identificar novos riscos, avaliar, analisar, tomar decisões e agir de acordo com a estratégia que adotamos. Considere ameaças e oportunidades e, principalmente, não esqueça as oportunidades.

Espere a surpresa, mas reduza a incerteza!

5 – Aprimore a capacidade de evoluir

Uma empresa pode ser construída de duas formas: para otimização e eficiência ou para aprimorar sua capacidade de evoluir. Entenda o segundo como melhorar constantemente reagindo a novas oportunidades, problemas ou informações.

Crises como o COVID-19, que são dinâmicas, valorizam a capacidade de evoluir. Não há resposta certa conhecida, não temos benchmark provado, por isso, uma decisão que agora está certa, amanhã pode estar errada ou obsoleta.

É claro que, quando tudo isso passar faremos uma retrospectiva e teremos muitos aprendizados, entretanto, muitas lições podem ser aprendidas agora, de bate pronto. Testar, ver o que funciona, se não funciona, aprenda, faça de novo com outra abordagem e por aí vai.

No curto prazo, essa provavelmente é uma abordagem mais eficaz. Entretanto, para isso acontecer bem, é necessário ter feedbacks dos resultados tão rápidos quanto a execução ações. Isso não significa que é pra ter pressa, mas talvez avaliar o resultado parcial já ajude a tomar decisões durante o processo.

Devemos aprender, o tempo todo, com as mudanças, tornando os processos mais fortes para gerar melhores entregas.

6 – Promova a confiança e reciprocidade

A confiança e reciprocidade é um princípio que deve estar muito presente neste momento. Entretanto, não vou me ater apenas ao ambiente interno da organização, quero trazer a atenção relações com todas as partes interessadas.

Pensar nos próprios interesses não impactará só a sua empresa, mas pode ruir toda uma cadeia de suprimentos e, se o pior acontecer, todos sofrerão no curto e longo prazo.

Por mais que pareça difícil, temos que estar preocupados não só com a sobrevivência das nossas empresas, mas com a saúde de todos os que contribuem para que sua empresa funcione.

Bons capitães precisam considerar como suas empresas contribuem para outras partes interessadas em seu ecossistema. Devemos garantir que estamos agregando valor ao sistema, mantendo princípios da relação ganha-ganha.

As dificuldades estão impactando todos, é tempo de colaborarmos para conseguirmos superar esse momento juntos!

Resiliência é sobre continuidade do negócio!

Eu sei que algumas coisas que citei neste texto vão na contramão da gestão tradicional. E isso não significa que tudo o que está aqui deve ser aplicado hoje, ou que esses princípios são melhores do que outros.

A verdade é que estamos mais propícios a pensar diferente agora. E temos que aproveitar esse tempo para aprender! Precisamos ser menos resistentes, questionar nossas crenças e nos desafiar mais. Ter equipes e empresas resilientes.

Aqui vimos algumas características de empresas resilientes e espero que isso te inspire a tomar ações que, dentro do seu contexto, façam sentido para superar essa crise.

Nosso foco é sair da crise e trazer com a gente todos os que quiserem e que conseguirmos trazer. Não é só “sobrevivência”. Queremos ser melhores do antes, sem abrir mão do que a gente sempre acreditou: devemos honrar o cliente, garantir a saúde e segurança das pessoas e informações contribuindo com a sociedade.  Ter equipes e  empresas resilientes.

O Jeison falou sobre as ações que fizemos na Gestão de Crise da ForLogic no post Como fazer gestão de crise, um exemplo prático da ForLogic #coronavírus caso você queira saber como agimos na crise.

E você, consegue ver alguns desses princípios presentes na sua empresa?

 

Referências:

The Biology of Corporate Survival – Harvard Business Review
When Resilience Is More Important Than Efficiency | BCG
Coronavirus and Business: The Insights You Need from Harvard Business Review

 

Imagem do banner da nova página sobre gestão de riscos.

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1 comentário em “6 princípios que norteiam empresas resilientes”

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